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Evidências indicam que a maior lua de Plutão já teve um oceano gigantesco

Por| 18 de Julho de 2017 às 06h58

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Divulgação/NASA
Divulgação/NASA

Caronte, a maior lua de Plutão, pode ter abrigado um oceano gigantesco em seu passado distante. É o que indicam novas pesquisas científicas usando dados coletados pela sonda New Horizons, que sobrevoou o planeta-anão e suas luas em 2015. De acordo com as evidências, além desse oceano, Caronte também teria tido atividade tectônica e criovulcanismo em sua história.

Plutão ainda conta com atividade geológica em andamento, mas sua grande lua, que, provavelmente, foi formada após uma colisão há bilhões de anos, é toda coberta de crateras com visual parecido com uma terra desolada e inativa há muito tempo. Contudo, ao estudar melhor suas características superficiais, os cientistas estão descobrindo que o satélite já foi ativo.

Algumas dessas descobertas foram publicadas em um estudo recente no jornal Icarus. Os pesquisadores revelaram que, há bilhões de anos, Caronte sofreu uma última atividade tectônica, quando sua superfície se expandiu. Além disso, Ross Beyer, cientista planetário da Nasa, descreveu como a face da grande lua que fica de frente para Plutão apresenta características geológicas diferentes.

Ao sul, as planícies suaves cobertas de gelo parecem ser resultado de lava vulcânica congelada, expelida há muito tempo. Já ao norte, a área com características diversificadas apresenta sulcos, escarpas e abismos profundos e alongados, que deixam o Grand Canyon terrestre no chinelo. “Toda a atividade tectônica observada é extensional, o que significa que a crosta de Caronte está sendo esticada e separada”, explicou James Tuttle Keane, cientista planetário da Caltech. Ele também explicou que “você poderia imaginar explodir um balão, pintá-lo e deixar a tinta secar, e depois inflá-lo um pouco mais”. No caso, Caronte seria o balão, e a tinta sua crosta de gelo e água que se quebrou.

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Estima-se que o satélite inflou, como um balão, há aproximadamente 4 bilhões de anos. Apesar de ninguém saber, ainda, exatamente como isso aconteceu, os pesquisadores sugerem que a lua poderia ter abrigado um enorme oceano subterrâneo, que teria se mantido aquecido graças à energia acumulada no núcleo de Caronte. À medida que esse calor foi se dissipando, o oceano teria se congelado e, consequentemente, expandido. Essa explicação pode justificar por que a lua de Plutão apresenta esses resquícios de atividade tectônica.

Um oceano subterrâneo também poderia explicar aqueles fluxos de lava congelados que foram observados na planície de Caronte. A explicação faz sentido, mas ainda não há nenhuma prova de que foi realmente isso o que aconteceu por lá - ao menos não de acordo com os dados coletados pela New Horizons. Talvez fosse necessário que a Nasa enviasse uma nova missão para o sistema de Plutão para estudar essas questões, especificamente.

Fonte: Gizmodo