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Trio de exoplanetas potencialmente habitáveis pode ter luz zodiacal

Por| Editado por Patricia Gnipper | 21 de Janeiro de 2022 às 14h20

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Reprodução/ESO/Yuri Beletsky
Reprodução/ESO/Yuri Beletsky

É possível que a luz zodiacal, um cone luminoso de luz refletida em partículas de poeira, ocorra em alguns exoplanetas potencialmente habitáveis. Esta é a conclusão de um estudo liderado por Jian Ge, astrônomo do Shanghai Astronomical Observatory, na China, junto de colegas dos Estados Unidos. Eles descobriram sistemas estelares cujos dados sugerem discos de detritos, que talvez possam formar a luz zodiacal.

Geralmente, a luz zodiacal pode ser observada em regiões de latitude média, antes do amanhecer durante o outono e no crepúsculo, na primavera. Ela vem da luz solar sendo refletida nas partículas de poeira presentes no Sistema Solar, vindas de fragmentos deixados por asteroides e cometas. De acordo com a equipe do estudo, é possível que ela possa ser observada nos céus de exoplanetas.

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Ge explica que, se a luz zodiacal puder ser detectada em um sistema planetário distante, é possível que este sistema tenha objetos como asteroides e cometas, que não poderiam ser identificados diretamente de outras formas. Além disso, a ocorrência da luz por lá pode ajudar também os pesquisadores que estudam como estas vizinhanças exóticas podem ser.

Para o estudo, Ge e seus colegas analisaram 47 exoplanetas potencialmente habitáveis, estudados pelo telescópio espacial Kepler. Eles reuniram dados de origens variadas para cada um deles, que ajudou a determinar quais sistemas planetários brilhavam mais na luz infravermelha do que se esperava. Depois, a equipe investigou outros fatores que pudessem influenciar a possível ocorrência da luz zodiacal por lá.

Como resultado, o processo mostrou que Kepler-69c, Kepler-1229b e Kepler-395c podem, de fato, ter luz zodiacal, que deve variar entre os mundos. "Você pode imaginar a luz zodiacal bem vermelha”, sugeriu ele sobre o exoplaneta Kepler-1229b, que orbita uma estrela anã vermelha. Kepler-395c também orbita uma estrela do tipo, de modo que é possível que a luz zodiacal por lá também seja avermelhada.

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Já em Kepler-69c, um exoplaneta maior que Vênus e com atmosfera e superfície possivelmente semelhantes àquelas do nosso vizinho, a luz pode ser esbranquiçada; entretanto, seria difícil vê-la em função da atmosfera espessa. Como há somente três candidatos à luz em meio a quase 50 exoplanetas, os autores não afirmam que a luz zodiacal é algo típico de exoplanetas potencialmente habitáveis — talvez isto mude com o uso de instrumentos mais potentes. “Quando a sensibilidade aumentar, talvez possamos ver mais sistemas com emissões de poeira mais fracas”, disse Ge.

Fonte: CAS; Via: Space.com, Astronomy