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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (19/02 a 25/02/2022)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Fevereiro de 2022 às 11h00

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NASA, ESA, Hubble SM4 ERO Team/Dave Green/Jason Guenzel
NASA, ESA, Hubble SM4 ERO Team/Dave Green/Jason Guenzel
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O compilado de imagens astronômicas destacadas pela NASA nesta semana trouxe uma lembrança de uma data bastante especial: em 18 de fevereiro do ano passado, o rover Perseverance pousou em Marte. Para comemorar, uma das fotos escolhidas nesta semana foi feita por um dos instrumentos do veículo, bem na "véspera" deste aniversário no Planeta Vermelho.

Mas, além da foto do Perseverance, há várias outras imagens igualmente fascinantes. Uma delas traz uma dupla de galáxias bastante distorcida pela gravidade, tanto que uma delas acabou com aparência que lembra a de uma rosa. Já outro clique mostra uma foto feita no local certo, na hora certa: o fotógrafo conseguiu capturar uma aurora brilhando no céu, no momento em que um gêiser expelia água.

Sábado (19) — Galáxias distorcidas

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A cerca de 300 milhões de anos-luz da Via Láctea, há uma dupla curiosa de galáxias. O par Arp 273 tem galáxias que acabaram distorcidas graças aos efeitos das marés gravitacionais, após vários encontros próximos entre si — tanto que a galáxia UGC 1810, a maior da dupla, foi tão afetada que acabou com aparência que lembra a de uma rosa. Este efeito gravitacional vem de sua vizinha UGC 1813, abaixo dela.

Os padrões espirais pouco comuns na galáxia maior indicam um pouco das interações que ocorreram ali. Se você reparar bem, verá que a UGC 1810 tem um braço maior, parecido com um anel. Esse tipo de estrutura é formado durante interações entre as galáxias, quando uma passa pela outra, e sugere que UGC 1813 mergulhou através de sua companheira maior. Mesmo assim, ainda não se sabe ao certo como os padrões espirais das duas se conectam.

A galáxia maior do par é quase cinco vezes mais massiva que a menor. Geralmente, quando há pares de galáxias desiguais (como é o caso de Arp 273), a passagem relativamente rápida de uma delas produz a estrutura assimétrica na espiral principal. Nestes encontros, a atividade estelar costuma começar primeiro na galáxia menor.

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Domingo (20) — Aurora e gêiser

Apesar de não ter planejado, o astrofotógrafo responsável por esta imagem conseguiu capturar o brilho esverdeado e avermelhado de uma aurora no céu enquanto o gêiser White Dome, no Parque Nacional de Yellowstone, entrava em erupção. O fenômeno liberou água e vapor a vários metros de altura, bem no momento do clique.

Os gêiseres são formados por fluxos de água e vapor expelidos violentamente. A água deles estava na superfície, mas foi descendo pelo solo de pouco a pouco até encontrar rochas aquecidas por magma a alguns quilômetros de profundidade; depois, esta água aquecida sobe rapidamente por caminhos através de rachaduras, até chegar à superfície. Como os gêiseres são relativamente raros, a formação deles depende de condições hidrogeológicas bastante específicas, presentes em poucos lugares na Terra.

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Já as auroras coloridas no céu foram formadas graças a emissões do Sol. Além da luz, nossa estrela pode, ocasionalmente, expelir grandes quantidades de partículas carregadas — como acontece durante as ejeções de massa coronal, por exemplo. Quando chegam aqui, parte das partículas expelidas viajam pelas linhas do campo magnético da Terra e interagem com os gases da atmosfera, formando as belas luzes no céu, com cores que variam de acordo com os gases.

Segunda-feira (21) — Uma galáxia espiral

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Esta é a galáxia NGC 6217, do tipo espiral, localizada a aproximadamente 67 milhões de anos-luz. Assim como a Via Láctea, ela é considerada uma galáxia “barrada”, ou seja, possui uma estrutura central em forma de barra, formada por estrelas. Barras assim estão presentes em cerca de metade das galáxias espirais, e costumam afetar o movimento das estrelas e do gás interestelar delas.

A imagem traz vários detalhes interessantes da NGC 6217. Nela, podemos observar regiões mais escuras formadas por poeira, aglomerados estelares formados por estrelas jovens e até nebulosas de emissão, avermelhadas graças ao brilho do hidrogênio gasoso. O coração desta galáxia é formado por um núcleo ativo, que provavelmente abriga um buraco negro supermassivo.

Esta foi a primeira imagem de um objeto celestial produzida pela câmera Advanced Camera for Surveys (ACS), do telescópio espacial Hubble. Ela foi consertada durante a missão de manutenção STS-125, e o registro foi produzido como parte de testes e calibrações iniciais do instrumento.

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Terça-feira (22) — Quasar do passado

Os quasares são considerados alguns dos objetos mais brilhantes do universo, e não é sem motivo: eles são capazes de emitir a energia de até trilhões de eletrovolts, ultrapassando facilmente a luz de todas as estrelas no interior das galáxias. O nome "quasar" vem de "fonte de rádio quase estelar" — o que pode gerar alguma confusão, já que hoje já se sabe que somente 10% deles emitem ondas de rádio.

Como a maior parte dos quasares já encontrados está a bilhões de anos-luz, observá-los é uma forma de ver também o passado. Aqueles ainda mais antigos, formados nos primeiros bilhões de anos de existência do universo, são mais misteriosos, e é exatamente isso que a imagem acima representa: esta é uma impressão artística de como um quasar do universo primordial talvez tenha sido.

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Já sabemos que os quasares mais próximos se tornam buracos negros no centro das galáxias ativas. No caso desta imagem, ele não é formado somente pelo buraco negro se alimentando, mas também pelas estruturas ao redor dele, responsáveis por produzir luz. Por isso, o quasar desta ilustração aparece no interior de um buraco negro massivo, cercado de gás e um disco de acreção (uma estrutura formada por matéria orbitando um corpo massivo no centro). Já no meio dele, há um jato sendo expelido.

Quarta-feira (23) — Noite no telescópio Green Bank

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Aqui, vemos um pouco das instalações do radiotelescópio Robert C. Byrd Green Bank (GBT), equipado com a maior antena de rádio do mundo, com tamanho comparável ao de um campo de futebol. Para explorar o universo longe das interferências causadas por celulares, roteadores Wi-Fi e até mesmo fornos microondas, o GBT foi instalado nas montanhas de West Virginia, nos Estados Unidos, em uma área com restrições para o uso desses dispositivos.

Além do telescópio, a imagem conta também com vários objetos interessantes no céu. Bem na parte superior do enquadramento, está Betelgeuse, uma estrela supergigante vermelha considerada uma das mais brilhantes que podem ser vistas da Terra. Abaixo dela, mais para a direita, está a estrela Bellatrix, a terceira mais brilhante da constelação de Órion. Além destas estrelas, temos ainda Alnitak, Alnilam e Mintaka, estrelas popularmente conhecidas como "Três Marias".

Já na parte inferior, está a Nebulosa de Órion; ela fica a apenas 1.500 anos-luz de nós e é considerada a região de formação estelar mais próxima da Terra. As fotos destes objetos foram produzidas ao longo de várias longas exposições que, depois, foram unidas com a foto do GBT, em uma grande imagem composta.

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Quinta-feira (24) — O brilho de Albireo

Também conhecida como “Albireo”, Beta Cygni é a estrela mais brilhante da constelação Cygnus, o Cisne. Ela fica a aproximadamente 420 anos-luz do Sol e, quando é observada a olho nu, Albireo parece ser uma só estrela. Contudo, se você tiver um telescópio em mãos para vê-la no céu, perceberá algo mais: ali, há uma estrela uma amarela, mais brilhante, e outra azul.

As diferenças entre as duas ficaram claras nesta imagem, que mostra as estrelas e seus respectivos espectros da luz visível. Albireo A, a da parte superior, é uma estrela binária com espectro típico de uma estrela gigante do tipo K, mais fria que o Sol, que liberando a maior parte de sua energia em comprimentos de onda amarelos e vermelhos. Já Albireo B, presente mais abaixo, tem o espectro de uma estrela de sequência principal muito mais quente que nosso astro e, por isso, emite energia em azul e violeta.

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Embora não sejam um único objeto, um estudo recente sugeriu que Albireo A e B são, provavelmente, formadas por uma estrela dupla óptica, não necessariamente um sistema binário, porque há grandes diferenças entre os movimentos das duas no espaço.

Sexta-feira (25) — Feliz aniversário, Perseverance!

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No dia 17 de fevereiro, no 354º sol de sua missão, o instrumento Navcam, do rover Perseverance, capturou a sequência de imagens que formam o mosaico acima. Naquele dia, o rover estava quase completando um ano de exploração em Marte — foi em 18 de fevereiro que o veículo pousou na superfície do planeta, acompanhado do helicóptero Ingenuity.

O Perseverance pesa mais de uma tonelada, massa que o torna o rover mais pesado já enviado a Marte. Ao longo de sua missão no planeta, o rover coletou amostras rochosas, serviu como uma base indispensável para o helicóptero Ingenuity e até realizou um experimento no Planeta Vermelho, que permitiu produzir uma quantidade de oxigênio suficiente para garantir 10 minutos de respiração para um astronauta.

Recentemente, o rover quebrou outro recorde: em 14 de fevereiro, o Perseverance quebrou o recorde de maior distância já percorrida por um rover em Marte em um único dia. Na ocasião, o Perseverance (ou somente "Percy", como é carinhosamente apelidado) viajou por quase 320 m — e tudo isso ocorreu autonomamente com a ajuda do software AutoNav, que o desvia de rochas e outros obstáculos perigosos.

Fonte: APOD