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Qual a diferença entre realidade virtual e realidade aumentada?

Por| 18 de Janeiro de 2016 às 12h12

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Qual a diferença entre realidade virtual e realidade aumentada?
Qual a diferença entre realidade virtual e realidade aumentada?

Não há como negar que 2016 é o ano da realidade virtual. Depois de muitas promessas e alguns atrasos, a tecnologia vai enfim chegar às nossas casas. Já temos alguns desses óculos especiais disponíveis no mercado, mas vai ser com a chegada do Oculus Rift e do PlayStation VR que o conceito vai realmente ganhar forma.

Como tudo aquilo que é desconhecido, a novidade ainda desperta algumas dúvidas, principalmente quando há outro conceito bastante parecido sendo desenvolvido em paralelo e chamando a atenção da mesma maneira. Não se sinta mal caso você ainda confunda as funções do antigo Project Morpheus com o HoloLens ou ainda cometa alguns deslizes ao tratar a realidade virtual e a realidade aumentada como uma única coisa. Afinal, é tudo realidade e funcionam a partir de uns óculos estranhos e bem caros. Quer dizer, não é bem assim.

Ainda que seja muito fácil se confundir, as propostas de cada uma dessas tecnologias são bem diferentes em vários aspectos e é isso que vai definir não somente a sua aplicação, mas também o quanto isso vai atrair o consumidor. Já ouvimos falar bastante da virtual reality (VR) e do seu poder imersivo, mas a augmented reality (AR) promete fazer coisas ainda mais diferentes e que muita gente parece ainda não entender ao certo como funciona. Contudo, em ambos os casos, são duas apostas que ainda vão dar muito o que falar ao longo dos próximos anos.

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Assim, chegou a hora de acabar com as dúvidas e descobrir o que cada tecnologia tem de particular e como elas vão mudar a sua vida daqui para frente.

Entendendo as diferenças

Para simplificar bastante as explicações, vamos partir de uma questão básica: quando você colocar aqueles estranhos óculos, você vai mergulhar em um novo mundo ou ver coisas surgirem diante de seus olhos? Parece um tipo de brincadeira, mas é exatamente isso que vai diferenciar uma tecnologia da outra.

No caso do primeiro exemplo, em que os óculos vão abrir as portas para um novo mundo, estamos falando diretamente da realidade virtual. E é o porquê do nome: aquela realidade que você está vendo não existe, pois está sendo criada a partir de um computador. Mesmo na sala da sua casa, você se sente no meio das ruas de Paris ou viajando em meio ao espaço pilotando uma nave.

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O grande ponto do VR é a criação dessa experiência imersiva. É fazê-lo sentir estar em outro lugar ou vivendo coisas que, de fato, não existem. Basta ver as diversas propostas de jogos para o Oculus Rift e PlayStation VR para entender o que torna a realidade virtual única: é a possibilidade de ir a qualquer lugar do mundo — ou ainda a novos mundos — sem sair do lugar.

Por outro lado, a realidade aumentada faz o caminho inverso. Tome como exemplo o HoloLens. Apesar de seu nome levar a crer que estamos falando de hologramas, ele trabalha o conceito de realidade no seu estado mais puro, ou seja, traz ao nosso mundo elementos que não existem. Pela lente dos óculos, você vai ver projeções de objetos, planilhas e uma infinidade de outros objetos com os quais é possível interagir de diferentes maneiras.

Apelando mais uma vez para o nome da função, basta imaginar que a AR vai "melhorar" a nossa realidade com uma ajudinha da tecnologia. Seja ao trazer o mundo de Minecraft para o meio da sua sala de estar ou ao projetar informações do tempo quando você olhar para a janela da sua casa, a proposta da realidade aumentada é trazer esses elementos digitais para o nosso cotidiano.

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Isso significa que, na teoria, você poderia usar a realidade aumentada em seu dia a dia, inclusive durante o trânsito ou enquanto caminha no meio da rua. Tanto que parte da proposta do Google Glass era exatamente permitir que a AR fosse algo acessível a qualquer momento. Está perdido? Basta um comendo de voz para o mapa surgir bem diante dos seus olhos, mas sem tirar as coisas ao seu redor do seu campo de visão. É algo que vem para complementar nossos sentidos.

Por outro lado, não é possível sair de casa com um Rift. Primeiro porque seria ridículo e você correria o grande risco de ser assaltado, mas também porque você não teria a menor noção do que estaria acontecendo à sua volta. Mesmo na sua casa, ele cria um mundo tão imersivo que você não vai ser capaz de encontrar o sofá e as paredes — portanto, jogue sempre sentado para evitar acidentes.

Cada um no seu quadrado

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Agora que o conceito por trás de cada uma dessas tecnologias já está bem definido, chegou a hora de entender suas aplicações reais. Em termos atuais, tudo ainda é muito pequeno e pouco representativo, mas há grandes promessas para o futuro.

A realidade virtual, por exemplo, começa a dar seus primeiros grandes passos só agora. Como ela depende de um equipamento exclusivo para criar a imersão desejada, ainda não tivemos nada que fosse eficiente nesse ponto. O mais perto que chegamos no passado foi com o Virtual Boy, um console gigantesco e absurdo da Nintendo que era tão ruim que fez com que ninguém quisesse saber do VR por quase duas décadas.

Ainda assim, o Oculus Rift conseguiu ressuscitar esse interesse e desenhar um novo futuro para o conceito. Basta ver a quantidade de jogos que estão sendo anunciados, além de outras propostas igualmente inovadoras. Exemplo disso é que já tem diretor de cinema com essa tecnologia em mente, permitindo que o espectador não fique mais preso apenas a uma única imagem, mas a todo o cenário à sua volta. Afinal, por que ir até Chernobyl para conferir os efeitos da radiação na cidade quando você pode fazer um passeio virtual por lá sem sair do seu sofá? Mesmo no Brasil, alguns fotógrafos registraram o desastre na cidade de Mariana a partir de câmeras em 360º para que as pessoas vissem o que restou do local com a ajuda do VR.

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A realidade aumentada é igualmente nova, mas já teve algumas investidas interessantes e recentes. O já citado Google Glass foi uma das propostas mais ousadas para o conceito, trazendo uma ideia que parecia ter sido retirada da ficção científica. O próprio Nintendo 3DS tem alguns jogos em sua memória que se aproveitam do conceito do AR, colocando alvos espalhados pela sua casa para que você os destrua com alguns disparos feitos pelo portátil.

E o futuro da realidade aumentada não é algo que se resume ao HoloLens. Ainda que os óculos da Microsoft sejam a utilização mais impressionante no momento, a tecnologia pode ser aplicada em diferentes setores e de infinitas maneiras. Uma das mais interessantes e que pode se tornar realidade muito em breve é o uso da AR em carros. Já imaginou um automóvel que projeta informações de trânsito diretamente no para-brisas?

Parece loucura, mas ver o GPS integrado à própria estrada e informações do trânsito sem precisar tirar os olhos da estrada é o tipo de coisa que pode mudar nossas vidas com a popularização dessa tecnologia.

Desdobrando o futuro

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Além do preço exorbitante em seus primeiros anos — o Rift vai custar US$ 599 —, a única coisa que as duas realidades compartilham é que será preciso esperar um pouco para que possamos utilizá-las. Os primeiros óculos de realidade virtual, por exemplo, só chegam ao mercado a partir de março e abril. Já o HoloLens não tem previsão de lançamento definida.

De qualquer forma, esses dispositivos não marcam o início dessas tecnologias, mas sua retomada. São reinvenções de propostas anteriores, dessa vez mais elaboradas e com muito mais potencial. Assim, seguimos esperando e acreditando no potencial de cada uma delas.