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Tecnologias inovadoras e de baixo custo são a aposta para a exploração de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Setembro de 2021 às 12h35

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech
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As grandes agências espaciais seguem desenvolvendo missões ambiciosas e complexas para avançar na exploração espacial, que exigem custos altíssimos para serem executadas. Por outro lado, há um número crescente de cientistas trabalhando em novas tecnologias que prometem grandes resultados, e exigem investimentos menores. Parte disso se deve ao programa Small Innovative Missions for Planetary Exploration (SIMPLEx), da NASA, que vem rendendo missões promissoras e com menores custos.

Hoje, a humanidade já passa dos 60 anos de exploração de Marte e ainda há perguntas cujas respostas só podem ser obtidas por humanos ou robôs enviados para lá. “A NASA sempre foi uma agência com muita aversão a riscos, o que é completamente compreensível, já que são os dólares dos impostos sendo gastos”, explica Robert Lillis, diretor associado de ciência planetária e astrobiologia no laboratório de ciências espaciais na Universidade da Califórnia.

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Pois bem: é aqui que entra o programa SIMPLEx, iniciativa criada para dar apoio à produção de investigações científicas que exijam voos espaciais por meio de pequenas naves. Para isso, o programa facilita a realização de projetos de ciência planetária a apenas uma fração dos custos de outras missões espaciais — as do programa Discovery, também da agência espacial, são voltadas para o apoio a projetos ambiciosos e de custo relativamente baixo, que pode chegar a aproximadamente US$ 500 milhões. Assim, para Lillis, a SIMPLEx serve também como um caminho para investigar os possíveis resultados entre custo e riscos.

Eficiência e baixo custo

Diversas missões seguem em desenvolvimento através do programa. Uma delas é a Escape and Plasma Acceleration and Dynamics Explorers (EscaPADE), idealizada através do SIMPLEx e que promete entregar grande retorno científico e econômico. A ideia é que as naves gêmeas Blue e Gold sejam enviadas a Marte para estudar a magnetosfera do planeta e como os ventos solares removeram a atmosfera marciana. Tudo isso ficará abaixo dos US$ 80 milhões, e irá oferecer uma perspectiva estéreo do sistema atmosférico de Marte.

Já o conceito da missão Small High Impact Energy Landing Device (SHIELD) propõe uma tecnologia que permitiria pousar em Marte com segurança e suavidade. "O SHIELD é, basicamente, um lander e um amortecedor em um só", explica Louis Giersch, investigador primário. Nathan Barber, engenheiro de sistemas no SHIELD, diz que a missão poderia ser levada como um único lander ou até vários, em um único lançamento. "Um lander de baixo custo como o SHIELD pode permitir medidas em tempo real ou exploração de novos caminhos, para obter informações críticas para missões maiores e mais caras", disse.

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Barber considera que o atual aumento de acesso ao espaço é algo empolgante por significar mais oportunidades para a ciência em Marte. “Se uma nova classe de missões interplanetárias de baixo custo for concretizada, elas iriam incentivar um conjunto ainda mais diversificado de investigações, fornecendo oportunidades para novos cientistas e engenheiros no início de suas carreiras”, comentou. Além disso, as missões realizadas por naves menores, com menor custo, poderiam conduzir ciência de classe comparável àquela das campanhas de retorno de amostras do Planeta Vermelho.

Muito dessa mudança de paradigma na relação entre capacidades e custos resulta de fatores diversos, como a diminuição nos custos dos lançamentos, proporcionada por missões compartilhadas e a emergência de pequenos veículos de lançamentos. Em paralelo, há ainda o potencial da exploração aérea de Marte, motivada pelos vários múltiplos voos de sucesso do helicóptero Ingenuity.

Shannah Withrow-Maser, líder de sistemas de veículo do helicóptero Mars Science, afirma que a comunidade está, agora, começando a ter uma ideia do que pode ser feito com a exploração aérea. "Uma nave rotorizada nos permite ir muito mais longe e mais rápido; novas plataformas de veículos podem ser catalisadores de todos os tipos de ciência. Acho que estamos em uma boa posição para aproveitar qualquer oportunidade que aparecer", disse.

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Fonte: Space.com