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Primeiros resultados da missão Juno são revelados pela NASA

Por| 26 de Maio de 2017 às 14h55

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NASA
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Nesta quinta-feira (25) foram divulgados os primeiros resultados científicos referentes a missão Juno, da Nasa, que está explorando Júpiter. De acordo com as informações, os dados coletados vêm surpreendendo aos pesquisadores: "É um Júpiter totalmente novo", resumiu Socott Bolton, cientista-chefe da missão. A sonda, desde que chegou na órbita do maior planeta do Sistema Solar, tem registrado imagens inéditas e obtido detalhes sobre o campo magnético, gravidade, interior e auroras do grandalhão.

Entre as principais novidades descobertas está a aparência dos polos do gigante gasoso. Segundo os cientistas, os cinturões de nuvens das regiões equatoriais são, na verdade, repletos de ciclones de, aproximadamente, 1,4 mil quilômetros de diâmetro. Além disso, as nuvens localizadas no extremo do norte e do sul do planeta apresentam padrões bastante diferentes, ainda que os dois polos contem com tempestades de mais de 10 mil quilômetros.

"É surpreendente o quão diferente Júpiter é do que pensávamos. [...] Estamos vendo formações complexas e ciclones nos polos que não se parecem em nada com o planeta em seu equador, o Júpiter com seus cinturões que sempre amamos. E não sabemos se esta configuração é estável, se estes ciclones permanecerão como a Grande Mancha Vermelha, ativa há pelo menos 300 anos, ou se são temporários", desabafou Bolton.

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Como se não bastassem as descobertas sobre os polos, a sonda Juno também revelou aos pesquisadores que embaixo das nuvens no equador de Júpiter não há homogeneidade, e sim uma alta concentração de amônia variável que se estende a até 350 quilômetros de profundidade. "Nossa visão ingênua e simplista era de que nos planetas gigantes, assim que você passa da superfície e chega onde a luz solar não mais alcança, tudo seria apenas uma esfera de gás bem misturada e chata que pareceria a mesma para todo lado . Mas Júpiter é qualquer coisa menos isso. Na verdade, ele é muito complicado", explicou o cientista-chefe.

Para os investigadores, há ainda outros aspectos de Júpiter diferentes de outros gigantes gasosos. Sobre o campo magnético do planeta, os mapeamentos estão mostrando que há irregularidades de acordo com as regiões. "Quando observamos estas variações em pequenas escalas espaciais (do campo magnético), isso indica que talvez estejamos bem próximos da fonte. Isso pode significar que o dínamo está acima das camadas de hidrogênio metálico, operando a partir do envelope de hidrogênio molecular acima, e isto é muito significativo", explicou Jack Connerney, responsável pelo estudo do campo magnético de Júpiter.

Outro ponto de concentração das investigações é a descoberta de um possível núcleo sólido em Júpiter, e a expectativa é de que as atuais medições da gravidade e do campo magnético ajudem os cientististas a desvendar o mistério. "Fomos para lá com uma noção preconcebida de como Júpiter deveria ser e estamos todos nos sentindo humildes diante da natureza. Estávamos simplesmente errados. Precisamos repensar como os planetas gigantes funcionam, e isso é importante não só para nosso sistema, já que eles são comuns em torno de outras estrelas. E a Juno é a ferramenta certa para este trabalho, com os instrumentos certos e a órbita certa", finalizou Bolton.

Fonte: NASA