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Parcerias e comunidade são armas da Riot para abrir portas do CBLoL

Por| 12 de Setembro de 2019 às 11h30

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Parcerias e comunidade são armas da Riot para abrir portas do CBLoL
Parcerias e comunidade são armas da Riot para abrir portas do CBLoL

“E se você baixasse League of Legends agora, jogasse uma partida e já gostasse muito?”. A frase que estava nos primeiros segundos de uma propaganda recente da Riot Games no YouTube foi ouvida inúmeras vezes pelos gamers durante a utilização da plataforma. Mais que palavras vazias a favor da propaganda, porém, esse é um dos focos de atenção da companhia no momento atual, já que, em pleno CBLoL e diante da partida entre os melhores jogadores da categoria no Brasil, ela também deseja ver mais e mais gente entrando nesse cenário.

Para a empresa, não se trata apenas de angariar números, mas não é como se eles não fossem importantes também. Afinal de contas, são dezenas de milhões de pessoas jogando League of Legends todos os dias ao redor do mundo, além de uma média de um milhão de espectadores de torneios ao longo do final de semana, com recordes durante finais ou duelos decisivos. Para a Riot, também é importante dar aos jogadores a sensação de que eles, também, podem “chegar lá”.

“Muita gente vê os amigos vibrando com os torneios, acham divertido e acabam testando o game”, conta Roberto Iervolino, gerente-geral da Riot Games no Brasil, em entrevista ao Canaltech. “Nossa principal maneira de atrair jogadores é, justamente, o usuário que recomenda a outro. A entrada é até mais fácil dessa forma, já que é melhor chegar no jogo com um companheiro ensinando do que sozinho e sem fazer a menor ideia do que está acontecendo.”

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Isso também se deve ao próprio caráter de League of Legends, um título definido pelo executivo como fácil de ser explicado rapidamente, mas com um nível de variáveis e estratégias que o tornam incrivelmente complexo. A grande campanha no YouTube foi um experimento fora da curva para a Riot Games, que prefere investir na comunidade e nos eventos do que em propagandas tradicionais, como afirma Iervolino.

“Queremos que LoL dure décadas e por isso acabamos experimentando com mídias massivas também, na ideia de que a presença em um canal desse tipo vai chamar mais jogadores”, explica ele, citando a parceria com a SporTV para transmissão dos principais torneios da categoria como outro apoio de uma estratégia nesse sentido. Aqui, entretanto, a iniciativa vai mais além e é focada em mostrar que o cenário competitivo nacional e internacional é “coisa séria”.

A liga se lembra

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Foi com essa abordagem que, ainda em 2015, a desenvolvedora decidiu levar o Campeonato Brasileiro de League of Legends ao Allianz Parque, em São Paulo (SP), onde mais de 12 mil pessoas viram a paiN Gaming levar a taça em cima da INTZ. Era o início de um investimento de anos que nos trouxe até onde estamos hoje. “Desde cedo sabíamos que esse era um negócio que ia evoluir no Brasil e, por isso, investimos em um trabalho passo a passo que vem gerando frutos a cada ano”, complementa Iervolino.

Tanto que, hoje em dia, em vez de realizar um trabalho de convencimento, são as próprias empresas que procuram a Riot com o interesse de participar do CBLoL. Muitas delas, já próximas do público gamer ou jovem, também conhecem uma lição importante: quem chega primeiro pode ter vantagens e as pessoas sabem quem apoiou o cenário desde o começo.

Um exemplo claro dessa noção é a Dell, uma das patrocinadoras da edição 2019 do CBLoL, cuja final aconteceu no último final de semana no Rio de Janeiro (RJ). A empresa está ao lado da Riot não apenas na etapa nacional, mas também em outros torneios regionais e no Mundial, que neste ano será disputado na Europa a partir de outubro. Mais do que isso, é ela que fornece os monitores usados pelos atletas nas partidas decisivas.

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No palco da decisão do segundo split do Campeonato Brasileiro de League of Legends, por exemplo, estava uma tela Alienware Gamer Free-Sync de 24,5 polegadas, um dos produtos de ponta da linha gamer da Dell. A ideia é que aqueles que querem estar na arena não apenas se espelhem em ídolos como brTT, micaO, Goku ou Shrimp para chegarem lá, mas também utilizem os mesmos equipamentos que eles.

“Os fãs ficam felizes em ver as marcas ajudando o cenário a crescer. Isso também traz mais relevância aos nossos produtos e nos ajuda a falar a mesma língua do nosso público”, explica Sâmia Buffara, gerente de marketing da área de games da Dell no Brasil, ao Canaltech. De acordo com ela, os setores de jogos e eSports estão no topo da lista dos maiores investimentos globais feitos pela companhia, que tem presença não apenas no CBLoL, mas também em torneios oficiais de Counter-Strike: Global Offensive.

Buffara explica também que, ao se posicionar ao lado de nomes importantes do cenário, como desenvolvedoras e influenciadores, as marcas também garantem um intermediário interessante. “Queremos mostrar para os nossos clientes que estamos apoiando o que eles mais gostam e ter parceiros relevantes assim é importante para passar uma mensagem mais sólida”, completa.

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Por outro lado, nem sempre é fácil. Na tentativa de jogar como brTT e o Flamengo, campeão da segunda etapa do CBLoL 2019, o jogador pode se deparar com questões um bocado proibitivas. O monitor Alienware citado pode ser a melhor opção para aquelas partidas competitivas de League of Legends, mas o preço de R$ 2.138 é uma pedreira tão grande quanto a INTZ, adversária dos rubro-negros na final.

Para lidar com isso, a Dell pensa em algo como uma escada, que leva os jogadores desde as categorias mais básicas até os equipamentos usados pelos jogadores profissionais. “O jogador pode não comprar um notebook Alienware, mas pode optar por um teclado ou mouse, por exemplo. Aos poucos, vai percebendo que a tecnologia faz a diferença e pode ir subindo nessa escala”, completa Buffara.

Caminho para o estrelato

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Para chegar em algum lugar no cenário competitivo de League of Legends, entretanto, não basta apenas ter equipamentos de ponta, é preciso jogar como os grandes. E essa é mais uma rota na qual a Riot quer garantir presença, dando apoio a circuitos regionais e competições menores, mesmo aquelas com um caráter apenas amistoso. “A ideia é que qualquer pessoa pode, efetivamente, chegar lá”, afirma Iervolino.

Os organizadores de torneios amadores de LoL podem entrar em contato com a Riot Games em busca de apoio, que pode vir de diferentes formas de acordo com a escala da competição. Esse suporte pode vir na forma de banners e imagens oficiais de divulgação, pontos para compra de skins e personagens para premiar os vencedores ou até mesmo o uso de servidores dedicados exclusivamente para o cenário competitivo.

Ao mesmo tempo, porém, a desenvolvedora deixa que os jogadores se organizem e criem suas próprias dinâmicas. “Queremos estar ao lado da comunidade, mas também dar liberdade a ela”, completa. “Nos envolvemos mais diretamente, apenas, quando começamos a nos aproximar do topo da pirâmide, no caminho para o CBLoL e outras competições oficiais”.

A estratégia funcionou. De acordo com Iervolino, existem hoje de 50 a 100 torneios amadores “certificados” pela Riot Games em todo o Brasil, com milhares de times espalhados pelo nosso território. Participando de competições oficiais, todos têm a chance de disputarem o Circuito Desafiante, espécie de segunda divisão do CBLoL e, se saírem bem, vão para o Brasileiro e, depois, para o Mundial.

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Hoje, essa vaga é do Flamengo, que, como dito, derrotou a INTZ por 3 a 2 na final do Campeonato Brasileiro de League of Legends. Com o final do ano, porém, tudo recomeça e as chances estão novamente abertas. Amanhã, pode ser você no topo, e a Riot Games quer garantir que isso aconteça, bastando, apenas, ser o melhor.