Fórmula 1 anuncia seu próprio serviço de streaming, mas não inclui Brasil
Por Felipe Demartini | 27 de Fevereiro de 2018 às 18h50
A Fórmula 1 anunciou nesta terça-feira (27) o lançamento do F1 TV, seu serviço de streaming oficial. Com liberação prevista para o começo de 2018 – provavelmente, a tempo do início da temporada deste ano, cuja primeira corrida acontece em 25 de março –, a plataforma estará disponível globalmente, mas sua principal função (a transmissão ao vivo das provas) somente poderá ser acessada em um número limitado de países. O Brasil, infelizmente, não está incluído.
No lançamento, a plataforma terá três categorias de assinatura. Na mais barata, chamada de F1 TV Acces, os usuários terão acesso a comentários, melhores momentos das corridas, cronometragem ao vivo e materiais de arquivo, com corridas clássicas e conteúdos exclusivos. É esse o pacote que estará disponível de forma mais abrangente.
O ouro, entretanto, está nas outras duas opções. No pacote intermediário do F1 TV, os assinantes poderão assistir às corridas ao vivo e na íntegra, bem como aos treinos livres e classificatórios, com narrações em quatro idiomas – inglês, francês, alemão e espanhol –, além de terem acesso às câmeras que mostram a perspectiva dos pilotos. Coletivas com os pilotos e entrevistas individuais também estarão disponíveis.
Já na categoria mais cara, F1 TV Pro, tudo isso estará disponível, bem como algumas câmeras exclusivas e mais opções de personalização, com destaque para a sobreposição de telas. Assim, se desejar, o usuário poderá assistir não apenas à transmissão geral da prova, mas também ficar de olho nas câmeras on-board de seus pilotos preferidos e personalizar a experiência da maneira que desejar.
Também fazem parte dos serviços de assinatura as transmissões de provas de apoio ou aceso, que normalmente, acontecem nos intervalos entre os treinos ou antes da corrida principal. É o caso de categorias como Formula 2, GP3, Porsche Supercup e outras, que também contarão com streamings ao vivo e comentários exclusivos – uma boa notícia para os fãs, já que muitas vezes, tais eventos nem mesmo são transmitidos pela televisão.
Toda a ação poderá ser vista tanto pelo computador quanto pelo celular, com aplicativos já em desenvolvimento para iOS e Android. Além disso, a Fórmula 1 cita versões específicas para set-top boxes da Amazon e Apple, com a mesma assinatura sendo compartilhada entre todos sem custo adicional.
A Liberty não revelou os preços específicos das categorias, mas afirmou que a mais cara delas custará entre US$ 8 e US$ 12 por mês (ou seja, de R$ 26 a R$ 38). Valores equivalentes serão aplicados ao redor do mundo e ajustados anualmente, de acordo com o mercado local e questões relacionadas a licenciamento. Desde já, a empresa garante uma coisa: tudo vai funcionar sem anúncios.
Brasil de fora
O contrato com a TV é, inclusive, o que faz com que a principal vantagem do F1 TV esteja indisponível aos brasileiros. Por aqui, os direitos de transmissão da Fórmula 1 são de propriedade da Rede Globo, que exibe as corridas tanto em emissora aberta quanto no canal fechado SporTV, bem como por meio de um aplicativo próprio.
Esse trabalho, entretanto, é feito de maneira incompleta. A Globo exibe apenas a corrida, mas somente quando o horário da prova não entra em conflito com a transmissão do futebol. É o que acontece, por exemplo, nas provas do Canadá ou Estados Unidos, que, devido ao fuso-horário, acontecem à tarde. Nestes casos, apenas um compacto é exibido na madrugada de domingo para segunda.
Situação semelhante, inclusive, vai acontecer no Reino Unido, um dos países líderes em audiência da Fórmula 1. Por lá, a transmissão da Fórmula 1 é de exclusividade da Sky Sports e deve permanecer como tal, já que o contrato também abrange o streaming por meio da internet.
O lançamento do F1 TV foi citado como o maior investimento em tecnologia já feito na história da Liberty, que adquiriu os direitos sobre a categoria em meados de 2016 – desde então, inclusive, os fãs vinham aguardando o lançamento de uma plataforma de streaming. A liberação de uma plataforma própria segue a tendência do mercado, com boa parte das principais ligas esportivas do mundo já contando com sistemas próprios de transmissão por assinatura.
Fonte: Fórmula 1, Grande Prêmio