China ironiza Trump e sugere que ele use um smartphone da Huawei

O governo da China ironizou Donald Trump e sugeriu que ele substitua seu iPhone pessoal por um celular da Huawei. A fala vem após a revelação, pela imprensa americana, de que o smartphone do presidente dos EUA estaria comprometido por espiões chineses, que teriam acesso a ligações e outras informações disponíveis no dispositivo.

A fala, na realidade, faz parte de mais uma negativa, na qual o governo chinês nega estar envolvido em qualquer operação de espionagem contra o governo dos Estados Unidos. Segundo Hua Chunying, diretora do departamento de comunicação do ministério das relações exteriores da China, os americanos estão brigando com o restante do mundo para ver quem ganha o Oscar de melhor roteiro e, por isso, os relatos se tornam cada vez mais mirabolantes.

A piada de Hua em relação à Huawei tem a ver com os recentes banimentos implementados por Trump sobre o uso de dispositivos da marca em prédios federais e implementações de infraestrutura. A pressão política reduziu significativamente a presença de uma das maiores fabricantes asiáticas nos Estados Unidos, com direito, até mesmo, a uma grande operadora como a AT&T cancelando o lançamento do topo de linha Mate 10 Pro.

A atitude teria a ver, justamente, com as ligações entre a Huawei e o governo chinês, com o departamento de defesa norte-americano acreditando que os dispositivos da marca representariam perigo à segurança nacional por possivelmente conterem brechas usadas por hackers. A companhia negou qualquer hipótese desse tipo e disse que seus aparelhos estão de acordo com os mais altos padrões de qualidade e segurança.

Em reportagem publicada nesta quarta-feira (24), o jornal The New York Times afirmou que não apenas espiões chineses, mas também russos, estariam espionando o iPhone pessoal de Trump, usado por ele para ligações pessoais a amigos, apoiadores e parceiros de negócios. O próprio Serviço Secreto teria orientado o presidente a não utilizar um aparelho desprotegido, mas ele insiste, o que leva a um grande perigo caso informações confidenciais ou sensíveis sejam discutidas por essa via.

As fontes da possível espionagem viriam das próprias agências de inteligência do governo americano. A China estaria realizando essa operação de olho na guerra comercial que trava com os Estados Unidos, enquanto a Rússia permaneceria apenas “de olho” devido às relações próximas entre Trump e o governo de Vladimir Putin, o que não apenas impediria, mas tornaria desnecessária uma espionagem dessa categoria.

Fonte: The Washington Post