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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (14/08 a 20/08/2021)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 21 de Agosto de 2021 às 11h00

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M. Claro/Hubble/Large Binocular/Subaru/R. Gendler/D. Korona
M. Claro/Hubble/Large Binocular/Subaru/R. Gendler/D. Korona
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Os dias 11 a 13 de agosto foram marcados por um espetáculo no céu noturno, proporcionado pela passagem da Terra através de uma nuvem de detritos do cometa 109P/Swift-Tuttle. Por isso, as imagens astronômicas selecionadas pela NASA na última semana incluem diversos registros do fenômeno, feitos em vários lugares diferentes pelo mundo — um deles, aliás, capturou os meteoros, a Via Láctea e mais alguns objetos raros em uma imagem incrível! Já em outra foto, o fotógrafo conseguiu registrar não só os brilho dos meteoros, como também dois grandes planetas do Sistema Solar.

Aliás, a seleção de imagens desta semana inclui também alguns belos registros da Nebulosa do Anel, uma nebulosa planetária formada pelas camadas externas liberadas de uma estrela parecida com o Sol, que resultam em uma formação de detalhes e cores impressionantes. E, como de costume, você confere as fotos acompanhadas de curiosidades sobre elas.

Sábado (14) — Meteoro Perseidas e a Galáxia de Andrômeda

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Essa foto foi feita logo no início da madrugada do dia 13 de agosto em Busko-Zdroj, na Polônia. Em meio às várias estrelas registradas, há o rastro colorido e luminoso, vindo de um dos meteoros da chuva Perseidas. Essa “cauda” brilhante mostra o que acontece quando um pequeno grão de areia cósmica, liberado do cometa Swift-Tuttle, é vaporizado conforme atravessa a atmosfera terrestre à velocidade de quase 60 km/s. O rastro esverdeado surgiu a cerca de 100 km acima da superfície da Terra, e segue em direção à constelação de Perseu, a qual inspira o nome da chuva.

Já no lado direito da imagem, está a galáxia M31, também chamada de Andrômeda. Localizada a 2,5 milhões de anos-luz de nós, essa galáxia é o objeto mais distante que pode ser observado a olho nu — mas não se preocupe, isso vai mudar em alguns bilhões de anos. Em um futuro ainda distante, a galáxia de Andrômeda e a Via Láctea irão colidir, e devem resultar em uma galáxia espiral que poderá apresentar algumas características das galáxias elípticas, como o bojo central repleto de estrelas.

Domingo (15) — A chuva de meteoros Perseidas  

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Pois é, a passagem dos fragmentos do cometa Swift-Tuttle pela atmosfera terrestre, que formam a chuva de meteoros Perseidas, rendeu vários registros incríveis pelo mundo — como o que você viu acima, feito em Jiuquan, na província chinesa de Gansu. Além do espetáculo proporcionado pelos meteoros, a foto incluiu até mesmo Júpiter e Saturno, no lado esquerdo, e o brilho da faixa central da Via Láctea mais ao meio da imagem. Como a foto foi feita com um campo de visão bem longo, foi possível registrar a curvatura do céu, que aparece na trajetória dos meteoros.

Apesar do nome “chuva”, fique tranquilo, porque nem mesmo um guarda-chuvas, como o que está na foto, seria necessário para proteger os observadores dos objetos brilhantes na atmosfera. Isso porque os meteoroides que formam a chuva são bastante frágeis, e sua estrutura tem compostos “macios” que liberam materiais voláteis conforme viajam perto do Sol; esses materiais são vaporizados rapidamente na atmosfera superior. Então, no fim das contas, as chuvas de meteoros não nos colocam em risco, porque estamos protegidos por quilômetros de atmosfera.

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Segunda-feira (16) — Uma só foto, vários registros 

A foto acima foi feita em Zacatecas, no México, e é um registro impressionante que une vários objetos. Um deles, claro, é a faixa central da Via Láctea, que aparece brilhante no lado esquerdo da foto e que pode ser observada em locais escuros e distantes da poluição luminosa. Já no lado direito, está o rastro bastante brilhante deixado por um dos meteoros da chuva Perseidas, ocorrida recentemente. À esquerda do meteoro, está a indicação de uma nova incomum; trata-se da estrela RS Ophiuchus, considerada uma estrela recorrente porque explode em novas regularmente, em intervalos de 15 a 20 anos.

Já os raios avermelhados na parte inferior da imagem são um tipo de evento luminoso transiente conhecido como “sprite”, descoberto há algumas décadas e ainda não é totalmente compreendido. Os sprites se formam acima das nuvens, e podem chegar a 100 km de altitude. Geralmente, eles não duram mais que alguns milissegundos e, embora sejam bastante breves, são capazes de iluminar grandes regiões do céu.

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Pois é, tudo isso foi registrado em uma só foto, feita em uma só noite!

Terça-feira (17) — A Nebulosa do Anel  

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Quando o assunto são objetos espaciais que lembram o formato de um anel, é comum que os anéis de Saturno venham em mente. Aliás, dividem a popularidade e a admiração com a Nebulosa do Anel, localizada a cerca de 2.500 anos-luz de nós. Acima, você percebe a estrutura anelar dela, mas saiba que muito disso se deve a nossa perspectiva de observação — tanto que um mapeamento recente produziu um modelo tridimensional da nebulosa, e o resultado é uma forma que lembra muito mais um "donut" envolvendo uma nuvem gasosa e brilhante.

Esta é uma das nebulosas planetárias mais estudadas e, apesar do que o nome parece indicar, ela não tem relação com planetas. Essa confusão vem da origem histórica do termo usado, porque quando esses objetos foram descobertos, a estrutura em forma de disco e as semelhanças com Urano e Netuno levaram a uma associação incorreta a planetas. No caso da Nebulosa do Anel, o brilho dela vem das camadas mais externas liberadas da estrela em seu centro, que está chegando ao fim de sua vida. Para encontrá-la, procure o pontinho luminoso no meio da nebulosa.

Quarta-feira (18) — Uma nebulosa planetária em detalhes 

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Aqui, temos outra imagem da nebulosa M57 — a mesma Nebulosa do Anel —, que aparece aqui em uma composição dos dados coletados pelos telescópios Hubble, Subaru e Large Binocular Telescope. O resultado é uma imagem detalhada, que mostra a complexidade dessa formação e os vários filamentos coloridos dela se expandindo para longe do centro; a luz vermelha vem de átomos de hidrogênio, e o anel colorido no centro da nebulosa aparece com grande nitidez.

Essa imagem inclui a luz visível e, claro, a infravermelha, que é uma grande aliada nas observações de objetos distantes, principalmente no caso daqueles que têm luminosidade fraca demais na luz visível. Como a luz infravermelha tem comprimentos de onda maior, que consegue atravessar regiões onde há gás e poeira, os cientistas conseguem investigar os mistérios de planetas, estrelas frias, nebulosas e vários outros objetos que não seriam revelados com a luz visível, captada por telescópios ópticos.

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Quinta-feira (19) — O brilho do meteoro e das estrelas

Esse é mais um registro dos meteoros da chuva Perseidas, fotografado em Portugal no dia 12 de agosto. Se você ficou surpreso com o brilho, não está sozinho: o objeto era tão luminoso que o fotógrafo acredita que este foi um dos meteoros mais brilhantes que já registrou em vários anos. Este meteoro é formado por grãos de areia cósmica que foram liberados do cometa Swift-Tuttle, viajando tão rapidamente que emite um brilho esverdeado. Essa é uma emissão luminosa típica de átomos de oxigênio a altitudes de pelo menos 100 km.

O rastro brilhante e colorido do meteoro começa próximo da estrela Daneb, a mais brilhante da constelação de Cygnus, o Cisne, sendo também a 19º mais brilhante do céu noturno. O brilho termina próximo da estrela Altair, considerada a mais brilhante da constelação de Aquila, a Águia, e a 12º mais brilhante do céu noturno — aliás, o meteoro brilhava tanto que ofuscou brevemente o brilho das estrelas!

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Sexta-feira (20) — Chuva de meteoros em três noites

A imagem acima impressiona com o brilho dos meteoros e tantas estrelas no céu, não é? Pois bem, para chegar a este resultado, o fotógrafo manteve sua câmera sob o céu estrelado durante três noites seguidas para fazer uma série de exposições — no fim, ele conseguiu mais de 1.500 fotos feitas durante as noites dos dias 11 a 13 de agosto, para tentar capturar a maior quantidade de meteoros possível. Assim, ele formou a foto acima, que é uma composição das diferentes exposições feitas nesse período.

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Além disso, perceba que os meteoros parecem seguir em uma trajetória que converge, apontando para a constelação de Perseu. Na verdade, esse efeito interessante é mais uma questão de perspectiva: os meteoros estão viajando em trajetórias paralelas entre si, mas aparentam seguir em trajetórias convergentes devido à distância no céu estrelado. Algumas fotos foram feitas no vilarejo de Magyaregres, na Hungria.

Fonte: APOD