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Sistema "inverso": planetas orbitam estrela na direção contrária à sua rotação

Por| 17 de Fevereiro de 2021 às 14h40

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Reprodução/Christoffer Grønne
Reprodução/Christoffer Grønne

Uma equipe de astrônomos de instituições variadas identificou um sistema planetário curioso: localizado a quase 900 anos-luz de distância de nós, dois planetas do sistema orbitam a estrela principal na direção “contrária” à da rotação dela. É possível que essa arquitetura orbital seja o resultado de uma estrela vizinha afetando o disco protoplanetário, a estrutura formadora dos planetas.

Este sistema tem comportamento bem diferente daquele que observamos no nosso. Para comparação, considere o Sol: o eixo de rotação da nossa estrela tem inclinação de apenas 6º, que, quando comparado às órbitas dos planetas vizinhos, mostra que eles giram praticamente na mesma direção da rotação solar. Isso reforça a teoria de que estes movimentos foram herdados de uma mesma nuvem molecular colapsada.

Já o sistema K2-290 é formado por três estrelas e dois planetas, que orbitam a estrela principal K2-290 A. De acordo com os pesquisadores, quando comparado à órbita dos dois planetas, o eixo rotacional da estrela tem inclinação de 124º, o que significa que ela gira na direção oposta à da órbita dos planetas. Este não é o primeiro caso de um sistema “inverso”, já que os primeiros do tipo foram identificados há uma década; contudo, o que mais chamou a atenção da equipe é o motivo por trás disso.

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Rebekah Dawson, co-autora do estudo, explica que os planetas se formam a partir do disco protoplanetário, uma formação circular e rotativa que gira em torno de uma estrela jovem. Geralmente, ambos se movem na mesma direção, mas isso pode mudar no caso de existir uma estrela vizinha, porque a força gravitacional pode afetar a inclinação do disco. Esta estrela estaria à distância de aproximadamente 1 ano-luz.

Esse cenário foi proposto pela primeira vez em 2012, e o sistema planetário encontrado pelos pesquisadores parece colocá-lo em prática: "após descobrirmos o sistema K2-290, percebemos que ele é ideal para testar essa teoria, porque é orbitado por dois planetas e tem duas estrelas", explica Teruyuki Hirano, co-autor.

A descoberta traz algumas implicações, sendo que a primeira delas é que não seria mais possível considerar que as condições ideais da formação planetária indicam um alinhamento entre a rotação da estrela e das órbitas dos planetas. Além disso, o mecanismo de inclinação do disco protoplanetário pode ser aplicado a planetas de qualquer tamanho, então é possível que exista um exoplaneta do tamanho da Terra que orbita os pólos norte e sul de sua estrela.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: NewsScientist, Phys.org