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Pesquisadores querem descobrir se a vida poderia resistir à morte de uma estrela

Por| 16 de Setembro de 2020 às 18h40

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NASA/CfA/Mark A. Garlick
NASA/CfA/Mark A. Garlick

Hoje, não sabemos se a vida em algum planeta seria capaz de resistir ao processo de morte de sua estrela-mãe. Então, uma equipe de pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, quer utilizar o telescópio espacial James Webb para verificar se poderiam existir sinais de vida em planetas rochosos semelhantes à Terra em órbita de uma anã branca.

Quando um planeta orbita uma pequena estrela, ele produz sinais atmosféricos fortes quando passa na "frente" dela, e esses sinais são ainda mais fortes no caso das anãs brancas, formadas pelo núcleo que restou de uma estrela morta. Por isso, elas podem ser uma boa oportunidade para os astrônomos caracterizarem planetas rochosos. Lisa Kaltenegger, professora associada de astronomia no College of Arts and Sciences e diretora do Instituto Carl Sagan, explica que “se planetas rochosos existirem em volta de anãs brancas, poderia ser possível encontrar sinais de vida nos próximos anos”.

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É aí que o telescópio espacial James Webb entra. O instrumento deverá ser lançado em 2021 com o objetivo de buscar sinais de vida em exoplanetas rochosos. “O James Webb poderia encontrar água e dióxido de carbono em questão de horas em planetas semelhantes à Terra orbitando anãs brancas", diz Ryan MacDonald, co-autor principal do estudo. Então, apenas dois dias de observação com esse telescópio poderiam permitir encontrar bioassinaturas gasosas, como o ozônio e o metano.

Além disso, foi publicado nesta semana um artigo que comprova a existência de planetas orbitando anãs brancas. O planeta WD 1856+534b, trabalhado no estudo, é um gigante gasoso que não poderia fornecer suporte à vida — entretanto, sua existência sugere que existem planetas rochosos menores. Esses, sim, poderiam conter vida por existirem nas zonas habitáveis das anãs brancas. “Podemos imaginar um planeta rochoso como a Terra orbitando uma anã branca”, comenta MacDonald.

As implicações de encontrar sinais de vida em um planeta orbitando uma anã branca são profundas, explica Kaltenegger: acontece que a maior parte das estrelas conhecidas — incluindo nosso Sol — vai se transformar em anãs brancas. Então, fica o questionamento: e se a morte da estrela não significar o fim da vida? “Será que a vida poderia continuar mesmo com a morte do Sol? Sinais de vida em planetas orbitando anãs brancas poderia não só mostrar a tenacidade da vida, mas também um vislumbre do nosso futuro”, finaliza Kaltenegger.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters.

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Fonte: Cornell University