Estrelas pulsantes podem liberar ao espaço o elemento essencial para a vida
Por Danielle Cassita | 06 de Agosto de 2020 às 12h51
Um novo estudo analisou observações feitas pelo Observatório SOFIA sobre estrelas pulsantes, que recebem este nome por se expandirem e contraírem. Assim, Kathleen Kraemer, cientista na Universidade de Boston e principal autora do estudo, junto de sua equipe, descobriu que pode haver relação entre as pulsações das estrelas e moléculas de carbono encontradas no espaço. As descobertas foram publicadas em um artigo no periódico Astrophysical Journal.
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Para isso, foram analisados alguns tipos de estrelas pulsantes que estavam liberando carbono na Via Láctea. Isso chamou a atenção da cientista, pois, além de ser um elemento essencial para a vida, o carbono ocorre no interior das estrelas durante a fusão de hélio. Entretanto, para poder compor substâncias importantes para o desenvolvimento de vida, esse carbono precisa ser liberado de alguma forma para o espaço. Assim, com o SOFIA, a equipe viu que as estrelas Mira têm influência nisso: trata-se de anãs vermelhas em estágio avançado que pulsam com mais intensidade, e emitem ventos estelares tão fortes que poeira e gases ricos em carbono em sua composição são liberados no espaço.
Por outro lado, existem as estrelas semi regulares que têm pulsações bem mais fracas e não conseguem empurrar esses ventos, o que indica que as estrelas Mira são as responsáveis por espalhar o carbono pelo universo. "Nós sabemos que elementos essenciais, como o carbono, vêm das estrelas", explica Kraemer. Ela ressalta que essas pulsações fortes ajudam a explicar como o carbono viaja das estrelas a locais em que se transforma em estruturas mais complexas que, no caso do nosso planeta, incluem o DNA, as proteínas e até a vida.
Esse estudo confere um novo olhar sobre a distribuição de carbono em nossa galáxia, algo essencial para pesquisadores que buscam respostas sobre a origem, evolução e distribuição de vida no universo.
Fonte: NASA