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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (17/09 a 23/09/2022)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Setembro de 2022 às 11h00

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M. S. Llimós/C. Willocks/ESA/Hubble & NASA/D. Milisavljevic
M. S. Llimós/C. Willocks/ESA/Hubble & NASA/D. Milisavljevic

Mais um sábado chegou, o que significa que é dia de conferir as mais recentes imagens destacadas no site Astronomy Picture of the Day. Nesta semana, parte do espetáculo das fotos ficou por conta das nebulosas que já são impressionantes naturalmente — mas, aqui, você encontrará uma foto que mostra a Nebulosa da Cabeça de Cavalo de um jeito diferente, enquanto outra traz uma nebulosa "sozinha", com estrelas removidas digitalmente da imagem.

Outro destaque é, claro, de uma foto recente do telescópio James Webb. A nova imagem do observatório mostra Netuno, um planeta distante e frio no Sistema Solar, com uma riqueza de detalhes incrível junto de algumas das suas luas.

Confira:

Sábado (17) — Uma espiada na cratera Jezero

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Na próxima década, as amostras coletadas pelo rover Perseverance devem vir ao nosso planeta com a campanha Mars Sample Return. Caso não queira esperar até lá, você pode espiar este mosaico, que mostra o local de onde o rover coletou amostras recentes: à esquerda, está a rocha Wildcat Ridge, e na direita, Skinner Ridge. Ambas estão a cerca de 20 m uma da outra, e o Perseverance conseguiu amostras de ambas.

Se você observar com atenção, perceberá que há uma pequena marca circular no canto inferior esquerdo da imagem, pertinho de onde o rover usou sua broca para coletar algumas das amostras. Os materiais foram armazenados e selados em tubos, que ficam guardados em segurança no interior dele para que sejam recuperados e enviados para a Terra, para estudos com os instrumentos e recursos disponíveis por aqui.

Ambos os lugares fazem parte do antigo delta da cratera Jezero, formado por um rio e lago que existiram há cerca de 3,5 bilhões de anos. No momento, o Perseverance está estudando as rochas sedimentares ali, nascidas do agrupamento de partículas em um ambiente que já deve água no passado. elas são de interesse porque podem ter vestígios de antigas formas de vida microbianas, caso tenham existido no planeta.

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Domingo (18) — Analema no Reino Unido

Os analemas são ótimas formas de visualização das mudanças da posição do Sol, porque são produzidos a partir de composições de fotos tiradas sempre no mesmo lugar, no mesmo horário, ao longo de um ano. No caso desta foto, temos um analema produzido a partir de várias fotos capturadas entre intervalos de alguns dias no fim de tarde nas Pedras de Callanish, na Escócia.

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O formato parecido com o do número 8 é típico dos analemas e é resultado da inclinaçã de 23,5º da Terra em seu eixo, somado à órbita elíptica ao redor do Sol. Outra característica interessante dos analemas é a variação do formato deles: quando são produzidos a partir de fotos feitas em diferentes latitudes ou em momentos variados do dia, eles acabam com formatos levemente diferentes.

Este analema aparece emoldurado pelas Pedras de Callanish, uma círculo de pedras construído há cerca de 5 mil anos. Ainda não se sabe exatamente se a posição escolhida para as pedras teve ou se tem algum significado astronômico, mas elas com certeza deixaram a imagem — e o analema — ainda mais especiais.

Segunda-feira (19) — Rastros das estrelas e raios nos Pirineus espanhóis

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Talvez as grandes nuvens tempestuosas tenham capturado sua atenção nesta foto logo de primeira, mas vale a pena observar também outras partes interessantes dela. Por exemplo, a parte inferior mostra Manlleu, um vilarejo em Barcelona, na Espanha. Como a foto foi capturada ao longo de seis minutos de exposição, as luzes dos carros na estrada se tornaram rastros brilhantes.

A próxima camada da imagem é a Serra de Bellmunt emoldurada pelos Pirineus, uma cordilheira no sudoeste europeu, que divide a França e a Espanha. Eles são compostos por sedimentos que começaram a ser depositados em bacias litorâneas, e são mais antigos que a cadeia montanhosa dos famosos Alpes na Europa.

Por fim, a parte superior da foto mostra estrelas, que também se tornaram rastros luminosos em função da longa exposição somada à rotação da Terra. Já o formato curvo deles indica a distância a que estão do polo norte do nosso planeta. Quanto às grandes nuvens e raios, que pareciam anunciar uma forte chuva a caminho, não precisa se preocupar: no dia em que o registro foi feito, as nuvens tempestuosas logo se dissiparam.

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Terça-feira (20) — Nebulosa NGC 3582 sem estrelas

Para alguns, esta nebulosa lembra um super-herói voando, mas para outros ela se parece mais com a Estátua da Liberdade — tanto que ela também é conhecida como “Nebulosa da Estátua da Liberdade”. Nenhuma destas figuras está realmente na foto e qualquer semelhança com elas é resultado da pareidolia, a tendência que o cérebro humano tem de encontrar padrões familiares onde, na verdade, não há nenhum.

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Heróis, estátuas e outras figuras à parte, a NGC 3582 é uma nebulosa de emissão complexa, localizada a cerca de 9 mil anos-luz da Terra. Ela se estende por aproximadamente 100 anos-luz e, aqui, aparece de um jeito diferente: o fotógrafo que capturou a foto ao longo de 27 horas de exposição removeu digitalmente as várias estrelas que estariam aqui, e escolheu novas cores para a nebulosa.

O resultado disso são as nuvens de hidrogênio gasoso brilhante, que emitem luz graças à ionização de das estrelas, junto de grandes formações gasosas vindas de estrelas chegando ao fim de suas vidas. A nebulosa abriga também mais de 30 estrelas massivas se aproximam do fim do processo de formação estelar junto de moléculas complexas de carbono, vindas do resfriamento do gás de regiões de formação estelar.

Quarta-feira (21) — Nebulosa da Cabeça de Cavalo

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Quem observa esta nuvem de poeira interestelar e encontra um formato familiar, que lembra a cabeça de um cavalo, está observando o resultado da ação de ventos estelares e radiação na nuvem. Popularmente conhecida como “Nebulosa da Cabeça de Cavalo”, ela é uma pequena nebulosa escura a cerca de 1.370 anos-luz de nós na constelação de Orion, o Caçador.

Esta foto foi capturada pelo telescópio Hubble, e está diferente do que você já deve ter observado porque a imagem foi capturada na luz infravermelha. Existem planetas, estrelas e vários outros objetos no universo que são frios e fracos demais para serem detectados com a luz visível (aquela que os olhos humanos enxergam). Assim, os astrônomos podem revelá-los por meio das ondas infravermelhas que eles emitem.

Catalogada como “Barnard 33”, a Nebulosa da Cabeça de Cavalo pode ser observada principalmente porque está iluminada por Sigma Orionis, uma estrela massiva e próxima dela. Ela vai sofrer um lento processo de transformação em sua forma, que deverá durar alguns milhões de anos, e acabará destruída pela luz altamente energética de estrelas próximas.

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Quinta-feira (22) — Galáxia NGC 7331

Esta é uma belíssima galáxia espiral a cerca de 50 milhões de anos-luz de nós. Muitas vezes considerada uma “irmã” da Via Láctea em função do seu tamanho, a NGC 7331 foi identificada primeiro como uma nebulosa espiral, de modo que acabou ficando de fora do famoso catálogo criado pelo astrônomo francês Charles Messier.

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Ela é considerada uma galáxia sem barra, ou seja, não tem uma estrutura em forma de barra em seu interior, composta por estrelas. Estas barras estão presentes em mais da metade das galáxias espirais — inclusive na Via Láctea! — e, geralmente, afetam tanto o movimento das estrelas e do gás quanto dos braços espirais que formam a galáxia.

A NGC 7331 tem braços marcados por faixas de poeira e áreas azuladas, formadas por aglomerados de estrelas jovens e massivas. Enquanto isso, as regiões avermelhadas indicam regiões de formação estelar, e as amareladas, estrelas mais antigas e frias. Assim como acontece com a Via Láctea, a NGC 7331 tem um buraco negro supermassivo em seu interior.

Sexta-feira (23) — Netuno observado pelo telescópio James Webb

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Netuno é o planeta mais distante do Sol em nossa vizinhança, e mesmo assim, aparece com detalhes impressionantes nesta foto recente, a primeira do planeta capturada pelo telescópio James Webb. Esta é a imagem mais nítida já feita de Netuno e de seus anéis em mais de três décadas, e revela também seus anéis e até sete de suas 14 luas já conhecidas.

Graças ao metano gasoso, Netuno costuma mostrar cor azulada em fotos capturadas em comprimentos de onda da luz visível, como nas imagens do telescópio Hubble. Como esta imagem foi capturada na luz infravermelha próxima, o planeta não aparece azulado, porque o metano absorve a luz vermelha e infravermelha. Assim, Netuno fica com aparência mais escura, e as áreas mais clras indicam nuvens a altas altitudes.

Os anéis do planeta aparecem bastante nítidos; alguns deles foram observados pela última vez pela sonda Voyager 2, no fim da década de 1980. Outra característica fascinante vem do brilho dominando o canto superior esquerdo da foto. Ali, está a lua Tritão, coberta por uma camada de nitrogênio congelado, que a torna capaz de refletir, em média, 70% da luz solar que incide em sua superfície.

Fonte: APOD