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Análise do Jogo: "Uncharted 3: Drake's Deception"

Por| 04 de Janeiro de 2012 às 13h24

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Análise do Jogo: "Uncharted 3: Drake's Deception"
Análise do Jogo: "Uncharted 3: Drake's Deception"
Plataforma: PlayStation 3Desenvolvedor: Naughty Dog
Distribuidor: Sony Computer EntertainmentGênero: Aventura, Tiro em Terceira Pessoa

Pode-se dizer que a mais nova aventura de Nathan Drake no terceiro título da franquia Uncharted alcançou um novo patamar em termos de narrativa audiovisual na história dos videogames, trazendo reviravoltas emocionantes, combates armados com comandos sólidos e um visual acima da média.

Dentre toda a leva de jogos first-party (exclusivos) lançados pela Sony no ano passado, Uncharted 3: Drake's Deception era o que mais chamava atenção, pois deveria trazer o bom e velho espírito aventureiro de Drake a um nível de acabamento igual ou superior a Uncharted 2: Among Thieves, considerado o jogo do ano de 2009 por diversas publicações especializadas e um divisor de águas do gênero ação em terceira pessoa.

A desenvolvedora Naughty Dog não só conseguiu cumprir o prometido, como trouxe um dos melhores jogos para o PlayStation 3 já feitos. Aqui, Nathan junta-se novamente a seu parceiro de longa data Victor Sullivan para sair em busca da "Atlantis das Areias" no coração do deserto árabe.

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O jogo começa com uma cena em que os dois entram em um bar para realizar uma transação com Talbot, intermediário de uma antiga rival deles, Katherine Marlowe, envolvendo uma grande quantia de dinheiro para vender o anel pertencente a Sir Francis Drake.

Mas eles percebem que o dinheiro é falso e começam a trocar socos e chutes, o que leva a um fatal encontro com Katherine, que acaba atirando em Nate e Sully. Somos transportados a um flashback do passado de Nathan ainda jovem (referência a "Indiana Jones e a Última Cruzada"), à procura pelo mesmo anel de Francis Drake em um museu da Cartagena, na Colômbia.

Aqui vamos para outra característica marcante de Uncharted 3. Diferente de seu antecessor, a Naughty Dog resolveu ter um domínio maior na narrativa e brincar com a linha do tempo do jogo, contando como os personagens centrais se conheceram, revelando segredos sobre a origem de Drake e o começo da parceria de Sully, que rompe com a então empregadora Katherine Marlowe, na época.

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A vasta paleta de cores está dos jogos está de volta, destacando tanto as roupas do personagens, como os detalhes nas ruas da ensolarada Cartagena e em diversos outros cenários -- tudo para deixar ainda mais perceptível essa troca da gélida Nepal, de Uncharted 2, pelo sol escaldante do deserto, que rodeia a mitologia do terceiro título.

Terminado o flash, estamos de volta ao beco onde os caçadores de tesouro foram deixados à morte. O então capanga de Katherine, Charlie, revela-se parte da equipe de Nate, e a situação foi toda armada para aproximá-los da vilã do jogo e descobrir um pouco mais sobre suas intenções.

A partir daí segue tudo aquilo que a série soube fazer bem demais, sequências de combates armados com dezenas de inimigos, ação intensa, puzzles intrigantes que requerem um pouco de massa cinzenta dos jogadores e diálogos divertidos e engraçados. O tom da história está mais obscuro que os anteriores, e há muito mais desentendimentos entre os protagonistas.

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Somos tomados por momentos de tirar o fôlego, com uma verdadeira aula de entrosamento entre game design e direção narrativa. O primeiro ponto alto é a cinematográfica fuga do Chateau em chamas no sul da França, seguido pelas temíveis aranhas que brotam no recinto.

Outros momentos nem precisam ter cenas de ação para ficar na memória. É o caso da impressionante cidadela noturna na Síria, que muito bem construída e iluminada, tem como ponto alto a tensão do momento de ver Charlie sendo tomado pela loucura de um alucinógeno pelas mãos de Talbot.

As cenas de terror psicológico fisgam qualquer jogador, como a alucinação do protagonista em sua peregrinação de três dias e três noites pelo intenso deserto de Rub' al Khali -- ou quando o mesmo é dopado pela droga que antes atingira seu amigo e foge pelas ruas de um centro comercial.

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Tudo em Uncharted 3: Drake's Deception é elevado à potência máxima: o que pode ficar complicado, sempre fica ainda mais complicado. Um navio cargueiro que começa a submergir com você dentro dele, um avião que tem parte de sua fuselagem aberta e você é tragado para o céu.

O jogo, porém, não é totalmente perfeito. A mudança do sistema de combate corporal, que agora conta com mais botões para se derrubar um inimigo, pode atrapalhar em momentos com muitos inimigos na tela. A câmera pode atrapalhar ao longo de algumas sequências, como a hora em que devemos tomar de assalto uma base inimiga durante uma tempestade de areia.

Mas são erros que não chegam a comprometer a diversão. Ao final, nos sentimos parte destes personagens, pois compartilhamos momentos bons e ruins ao longo de cinco anos, desde que o primeiro jogo foi lançado. As últimas palavras proferidas de Sullivan a Drake são emocionantes, assim como o feliz reencontro entre nosso herói com sua companheira Elena Fisher.

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É como Cliff Bleszinski, game designer da Epic Games, citou: "Indiana Jones morreu naquela explosão nuclear que fez voar a geladeira. Nathan Drake assumiu o cargo e eu amei caçar tesouros com ele desde então". Com diálogos divertidos e muito bem escritos, atores que doam a alma ao interpretar estes personagens, e momentos que nos fazem ficar de queixo caído, Uncharted 3: Drake's Deception é um jogo obrigatório para todos aqueles que possuem o console da Sony.