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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (12/02 a 18/02/2022)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Fevereiro de 2022 às 11h00

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S. Volskiy/Robert Eder/NASA,LRO, SVS/Jai & N. Shet/A. Jensen
S. Volskiy/Robert Eder/NASA,LRO, SVS/Jai & N. Shet/A. Jensen
Tudo sobre NASA

Mais um sábado chegou, e você já pode apreciar as imagens astronômicas reunidas pela NASA nesta semana no site Astronomy Picture of the Day.

Já adiantamos que o compilado desta semana está repleto de fotos variadas, mas igualmente impressionantes. Por exemplo, há um vídeo de uma grande proeminência expelida pelo Sol há pouco tempo, e você encontra também um registro de uma aurora boreal colorida, brilhando no céu da Suécia.

As nuvens de poeira cósmica também apareceram por aqui — uma delas chama a atenção logo de cara por seu formato, parecido com o de um coração humano. Em outro registro, você encontra nebulosas junto de regiões em que estrelas estão em formação. Por fim, outro registro mostra não somente um, mas sim três aglomerados estelares, acompanhados por uma nebulosa planetária.

Confira:

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Sábado (12) — Aurora e a luz da Lua

Enquanto a luz refletida pela Lua projetava várias sombras de árvores sobre este lago congelado, uma aurora boreal brilhava no céu. As luzes coloridas foram registradas a cerca de 20 quilômetros de Estocolmo, na Suécia, e mostram o resultado de um processo que tem início no Sol — ou, mais especificamente, no vento solar expelido por nossa estrela.

Quando as partículas eletricamente carregadas do vento solar chegam à Terra, elas encontram o campo magnético do nosso planeta. Ali, grande parte delas acaba bloqueada, mas algumas seguem viagem até a ionosfera. Então, elas colidem com os gases presentes na atmosfera terrestre, como o oxigênio e nitrogênio, formando este show de luzes no céu.

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Geralmente, as auroras mais ativas ocorrem quando o vento solar está mais forte. No caso do fenômeno registrado nesta imagem, elas ocorreram após uma pequena tempestade geomagnética. Além de formar as auroras, a tempestade afetou a densidade da atmosfera, e fez com que cerca de 40 satélites Starlink, da SpaceX, realizassem reentradas não planejadas pouco tempo após serem lançados.

Domingo (13) — A Terra durante a noite

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Esta imagem faz parte de uma série de mapas globais do nosso planeta durante a noite, que representam algumas das visualizações mais nítidas já produzidas da ocupação humana na Terra. O resultado desta sequência são imagens processadas das noites observadas na Terra em 2016, criadas com uma técnica de composição que utilizou as noites de céu mais limpo a cada mês.

Com a iluminação artificial, algumas regiões no mapa ficam em destaque, como o leste dos Estados Unidos, o litoral da Europa e o Japão — apesar de distantes geograficamente, todos estes lugares têm um alto desenvolvimento e grande densidade demográfica em comum. Já as áreas mais escuras estão concentradas nas porções centrais da América do Sul, África, Ásia e Austrália.

As imagens de satélite da Terra durante a noite, conhecidas como “luzes noturnas”, são ferramentas fundamentais de pesquisa. É que, além da beleza, estes registros mostram também como os humanos fizeram mudanças no planeta e iluminaram a escuridão que existia por aqui antes. Estes mapas são produzidos em intervalos de aproximadamente 10 anos, e ajudam a nortear projetos de pesquisa ambiental, ciência social e econômica.

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Segunda-feira (14) — A Nebulosa do Coração

Aqui, temos a nebulosa IC 1805, cujo formato lembra a de um coração humano — daí, ela acabou conhecida pelo apelido “Nebulosa do Coração”. Este grande coração cósmico se estende por quase 200 anos-luz e é uma nebulosa de emissão, ou seja, é uma nuvem de gás ionizado que emite luminosidade própria, em comprimentos de luz visível. No caso da IC 1805, a luz é emitida principalmente pelo hidrogênio, o elemento mais abundante em sua estrutura.

Este brilho vem de alguns objetos no interior da nebulosa. Perto do centro, há grupo formado por algumas estrelas jovens do aglomerado aberto Melotte 15, cuja idade não passa dos 1,5 milhão de anos. Assim, tanto a luz altamente energética quanto os ventos emitidos pelo aglomerado são os "culpados" pela forma de coração. Apesar de ter poucos membros, este aglomerado abriga algumas estrelas bastante brilhantes, com massa equivalente a 50 vezes a do Sol.

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Há também algumas mais escuras, com tão pouca massa que mal se comparam com a do nosso astro. A Nebulosa do Coração fica a quase 7.500 anos-luz de nós, em direção à constelação de Cassiopeia. A parte mais brilhante dela é chamada NGC 896, e foi classificada separadamente do restante de sua estrutura porque foi a primeira parte da nebulosa descoberta.

Terça-feira (15) — Lua sem terminador

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É assim que a Lua fica sem o terminador, o nome dado à linha que divide a região escura e a iluminada da superfície lunar — mas ele não se restringe somente à Lua, e pode ser utilizado para descrever esta divisória em qualquer corpo parcialmente iluminado. Foi possível visualizar nosso satélite natural desta forma porque esta foto é, na verdade, uma composição digital formada com 29 registros.

As imagens foram feitas em regiões próximas do terminador pela sonda orbital Lunar Reconnaissance Orbiter, da NASA. Geralmente, as regiões do terminador são aquelas com sombras grandes e mais proeminentes, que ajudam a conferir tridimensionalidade à foto. Além disso, perceba que as crateras da superfície lunar se ficam destacadas graças à sombras, que se direcionam para a direita.

Outro aspecto interessante da imagem são as regiões escuras, chamadas maria (o termo em latim para "mares"). Trata-se de grandes planícies de basalto com cor escura, que se formaram em função de atividade vulcânica. O nome que as relaciona aos mares vem de observações iniciais realizadas por astrônomos, que as confundiram com mares propriamente dito.

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Quarta-feira (16) — Erupção solar

A estrutura alaranjada que você viu no vídeo acima é uma proeminência de erupção solar que emergiu há alguns dias. Também conhecidas como “filamentos”, as proeminências solares são formações gasosas grandes e brilhantes que se estendem para fora da fotosfera, seguindo até a coroa solar. Enquanto a coroa contém o plasma, formado por gases ionizados a altas temperaturas, as proeminências têm plasma bem mais frio.

Elas levam cerca de um dia para se formar, e podem se manter na coroa durante algumas semanas. Geralmente, as proeminências podem se estender por alguns milhares de quilômetros no espaço. A deste vídeo, por exemplo, era tão grande que chegou a um tamanho comparável com o de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar.

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Esta grande proeminência se formou e depois expeliu uma ejeção de massa coronal (CME), liberando bilhões de partículas que viajam pelo Sistema Solar a velocidades espetaculares. A CME em questão não atingiu a Terra, mas outras ejeções recentes chegaram ao nosso planeta e causaram efeitos variados, como as auroras. A atividade no Sol, incluindo as CMEs, erupções e outros fenômenos, deverá continuar aumentando, já que nossa estrela está deixando a etapa do mínimo solar, em seu ciclo de 11 anos.

Quinta-feira (17) — Nuvens de poeira cósmica

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Há diversos processos em andamento nesta imagem — por exemplo, as formações escuras e as nebulosas brilhantes presentes nela indicam tanto estrelas jovens e quanto processos de formação delas em andamento. Elas estão a apenas 650 anos-luz, bem nos limites da chamada bolha local (uma grande cavidade no espaço, onde estão o Sol e mais milhares de estrelas) e do complexo de nuvens moleculares do Camaleão.

Já as regiões com estrelas jovens são formadas por nebulosas de reflexão. Entre elas, está a Ced 110, uma nebulosa de reflexão localizada um pouco acima do centro da imagem, mais para o lado esquerdo. Abaixo dela, está a nebulosa Ced 111, outra de reflexão que chama a atenção por seu brilho azulado. Ambas são classificadas assim por terem poeira interestelar capaz de refletir a estrela de estrelas próximas.

Por fim, um objeto que se destaca em meio aos demais é a Nebulosa Infravermelha do Camaleão — para encontrá-la, procure uma forma que lembra a da letra V, em tons alaranjados. Ela fica a cerca de 457 anos-luz de nós em direção à constelação do Camaleão e foi esculpida pelo material expelido por uma estrela recém-formada, de baixa massa; esta estrela é fria e emite gases em alta velocidade, que esculpem uma espécie de túnel na nuvem interestelar que a formou.

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Sexta-feira (18) — Trio de aglomerados estelares

Esta imagem reúne três ótimos exemplos de aglomerados estelares abertos, formados por grupos de estrelas unidas pela atração gravitacional mútua.

Os astrônomos acreditam aglomerados deste tipo foram originados a partir de grandes nuvens de gás e poeira não somente da Via Láctea, como também de outras galáxias, e seguem orbitando-a dentro ou próximo do disco da galáxia em que se formaram. Grande parte dos aglomerados abertos é instável, e acaba se dispersando após alguns milhões de anos.

Agora, vamos aos aglomerados da imagem. No lado esquerdo, está o M46, um aglomerado a cerca de 5.500 anos-luz de nós na constelação de Puppis, que abriga algumas centenas de estrelas espalhadas em uma região de cerca de 30 anos-luz. Já à direita da parte central, está o M47, outro aglomerado a apenas 1.600 anos-luz também nesta galáxia. Por fim, temos o NGC 2423, à distância aproximada de 2.500 anos-luz.

Se você observar bem a foto, encontrará a NGC 2438, uma nebulosa planetária que parece estar dentro do M46 — o que é apenas uma coincidência, fruto da nossa perspectiva de observação. Em seu centro, há uma estrela anã branca com milhões de anos, cuja temperatura de superfície chega a 75.000 K (aproximadamente 74.700 ºC).

Fonte: APOD