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Telescópio TESS encontra cinco objetos "no limite" entre estrelas e anãs marrons

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Agosto de 2021 às 15h18

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Desde 2018, o telescópio espacial Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA, segue em busca de exoplanetas. Assim, ao trabalhar com dados coletados pelo TESS, somados a outros obtidos por telescópios em solo, uma equipe internacional de astrônomos encontrou cinco objetos companheiros orbitando as estrelas TOI-148, TOI-587, TOI-681, TOI-746 e TOI-1213 — e, curiosamente, os objetos estão bem no limite que separa as anãs marrons das estrelas de baixa massa.

Chamamos de “anãs marrons” os objetos que têm massa intermediária entre aquela dos planetas e das estrelas — contudo, o limite exato dessa massa continua um motivo de debate entre os astrônomos, até porque elas são bastante parecidas com as estrelas de baixa massa. Também conhecidas como “estrelas fracassadas”, as anãs marrons não são massivas o suficiente para fundir hidrogênio em seu interior, que produziria a luz típica das estrelas. Além disso, a determinação da massa mínima necessária para a fusão de hidrogênio no interior delas depende da composição do objeto em questão, ou seja, esse limite pode mudar.

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Assim, no novo estudo, uma equipe internacional liderada por cientistas da University of Geneva, em colaboração com pesquisadores de outras instituições, encontrou cinco objetos com massa próxima desse limite. Eles orbitam cinco estrelas diferentes, com período orbital de 4,8 a 27,2 dias, massa equivalente de 77 a 98 vezes a de Júpiter e raio de 0,81 e 1,66 daquele do gigante gasoso. Além disso, a estimativa da massa aproxima os objetos do limite mínimo de 73 a 96 massas de Júpiter para a realização da fusão de hidrogênio, estimado para diferenciar as anãs marrons das estrelas de baixa massa.

Segundo a Dra. Monika Lendl, co-autora do estudo, cada descoberta traz mais pistas sobre a verdadeira natureza das anãs marrons, auxiliando na compreensão da formação delas e de por que são tão raras. François Bouchy, professor da universidade, explica que uma das pistas proporcionadas pelos objetos encontrados é a relação entre o tamanho e idade deles. “As anãs marrons devem encolher ao longo do tempo, conforme queimam as reservas de deutério e esfriam”, explicou. “Aqui, descobrimos que os dois objetos mais velhos têm raio menor, enquanto os dois mais jovens têm raios maiores”, disse, em um comunicado.

Por outro lado, os objetos estão tão próximos do limite que eles poderiam muito bem ser estrelas de massa baixa, tanto que os astrônomos não têm certeza de que realmente são anãs marrons. “Mesmo com esses objetos adicionais, ainda não temos números para estabelecer conclusões definitivas sobre as diferenças entre as anãs marrons e estrelas de baixa massa”, explicou Grieves. “Mais estudos serão necessários para descobrirmos mais”, concluiu ele.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

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Fonte: Université de Genève, Sci-News