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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (27/08 a 02/09/2022)

Por| Editado por Melissa Cruz Cossetti | 03 de Setembro de 2022 às 11h00

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Chatzifrantzis/NASA,ESA,CSA/R. Hues/J. Schmidt/P. Kohlmann
Chatzifrantzis/NASA,ESA,CSA/R. Hues/J. Schmidt/P. Kohlmann

Preparado para conferir as mais recentes fotos selecionadas no site Astronomy Picture of the Day? Nesta semana as nebulosas foram o grande destaque, e você poderá conferir fotos incríveis da Nebulosa do Cavalo, da Chama e até uma que é como um "casulo cósmico", que forma estrelas em seu interior.

Também apareceram por aqui fotos de galáxias, uma formação rochosa em Marte e até uma imagem espetacular de Júpiter, capturada pelo telescópio James Webb. Veja:

Sábado (27) — A Nebulosa do Casulo

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Na Terra, os casulos protegem as pupas, pequenos seres que vão passar algum tempo ali até que se tornem belas borboletas e mariposas. Já na foto, temos um "casulo" diferente: trata-se da nebulosa IC 5146, que também é conhecida como "Nebulosa do Casulo”. Ela fica a cerca de 4.000 anos-luz de nós e, em seu interior, guarda processos de formação estelar.

Esta nebulosa foi descoberta pelo astrônomo Thomas Espin, e recebeu seu apelido porque foi encontrada no fim de um caminho longo e sem estrelas. No interior dela, há diferentes regiões de emissão, absorção e reflexão de luz, e assim como acontece em outras regiões de formação estelar, a IC 5146 chama a atenção pelo hidrogênio gasoso brilhante em tons de vermelho, ionizado por estrelas jovens e quentes.

A estrela brilhante presente perto do centro da nebulosa na foto também merece destaque. Ela não deve ter mais que algumas centenas de milhares de anos, e está alimentando o brilho da nebulosa conforme abre caminho em meio à nuvem molecular de formação estelar, composta por gás e poeira. Esta foto foi capturada com um pequeno telescópio em Ayr, no Canadá.

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Domingo (28) — Visita a Júpiter

Que tal relembrar o 11º sobrevoo da sonda Juno por Júpiter? A nave foi lançada em 2011, mas foi somente em 2016 que chegou ao sistema do gigante gasoso. No início de 2018 ela se aproximou do planeta pela 11º vez, e você pode acompanhar um pouco da "visita" neste vídeo. A sequência começa com Júpiter aparecendo de pouco a pouco, conforme a nave se aproximava do planeta pela direção norte; no ponto de maior proximidade, ela ficou a 3.500 km do topo das nuvens do planeta.

Repare que, conforme foi chegando pertinho de Júpiter, a Juno passou por áreas claras e cinturões escuros de nuvens que envolvem o planeta, além de diferentes tempestades circulares bem maiores que aquelas que ocorrem na Terra. Ao fim do sobrevoo, vemos o planeta à distância, seguido de uma bela visão das nuvens no sul de Júpiter.

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Além de proporcionar imagens incríveis como as do vídeo, os sobrevoos permitem que a Juno busque respostas sobre a origem e evolução de Júpiter, do Sistema Solar e até de outro planetas gasosos. Ao longo dos primeiros 35 sobrevoos pelo planeta, a Juno coletou mais de 370 gigabytes de dados científicos e proporcionou imagens fascinantes do planeta e de suas luas. Hoje, a Juno opera em sua missão estendida.

Segunda-feira (29) — Nebulosa Cabeça de Cavalo

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A famosa Nebulosa Cabeça de Cavalo logo chama a atenção nesta foto vencedora da Competição de Astrofotografia de 2021, promovida pela Atik Cameras. A imagem foi clicada por George Chatzifrantzis e mostra parte da famosa nuvem escura, com formato parecido com o da cabeça de um cavalo. Também chamada "Barnard 33", ela fica a 1.500 anos-luz da Terra em direção à constelação Orion, o Caçador, e foi descoberta no fim de 1800.

O brilho avermelhado vem do hidrogênio gasoso atrás da nebulosa, ionizado pela estrela Sigma Orionis, enquanto a "cabeça" é escura porque é formada principalmente por poeira espessa. Logo acima dela, há estrelas jovens em desenvolvimento, e os filamentos dela foram criados e esculpidos ao longo do tempo pela ação de ventos estelares e pelo fim da vida de antigas estrelas massivas, que explodiram em supernovas.

A Nebulosa Cabeça de Cavalo está muito bem acompanhada pela área em laranja que pertence à Nebulosa da Chama, uma grande região de formação estelar localizada no Complexo da Nuvem Molecular de Orion. Apesar de as estrelas terem sido digitalmente removidas da foto, a estrela Alnitak foi mantida; ela faz parte do Cinturão de Orion e aparece logo acima da Nebulosa da Chama.

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Terça-feira (30) — Júpiter pelo telescópio James Webb

Esta foto de Júpiter, seus anéis e algumas de suas luas foi capturada pelo telescópio espacial James Webb, e ficou tão incrível que impressionou até mesmo a equipe do telescópio — Imke de Pater, astrônoma planetária que liderou as observações do planeta com o Webb, descreveu que ela e seus colegas “não esperavam que ficaria tão bom, para ser honesta”.

Os anéis jovianos aparecem com seu típico brilho discreto, cerca de um milhão de vezes mais fraco que o planeta. A célebre Grande Mancha Vermelha, a maior tempestade do Sistema Solar, aparece em cor clara porque está refletindo bastante luminosidade. Além disso, repare também na presença das pequenas luas Amalthea e Adrastea, acompanhadas por vários pontos brilhantes ao fundo, que provavelmente são galáxias.

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Esta e outra foto recente do planeta foram capturadas pelo instrumento Near-Infrared Camera (NIRCam), que conta com três filtros infravermelhos especializados. Depois, os dados chegam ao Instituto de Ciência de Telescópios Espaciais como "dados crus"; ali, eles são processados para análises científicas, e as informações podem ser traduzidas em imagens como a que você viu acima.

Quarta-feira (31) — Detalhe na cratera Gale

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Nem os cientistas sabem exatamente o que criou esta coluna intrigante em Marte, fotografada pelo rover Curiosity no ano passado. Esta formação é conhecida como “Ponto Siccar”, e se destaca em meio às demais estruturas na cratera Gale: além do formato curioso, ela tem rochas escuras acima de rochas mais claras, sendo que as mais escuras parecem ser bem mais jovens que as demais.

A colina marciana misteriosa tem nome inspirado no Ponto Siccar, na Terra; trata-se de uma formação a cerca de 55 km leste de Edimburgo, na Escócia, bastante conhecida por sua importância geológica. A estrutura foi encontrada em 1788 pelo geólogo James Hutton, e pode ser classificada como uma "inconformidade", termo que descreve superfícies em que dois conjuntos separados de rochas, formadas em diferentes momentos, entram em contato.

Estruturas rochosas à parte, o rover Curiosity segue explorando a cratera Gale em busca de sinais deixados por possíveis formas de vida que possam ter existido no Planeta Vermelho. Enquanto isso, a cerca de 2.300 km, o rover Perseverance investiga a cratera Jezero, acompanhado do helicóptero Ingenuity.

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Quinta-feira (1º) — Nebulosa da Tulipa

O brilho avermelhado nesta foto pertence à Nebulosa da Tulipa. Ela foi catalogada como Sharpless 101 (Sh2-101) e é uma nebulosa de emissão, ou seja, tem nuvens de gás ionizado que, como o nome indica, emitem luz visível. Entre os tipos mais comuns de nebulosas de emissão, estão aquelas formadas por nuvens de gás interestelar dominadas por átomos de hidrogênio neutro, os quais são ionizados por estrelas dos tipos O e B.

Estas estrelas são extremamente quentes e brilhantes, e emitem altas quantidades de luz ultravioleta altamente energética. A luz quebra os átomos de hidrogênio neutros, separando os elétrons deles que, depois, são recombinados e formam hidrogênio novamente — com a diferença de que, desta vez, eles estão em estado de excitação. Conforme voltam ao estado menos energético, os átomos de hidrogênio emitem luz.

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Além da “tulipa cósmica”, a foto mostra também Cygnus X-1, uma das mais poderosas fontes emissoras de raios X que conhecemos. As emissões vêm de um buraco negro que gira a uma velocidade próxima daquela da luz e tem cerca de 20 massas solares. Ele foi descoberto durante a década de 1960, e já rendeu uma série de estudos.

Sexta-feira (02) — Galáxia do Redemoinho

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Aqui está a galáxia M51, mais conhecida pelo adequado apelido "Galáxia do redemoinho". Os braços dela são formados por longos caminhos de estrelas e gás entrelaçados com poeira, e funcionam como grandes "fábricas" de estrelas: no interior deles, o hidrogênio gasoso é comprimido, formando novos aglomerados estelares. Alguns astrônomos consideram que a estrutura dos braços da M51 é resultado dos efeitos do encontro com NGC 5195, a pequena galáxia amarelada à esquerda dela.

A influência gravitacional desta vizinha compacta causa "ondas" no disco da M51, que passam pelas nuvens de gás no disco dela e as comprimem. Essas densas nuvens colapsam e formam estrelas; as maiores delas vão emitir radiação e ventos estelares que, junto de explosões de supernovas, são capazes de limpar os "casulos" de poeira existentes ali.

O par de galáxias fica a mais de 30 milhões de anos-luz da Terra, na direção da constelação Canes Venatici, os Cães de Caça, e pode ser facilmente observado por astrônomos amadores. Devido à perspectiva e à proximidade que tem do nosso planeta, a Galáxia do Redemoinho vem ajudando astrônomos a entender melhor a estrutura das galáxias espirais e os processos de formação estelar.

Fonte: APOD