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Brasil e Reino Unido enfrentam impasse após detenção de brasileiro em aeroporto

Por| 19 de Agosto de 2013 às 18h43

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Brasil e Reino Unido enfrentam impasse após detenção de brasileiro em aeroporto
Brasil e Reino Unido enfrentam impasse após detenção de brasileiro em aeroporto

Na tarde dessa segunda-feira (19), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, conversou por telefone com seu homólogo britânico, William Hague, a respeito da detenção de David Miranda no aeroporto de Londres.

O brasileiro é companheiro do jornalista do diário inglês The Guardian, Glenn Greenwald, que divulgou informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano. Apesar de ter considerado a detenção de David injustificável, Patriota disse que após a conversa dessa tarde, os representantes dos dois países permanecerão em contato na busca de uma solução para o impasse envolvendo o assunto, conforme informações da Agência Brasil.

"Esta continua sendo uma questão operacional da Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres)", alegou o ministro britânico por meio de nota oficial. "O Reino Unido e o Brasil têm uma forte relação bilateral. Nós trabalhamos em estreita parceria em diversas áreas, incluindo comércio e investimento, educação e energia. Continuamos a discutir uma vasta gama de questões de importância mútua para a política externa e para a agenda de segurança internacional", diz o embaixador britânico, Alex Ellis, no comunicado.

A detenção e o interrogatório do brasileiro no aeroporto de Londres só foi possível graças a legislação britânica de combate ao terrorismo. Porém, até o momento nenhuma justifica plausível para encaixar David no perfil de possível terrorista foi oferecida pelas autoridades britânicas.

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De acordo com o próprio The Guardian, cerca de em 97% dos casos baseados no mesmo código as entrevistas com os suspeitos duraram menos de uma hora, enquanto o brasileiro precisou ficar retido por nove horas, o prazo máximo para liberação de um detido sob suspeita de terrorismo.

"Continuamos a assistir alguns desmandos e desvios nessa questão do combate ao terrorismo. Reconhecemos que é um combate legítimo, que precisa ser articulado de forma a impedir que vidas inocentes sucumbam a atos de violência gratuita, mas também precisa se inspirar nos ideais de multilateralismo, direito internacional e racionalidade", acrescentou Patriota.

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