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Ciência e futebol: o que é que a Brazuca tem?

Por| 20 de Maio de 2014 às 17h03

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Ciência e futebol: o que é que a Brazuca tem?
Ciência e futebol: o que é que a Brazuca tem?

É bem possível que todo mundo se lembre da infame Jabulani, a bola oficial da Copa do Mundo da África do Sul, bastante criticada, principalmente pelos efeitos estranhos que às vezes demonstrava em alta velocidade no ar. E a do Mundial do Brasil, qual é a diferença dela para a anterior? O pessoal da BBC avaliou características da Brazuca pra tirar essa dúvida.

A nova bola tem seis painéis, dois a menos que a Jabulani. Pra ter uma ideia, a Teamgeist, da Copa da Alemanha, de 2006, tinha 14 e as tradicionais têm 32. Com a união de estrutura simétrica em forma de hélice e nova superfície, capaz de criar mais aderência, a Brazuca pode oferecer mais estabilidade em campo.

Além disso, as emendas dos gomos da bola são cerca de três vezes menores que as da Jabulani. Isso é o que faz diferença para o aumento da rugosidade, o que, de acordo com especialistas, seria o aspecto mais importante da Brazuca.

"O mais importante em uma bola de futebol é seu grau de rugosidade, porque isso afeta a velocidade na qual se produz o máximo do chamado 'knuckling effect'", explica Rabi Mehta, especialista em aerodinâmica do centro de pesquisa Ames, da Nasa. Esse efeito é o que torna o movimento da bola imprevisível, faz com que ela mude de direção no ar ao alcançar certa velocidade.

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Como a Jabulani era mais lisa, o "knuckling effect" acontecia com mais facilidade porque coincidia a velocidade crítica do efeito com a velocidade típica dos tiros livres, em média a 80 km/h. Já a Brazuca atinge essa diferença a 48 km/h, o que confere comportamento semelhante às tradicionais bolas de 32 painéis. A rugosidade também ajuda a Brazuca a atingir maior distância.

Um outro efeito também pode fazer grande diferença entre a Jabulani e a Brazuca. "Quando a bola não gira ou gira muito pouco, temos o chamado efeito knuckling. Quando gira, temos o 'efeito Magnus', que faz com que a bola tenha o efeito de uma curva", explica Rabi Mehta, da Nasa.

Esse efeito acontece quando a bola gira sobre seu eixo e, ao avançar por uma corrente de ar, cada lado passa por uma velocidade distinta. A diferença de velocidade implica em diferença de pressão e ela recebe uma força lateral.

O "efeito Magnus", entretanto, é afetado pela altitude, em que a bola faz menos curvas. No Mundial do Brasil, isso pode fazer leve diferença apenas em Curitiba e em Brasília, pontos mais altos em relação ao nível do mar, com 934 metros e 1100 metros, respectivamente.