Extreme E | Conheça corrida de carros elétricos que chega à temporada 3

Os carros elétricos estão se tornando cada vez mais comuns nas ruas e, agora, também começam a tomar conta do mundo do automobilismo. Além da Fórmula E, que muitos já conhecem e que terá seu primeiro ePrix no Brasil em 2023, existe uma categoria ainda mais radical, que neste fim de semana dará início à temporada 3: a Extreme E.

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Se você ainda não ouviu falar da Extreme E, saiba que ela tem atraído cada vez mais atenção, e não à toa conta com Lewis Hamilton, multicampeão nas pistas de Fórmula 1, como um dos donos de equipe. Além do britânico, outros nomes que já passaram pelo “circo da F1” também marcam presença na categoria que é reconhecida pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), como Jenson Button, Nico Rosberg (donos de equipe) e Heikki Kovalainen (piloto).

A Extreme E começou a ser disputada em 2021, com etapas na Arábia Saudita, Senegal, Groenlândia, Itália e Grã-Bretanha. Em linhas gerais, trata-se de uma competição off road, ao melhor estilo rally, disputada por duplas de pilotos, que devem ser obrigatoriamente formadas por um homem e uma mulher, em carros movidos a energia limpa. As corridas são disputadas em regiões remotas, que sofrem com as mudanças climáticas do planeta.

Para a temporada 2023, que terá as primeiras duas etapas disputadas neste sábado e domingo (11 e 12 de março), em Neom, na Arábia Saudita, a expectativa é ver como se saem a Rosberg X Racing, campeã em 2021, e a X44 Carbon Racing, equipe de Lewis Hamilton, que faturou o título em 2022.

De acordo com os organizadores do evento, a prova em Neom tem importância estratégica para posicionar o país como líder em desenvolvimento sustentável global:

“Além de ser um centro de sustentabilidade, empreendedores e líderes empresariais, o Neom também está definido para ser o lar dos esportes de aventura, criando comunidades ativas e um destino anfitrião para esportes dinâmicos e desafiadores, e o Extreme E está entre os primeiros”.

Como são as corridas da Extreme E?

As corridas da Extreme E têm uma configuração diferente das provas tradicionais do automobilismo. Não são como as provas da Fórmula 1, marcadas por um número determinado de voltas, ou longas como as de Endurance, que chegam a durar 24 horas em alguns casos. Elas são compostas por duas voltas, e o total do percurso não costuma ultrapassar 14 quilômetros de extensão.

Em Neom, que receberá a prova inaugural de 2023, o traçado do X Prix, localizado às margens do Rio Vermelho, apresenta 3,4 quilômetros de extensão e é formado por dunas, saltos e uma longa reta que acompanha a costa.

Cada um dos pilotos do carro precisa, obrigatoriamente, dar uma volta completa no circuito. A troca de motorista é feita em um ponto predeterminado, e pode levar no máximo 3 minutos.

As provas são disputadas em duas etapas de qualificação (Q1 e Q2), cada uma delas com duas baterias, e obedecem ao seguinte formato:

• Os 5 melhores avançam para a final;
• Os 5 piores disputam a “corrida da redenção”;
• O vencedor de cada bateria de qualificação leva um ponto extra na classificação.

O formato acima acontecerá no sábado e no domingo, o que significa que dois vencedores serão coroados em cada fim de semana de corrida.

Equipes e pilotos da Extreme E

A temporada 2023 da Extreme E será disputada por 10 equipes diferentes e por 20 pilotos, sendo 10 homens e 10 mulheres.

Veja quem serão os participantes que começarão a acelerar forte a partir deste sábado, na Arábia Saudita.

Como são os carros da Extreme E?

Os carros da Extreme E são SUVs 100% elétricos batizados de Odissey 21. Todas as equipes contam com carros exatamente iguais, preparados pela Spark Racing Technology e diferenciados somente pelas pinturas das carrocerias. Isso significa que, para se destacar, vale o talento dos pilotos e as estratégias de cada equipe.

O Odissey 21 é um SUV imponente, que mede 4,40 metros de comprimento, 1,86m de altura e 2,30m de largura. O peso deste “monstro” ecologicamente correto é de 1.780 quilos e a potência dele é capaz de deixar muito esportivo tradicional no chinelo.

As configurações dos carros da Extreme E entregam aos pilotos 400 kW de potência, equivalente a 550cv. A bateria que alimenta os SUVs é de 54 kWh, produzida pela Williams Advanced Engineering, e os pneus, que precisam ser extremamente resistentes, são projetados para off road e fabricados pela Continental.

A tecnologia presente na fabricação do Odissey 21 conta com uma “mãozinha” brasileira, já que a estrutura tubular do chassi conta com nióbio em sua composição, e ele é fornecido pela CBMM, mesma empresa que trabalha com a Horwin Brasil no desenvolvimento de uma moto elétrica que promete recarregar as baterias em apenas 10 minutos.

Os amortecedores dos SUVs elétricos que participam da Extreme E são fabricados pela Fox e a “carroceria”, ou a “casca”, é produzida em um produto bastante sustentável e leve, a fibra de linho natural, também já utilizadas em modelos mais tradicionais de esportivos, como o Porsche 718 Cayman GT4.

Como são os pitstops?

Apesar de serem relativamente rápidas, as corridas da Extreme E podem precisar de pitstops, caso os SUVs elétricos necessitem de recarga. Para isso, há pontos instalados em cada um dos boxes das equipes, e o trabalho dos mecânicos é plugar o cabo no receptor, que fica na parte de trás do SUV elétrico.

Calendário da Temporada 3

A temporada 3 da Extreme E terá 10 etapas, que serão disputadas em cinco finais de semana diferentes, em locais distintos. O primeiro desafio será na Arábia Saudita, em um complexo construído do zero para receber o evento.