Publicidade

Vendas de óculos de realidade virtual despencam; seria o fim do entusiasmo?

Por| 06 de Setembro de 2016 às 10h40

Link copiado!

Divulgação
Divulgação

Por muito tempo, a realidade virtual foi tratada como o futuro da indústria de games. Houve um entusiasmo enorme em torno da tecnologia e das promessas que ela trazia. Contudo, os primeiros óculos chegaram ao mercado e parece que toda essa empolgação acabou não saindo do discurso, uma vez que os números de venda dos principais modelos seguem bem pouco expressivos, mostrando que o público não está tão engajado na novidade quanto se pensava inicialmente.

Apenas para ter uma ideia, o número de usuários com o HTC Vive no Steam cresceu míseros 0,3% em julho em relação ao mês anterior e se manteve estagnado em agosto, ou seja, sem apresentar aumento algum. E a situação não é muito diferente com o Oculus Rift, considerado por muitos o grande competidor e responsável pela guinada da realidade virtual. O acessório também apresentou um crescimento em sua base de usuários de 0,3% em julho e de somente 0,1% em agosto.

Os dados foram divulgados pela própria Valve em seu relatório mensal e mostram um começo difícil para a tecnologia que deveria revolucionar o mercado. E isso é muito preocupante, pois o período analisado era vital para determinar o futuro dessa novidade.

Continua após a publicidade

Em julho, número de usuários do HTC Vive cresceu apenas 0,3% no Steam

Como explica o site Venture Beat, os dois últimos meses foram os primeiros nos quais os óculos da HTC e da Oculus estavam disponíveis de fato para o consumidor. Embora eles tenham sido lançados ainda no primeiro semestre, a alta procura inicial fez com que os estoques só fossem reabastecidos em julho. Porém, parece que somente quem realmente fez a pré-compra naquela época estava se importando com os produtos, já que essa segunda etapa das vendas simplesmente não decolou. Mesmo estando em pronta entrega, tanto o Vive quanto o Rift seguem encalhados e sem atrair o público, como os dados do Steam deixam mais do que claro.

E uma das principais razões para isso pode ser o custo envolvido para ter uma experiência de realidade virtual. O preço desses óculos varia de US$ 599 a US$ 799 — algo entre R$ 1.958 e R$ 2.612 na cotação atual —, isso sem falar do upgrade necessário no computador, o que também é algo bastante caro. Como especula o site Develop, esse crescimento irrisório na venda dos óculos pode ser um reflexo direto disso, mostrando que o fim do período dos chamados early-adopters e mostrando a realidade do mercado de que o público geral não está tão interessado assim nessa tecnologia. Ou, pelo menos, não com o preço atual. E é aí que mora o desafio das fabricantes, que devem encontrar formas de atrair esse consumidor comum.

Continua após a publicidade

Uma das promessas da realidade virtual, Oculus Rift não animou o público tanto quanto seus entusiastas

Além disso, o Venture Beat aponta ainda algumas outras questões que podem justificar o baixo interesse do público. Juntamente com o preço realmente proibitivo, o site ainda cita a falta de um marketing pesado em torno da novidade e o fato de não existir nenhum killer app, ou seja, aquele jogo no qual a realidade virtual realmente faça a diferença e que faça o consumidor se interessar pelo produto, gerando ainda aquela velha divulgação boca a boca que sempre funciona.

Assim, as dúvidas acabam pairando sobre o PlayStation VR, que chega ao mercado no próximo dia 13 de outubro. Por um lado, há a expectativa de que ele possa virar o jogo por conta de seu preço um pouco mais acessível — US$ 399, ou seja, o preço do console — e pelo fato de ele rodar normalmente em um PS4, que já possui uma base de usuários monstruosa em todo o mundo. No entanto, pode ser que o produto da Sony acabe encarando os mesmos desafios dos concorrentes e que, no fundo, a realidade virtual não tenha passado de mais uma promessa vazia do mercado, como tantas outras.

Afinal, alguém ainda se lembra do 3D e dos sensores de movimento?

Continua após a publicidade

Fonte: Valve, Develop, Venture Beat