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O que alimenta os ciclones em Júpiter? Sonda Juno pode ter a resposta!

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Janeiro de 2022 às 17h30

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Os ciclones gigantescos ao redor dos pólos de Júpiter são formados pelos processos responsáveis pelo movimento da água nos oceanos da Terra. Esta é a conclusão de um novo estudo liderado por Lia Siegelman, oceanógrafa da Universidade da Califórnia, que ficou intrigada pelas semelhanças entre os ciclones de Júpiter e redemoinhos na Terra. Para o estudo, ela e seus colegas trabalharam com imagens obtidas pela sonda Juno, que estuda o gigante gasoso a partir de sua órbita.

Os ciclones polares de Júpiter chegam a até mil quilômetros de extensão e foram identificados pela primeira vez pela sonda Juno em 2016. Desde então, os cientistas vêm tentando entender o que estaria por trás deles. A principal “suspeita” era a convecção, um processo onde o ar quente se expande e sobe a altitudes mais altas e frias. Contudo, ainda faltava provar a existência deste processo por lá.

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Siegelman percebeu que os ciclones têm algumas semelhanças com os redemoinhos nos oceanos da Terra, que estudou em seu pós-doutorado. “Quando eu observei a riqueza da turbulência ao redor dos ciclones jovianos, com todos os filamentos e redemoinhos menores, isso me lembrou da turbulência que você vê nos oceanos, ao redor dos redemoinhos”, explicou ela.

Assim, Siegelman e seus colegas analisaram uma sequência de imagens dos ciclones do polo norte de Júpiter na luz infravermelha, que revela o calor emitido por um objeto. Eles conseguiram calcular a direção e velocidade dos ventos locais, rastreando também o movimento das nuvens. Depois, eles separaram áreas com uma cobertura fina de nuvens, que permitia enxergar mais fundo na atmosfera de Júpiter, daquelas ocultas por uma camada mais espessa.

No fim, a análise mostrou que o ar quente sobe e transporta energia para o interior da atmosfera, alimentando as nuvens que vão se tornar ciclones de grande escala parecidos com aqueles dos polos no planeta. Siegelman observou que entender o sistema de energia de Júpiter, que tem uma escala muito maior que o da Terra, é uma forma de entendermos também os processos que ocorrem por aqui.

Por exemplo, um mecanismo físico atuando em Júpiter pode revelar rotas de troca de energia que, talvez, existam por aqui, mas que ainda não foram identificadas pelos cientistas. “Poder estudar um planeta tão distante e encontrar física aplicável aqui é fascinante”, finalizou Siegelman.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Physics.

Fonte: Nature Physics; Via: Space.com, UC San Diego