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Impactos de cometas podem ter trazido substâncias para a formação da vida

Por| 30 de Outubro de 2020 às 11h05

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Reprodução/Kid Candy/Pexels
Reprodução/Kid Candy/Pexels

O Big Bang é a teoria mais aceita sobre a formação do universo, tanto que há cientistas criando propostas para complementá-la. Entretanto, quando chegamos à questão da formação da vida em nosso planeta, é possível que haja fatores pequenos, porém cruciais envolvidos — é o que dizem Nicolle Zellner, professora de física, e Vanessa McCaffrey, professora de química. Elas desenvolveram um novo estudo, onde apresentam descobertas sobre a dispersão do glicolaldeído (GLA) no interespaço. O projeto recebeu apoio da NASA.

O glicolaldeído é um açúcar importante principalmente no processo de formação à ribose. Assim, para o estudo, a equipe expôs amostras de GLA a pressões de impacto entre 4,5 e 25 gigapascals — essas pressões são tão intensas que chegam a ultrapassar aquelas dos oceanos mais profundos do nosso planeta ou até de um piano jogado a centenas de quilômetros acima da Terra. No fim, elas descobriram que o GLA pode se manter íntegro mesmo nessas situações extremas e que algumas novas moléculas surgiram e que podem ter papel importante para a vida.

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Zellner explica que experimentos semelhantes já mostraram em outros momentos que as moléculas presentes em cometas, asteroides e meteoritos não são completamente destruídas. "O fato de que o GLA se mantém intacto mesmo sob essas pressões nos dá outra peça para o quebra-cabeças do nosso entendimento de como as biomoléculas sobreviveram ao impacto no início da Terra", diz. A professora ressalta que o trabalho utiliza observações recentes dos astrônomos, que observaram que o GLA está presente em alguns cometas.

Assim, essas descobertas dão apoio à teoria de que o GLA provavelmente se dispersou pelo Sistema Solar e veio para a Terra por meio de impactos de cometa, e são mais um passo para o entendermos como a vida começou: “estamos mostrando qual poderia ser a origem da molécula”, finaliza. Para a professora, todos presumiram que o GLA era uma molécula inicial para a ribose ou os aminoácidos, mas não houve tantas considerações sobre sua origem. "Estamos mostrando qual poderia ser a origem da molécula".

No artigo, a equipe conclui que os resultados mostram que independentemente do tamanho ou origem do cometa, grandes quantidades do GLA e outros açúcares simples podem ter sido levadas para a Terra, e os resultados indicam que grandes quantidades do GLA e de moléculas de açúcar mais complexas poderiam estar disponíveis em luas e planetas habitáveis. Por fim, a presença dessas moléculas sob as condições certas pode ser importante para o entendimento da vida como a conhecemos.


O artigo com os resultados do estudo foram publicados na revista Astrobiology.

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Fonte: Phys.org