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Novo estudo da NASA será usado para avaliar habitabilidade de exoplanetas

Por| 23 de Outubro de 2017 às 09h46

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Novo estudo da NASA será usado para avaliar habitabilidade de exoplanetas
Novo estudo da NASA será usado para avaliar habitabilidade de exoplanetas

A NASA criou um novo processo para ser aplicado ao se avaliar as condições de habitabilidade de um exoplaneta. Nas palavras de Yuka Fujii, do Goddard Institute for Space Studies (GISS), "usando um modelo que simula com mais realismo as condições atmosféricas, nós descobrimos um novo processo que controla a habitabilidade de exoplanetas e nos guiará na identificação para estudos futuros".

O estudo, que foi publicado no periódico científico The Astrophysical Journal na semana passada, usou um modelo que calcula condições em três dimensões, permitindo que a equipe simule a circulação da atmosfera e suas características de maneira que, até então, não era possível nos modelos anteriores, que simulavam essas condições somente na dimensão vertical.

Para suspeitar que um exoplaneta (ou seja, aqueles fora do Sistema Solar) seja capaz de abrigar algum tipo de vida como a conhecemos, é preciso haver água no estado líquido. E, para tal, o planeta deve estar situado na chamada zona habitável de seu sistema estelar – não muito perto, nem muito longe de sua estrela. Sendo assim, a água permanece em estado líquido por tempo suficiente para que a vida possa se desenvolver e prosperar. Quando perto demais de seu sol, ela se evapora e é enviada em direção ao espaço, sendo que, na estratosfera, o vapor de água é quebrado em seus componentes elementares (hidrogênio e oxigênio). Isso é chamado de "estado úmido de estufa".

Os modelos anteriores de análise de habitabilidade da agência espacial dos Estados Unidos previam que as temperaturas da superfície deveriam ser maiores do que as da Terra, mas essas temperaturas não seriam a única razão pela qual a água atingiria a estratosfera. Os autores do estudo explicaram que encontraram "um papel importante para o tipo de radiação que a estrela emite, e seu efeito sobre a circulação atmosférica de um exoplaneta na fabricação de seu estado úmido de estufa". Sendo assim, para os exoplanetas que estão muito próximos de suas estrelas, a radiação desse sol também influenciaria para que o planeta entrasse no estado de estufa úmido.

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A descoberta é especialmente relevante para se estudar planetas que orbitam estrelas de baixa massa, que são mais frias e escuras do que o nosso Sol. Para serem habitáveis, seus planetas devem estar muito mais perto da estrela do que a nossa Terra do Sol, mas, a uma distância tão próxima, esses planetas seriam fortemente afetados pela radiação estelar, já que, quanto mais fria é uma estrela, mais radiação ela emite. Ainda assim, um pouco de efeito estufa pode ser justamente o que se precisa para criar condições necessárias ao desenvolvimento da vida.

A partir de agora, astrônomos poderão contar com esses novos critérios determinados pela NASA para estudar exoplanetas que orbitam estrelas de baixa massa, que são as mais comuns em nossa galáxia. "A tecnologia atual será usada ao limite para detectar pequenas quantidades de vapor de água na atmosfera de um exoplaneta. Se houver água suficiente para ser detectada, isso provavelmente significa que o planeta está no estado úmido de estufa", explicou Anthony Del Genio, do GISS.

Fonte: NASA