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Nova técnica pode revelar idade de meteoritos com precisão e rapidez

Por| Editado por Patricia Gnipper | 27 de Outubro de 2022 às 10h54

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Carl Agee/University of New Mexico/NASA
Carl Agee/University of New Mexico/NASA

Um novo dispositivo da Thermo Fisher Scientific, empresa fornecedora de instrumentos científicos, promete determinar a idade de meteoritos e outros objetos com muito mais rapidez e precisão que os métodos convencionais. O instrumento foi testado por pesquisadores da Universidade de Chicago e do Museu Field de História Natural, que o usaram no meteorito NWA 7034, vindo de Marte.

Quando precisam estimar a idade de algum meteorito de interesse, os cientistas costumam trabalhar com isótopos. O método convencional consiste em pegar um pedaço da rocha e esmagá-la com um martelo e, depois, “dissolver minerais com compostos químicos e usar um laboratório especial ultra-limpo para processá-las, e depois levá-las a um espectrômetro de massa para medir os isótopos”, como explicou Maria Valdes, coautora do estudo que descreve a análise.

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O problema é que, além de levar semanas, o método ainda exige que parte da amostra seja destruída. Já a nova máquina desenvolvida pela Thermo Fisher Scientific promete reduzir significativamente o tempo, a toxicidade e quantidade da amostra destruída para o processo: o sistema usa um laser para vaporizar uma parte da amostra, formando um buraco do tamanho de um fio de cabelo. Depois, ela analisa os átomos de rubídio e estrôncio com um espectrômetro de massa.

Os pesquisadores testaram a nova técnica em um pedaço do meteorito também conhecido como "Beleza Negra", por causa de sua cor escura. A estrutura dele contém fragmentos mais claros que indicam rochas antigas presas ali, as quais parecem ter sido envolvidas pelos outros minerais em algum momento muito mais tardio ao longo da evolução de Marte.

No caso de Beleza Negra, estudos anteriores indicam que os componentes do meteorito se uniram e formaram uma única rocha em diferentes momentos. Assim, os autores levaram uma amostra do meteorito para testar a máquina: eles posicionaram a amostra inteira dela e escolheram um pequeno lugar para o teste da idade. Em questão de horas, descobriram que o fragmento pode ter chegado à sua forma final em 2,2 bilhões de anos.

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Dauphas explica que a ferramenta se saiu bem para solucionar a controvérsia da idade dele. “Quando você pega um pedaço da rocha para testar do jeito antigo, pode levar também outros fragmentos misturados, que podem afetar os resultados. Não temos este problema com a nova máquina”, observou. Os autores demonstraram grande interesse em usar a técnica para entender o passado de Marte.

Ainda, eles destacam o potencial dela para estudos das amostras de objetos espaciais que devem vir à Terra com missões futuras — como as amostras de Marte, coletadas pelo rover Perseverance. “Existem muitos meteoritos e artefatos preciosos que você não quer destruir”, acrescentou Dauphas. “Isso permite reduzir tremendamente o impacto das análises”.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Analytical Atomic Spectrometry.

Fonte: Analytical Atomic Spectrometry; Via: UChicago