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Metade água, metade rocha: conheça a nova classe de exoplanetas descobertos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Setembro de 2022 às 13h03

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ESA
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Uma equipe de astrofísicos liderada por Rafael Luque, pesquisador da Universidade de Chicago, descobriu uma nova classe de exoplaneta. O novo mundo parece ser composto por rocha e água — esta não parece estar presente na forma de oceanos, mas sim misturada em meio às rochas, ou em bolsões sob a superfície. Os mundos que entram nesta classe foram encontrados na órbita de estrelas anãs vermelhas.

Para o estudo, a equipe examinou a composição dos exoplanetas que orbitam anãs vermelhas, o tipo de estrela mais comum no universo. Eles analisaram 43 exoplanetas sobre os quais já tinham dados precisos de diâmetro e massa e, assim, estimaram a densidade deles, junto de suas possíveis composições.

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Luque explica que os exoplanetas analisados podem ser divididos em três grandes grupos: do total da amostra, 21 dos exoplanetas são rochosos e sete são gasosos. Além disso, eles descobriram seis exemplos do novo tipo de exoplaneta, com metade rochosa e metade aquosa em estado sólido ou líquido, que não parece ocorrer na forma de grandes oceanos na superfície.

“Foi uma surpresa ver evidências de tantos mundos com água orbitando o tipo mais comum de estrela na galáxia”, disse o autor, em referência às anãs vermelhas. Os modelos de formação planetária utilizados por eles sugerem que os exoplanetas identificados evoluíram de diferentes formas — os rochosos, por exemplo, podem ter sido formados de materiais relativamente secos, próximos de suas estrelas.

Já os planetas com água parecem ter nascido de material congelado, formados mais longe de suas estrelas. Depois, eles migraram para mais perto delas, onde os astrônomos os encontraram. Por fim, os exoplanetas gasosos também são ricos em água, e parecem ter sido formados de forma semelhante aos planetas com água — com a diferença de que eles eram mais massivos inicialmente, e podem ter apresentado atmosferas de hidrogênio e hélio.

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Novas pesquisas podem revelar mais informações sobre a composição e as propriedades dos exoplanetas. “Com o telescópio James Webb, vamos poder analisar a atmosfera deles — se a tiverem — e verificar como armazenam água”, sugeriu Luque. “Isso vai nos dizer muito sobre sua formação, evolução e estrutura interna”, finalizou.

Além disso, novos instrumentos instalados nos telescópios em solo podem ajudar os autores a descobrir se estes tipos de exoplanetas também podem ocorrer na órbita de estrelas maiores.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science.

Fonte: Science; Via: Space.com, University of Chicago