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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (10/09 a 16/09/2022)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Setembro de 2022 às 11h00

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Alan Friedman/J. Ruuth, Telescope Live/Dario Giannobile
Alan Friedman/J. Ruuth, Telescope Live/Dario Giannobile

Pronto para conferir as fotos astronômicas mais recentes publicadas no site Astronomy Picture of the Day?

Já adiantamos que você encontrará uma imagem de um curioso fenômeno luminoso no céu, cujas primeiras evidências fotográficas apareceram somente no fim da década de 1980. Já outra foto traz um grande filamento no Sol, que se estendeu por mais de 300 mil km. Como de costume, temos também fotos da Via Láctea no céu noturno e, claro, das nebulosas — uma delas, inclusive, é uma das maiores nebulosas que conhecemos!

Confira:

Sábado (10) — Panorama da Via Láctea

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Esta foto da Via Láctea foi capturado durante uma noite de inverno no lago Traful, na Argentina. O astrofotógrafo encarou as baixas temperaturas e, assim, conseguiu esta bela imagem da nossa galáxia emoldurando o lago e as montanhas na supefície. No caso, ele fotografou nossa galáxia em um panorama formado por várias fotos, que proporcionou o formato de arco.

Se você acompanhar a faixa da nossa galáxia com o olhar e observar o lado esquerdo, encontrará as estrelas Alfa e Beta Centauri; a primeira fica a cerca de 4,3 anos-luz de nós, e a segunda, a 360 anos-luz. Já no lado direito da imagem, está a estrela Vega, que aparece também refletida nas águas do lago.

O brilho no céu vem da luz zodiacal, nome dado à luz solar refletida em meio a várias partículas de poeira que orbitam o Sol no Sistema Solar interno, e que restaram do processo que formou a Terra e os demais planetas da nossa vizinhança há cerca de 4,5 bilhões de anos. Quanto mais escuro estiver o céu, melhores as chances de observar a luz zodiacal.

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Domingo (11) — Detalhes dos planetas no Sistema Solar

Que tal conferir esta animação, que mostra como os planetas do Sistema Solar giram em seus próprios eixos? No vídeo, a Terra e nossos vizinhos aparecem girando lado a lado, em uma visualização que facilita a comparação dos diferentes movimentos deles. Por exemplo, perceba que Júpiter tem rotação extremamente rápida, suficiente para completar uma volta ao redor de si próprio em apenas 10 horas terrestres.

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Já Vênus leva 243 dias para girar em seu próprio eixo, mas é extremamente veloz quando o assunto é o tempo que leva para orbitar o Sol: em Vênus, os anos duram cerca de 225 dias terrestres, ou seja, os dias por lá são mais longos que os anos. Estas e outras diferenças, perceptíveis principalmente nos planetas rochosos (eles estão na parte superior do vídeo) são resultado dos diferentes processos que ocorreram durante a “infância” do Sistema Solar.

No passado, uma grande nuvem de gás e poeira colapsou sobre si própria e deu origem ao Sol, e parte do material restante formou os planetas. Provavelmente, Urano foi atingido por um grande corpo rochoso durante o início de sua evolução, que fez com que girasse "de lado", a 90º do plano em que orbita o Sol. Algo parecido pode ter causado o movimento de Vênus, "invertido" em relação aos outros planetas.

Segunda-feira (12) — Sprites na República Tcheca

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As luzes vermelhas nesta foto são sprites vermelhos, um tipo raro de relâmpago confirmado há apenas algumas décadas. Além de ocorrerem a altitudes muito maiores que os raios comuns, os sprites são mais frios que os raios de cor clara que vemos e brilham muito menos. Além disso, fotografá-los não é fácil, tanto que a primeira evidência fotográfica deles foi capturada somente em 1989.

Eles podem ser entendidos como descargas elétricas que ocorrem na atmosfera da Terra associadas a tempestades, mas surgem de nuvens diferentes. Enquanto as chuvas, tempestades e outros fenômenos climáticos ocorrem na troposfera (uma camada atmosférica que vai da superfície da Terra a té 19 km de altitude), os sprites acontecem na mesosfera, uma camada que chega a até 80 km de altitude.

Embora pareçam pequenos, os sprites podem medir 50 km de extensão. Eles ainda não são totalmente compreendidos, mas já se sabe que são desencadeados por descargas elétricas positivas próximas do solo; por isso, eles podem ser vitos como um mecanismo de “equilíbrio”, como se fossem uma forma de a atmosfera liberar o excesso de carga na direção vertical. Tudo isso acontece em menos de um décimo de segundo!

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Terça-feira (13) — Filamentos no Sol

No início do mês, o Sol nos surpreendeu com um grande filamento de gás quente, sustentado pelo campo magnético do nosso astro. Ele é a estrutura ondulada no centro desta imagem, e as estimativas do tamanho dele sugerem que tinha metade do raio do nosso astro. Em outras palavras, a estrutura chegava a mais de 350 mil quilômetros de extensão!

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A foto foi processada e aparece aqui com cores invertidas, utilizadas para destacar o filamento e a cromosfera do Sol. Esta é a parte inferior da atmosfera solar e se estende por cerca de 2 mil km acima da superfície visível da nossa estrela. Se considerarmos a medida do raio solar, que chega a quase 700 mil km, percebemos que a cromosfera é uma camada bem fina.

Já o ponto brilhante na parte superior da imagem é uma mancha solar, com tamanho comparável ao da Terra. As manchas solares são grandes regiões que aparecem na superfície do Sol. Normalmente, elas têm tamanho de planetas, e são mais escuras porque são mais frias que seus arredores. Quanto mais manchas solares, mais chances de acontecerem erupções solares.

Quarta-feira (14) — Grande Nebulosa do Lagarto

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Vale a pena conhecer esta nebulosa, uma das maiores no céu noturno, e pode ser encontrada em direção à constelação Lacerta, o Lagarto. Ela foi catalogada como "Sh2-126", mas é mais conhecida pelo apelido "Grande Nebulosa do Lagarto". Apesar das grandes dimensões, esta é uma nebulosa de emissão que emite luz própria em comprimentos de onda da luz visível.

Apesar disso, a má notícia é que ela não brilha o suficiente para observações com binóculos, e o melhor jeito de apreciá-la é com fotos capturadas por meio de longas exposições. É caso desta foto, capturada ao longo de 10 horas de exposição em mais de cinco cores diferentes, durante seis noites do mês de junho e julho no Observatório de Astronomia IC, na Espanha.

Nesta foto, a nebulosa brilha em vermelho graças à ionização da forte radiação ultravioleta vinta de 10 Lacertae, uma estrela azul da sequência principal — ela é uma das estrelas azuis, um pouco acima do centro brilhante da nebulosa. Por fim, a nebulosa faz parte de Lacerta OB1, uma grande região de formação estelar a cerca de 1.200 anos-luz da Terra.

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Quinta-feira (15) — Lua da Colheita na Itália

Esta foto mostra a Lua cheia nascendo em grande estilo sobre o céu de Castiglione di Sicilia, uma cidade histórica na Itália. Ao contrário das outras fases cheias da Lua, que recebem apelidos próprios associados a meses e às diferentes culturas locais, esta fase é conhecida como "Lua da Colheita" devido à proximidade com o equinócio de outono, no hemisfério norte, e pode acontecer em setembro ou outubro.

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A Lua não emite luz própria, mas sim reflete a luz solar. Então, dependendo da posição em que a está em relação à Terra e ao Sol, a quantidade da superfície lunar que vemos iluminada varia, formando as diferentes fases lunares. No caso, a fase cheia acontece quando o Sol e a Lua ficam alinhados em lados opostos da Terra.

Já o apelido vem da maior claridade durante a noite, vinda do brilho refletido pela Lua: durante algumas noites, ela aparece no céu logo após o Sol se pôr, e os antigos fazendeiros aproveitavam a maior luminosidade para colher o que plantaram ao longo do verão, trabalhando por mais tempo durante a noite. Na Europa, esta Lua cheia também pode ser chamada de "Lua das Frutas" devido ao amadurecimento das frutas, próximo do fim do verão.

Sexta-feira (16) — Nebulosa da Tarântula

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O emaranhado de cores e formas desta foto tornou esta nebulosa conhecida como "Nebulosa da Tarântula". Também chamada "30 Doradus", a nebulosa é uma região de formação estelar enorme, com mais de mil anos-luz de diâmetro, localizada na galáxia Grande Nuvem de Magalhães. Ela fia a cerca de 170 mil anos-luz de nós, mas se estivesse a 1.600 anos-luz, como a Nebulosa de Órion, provavelmente seria visível durante o dia e ocuparia quase a metade do céu.

Devido à sua proximidade e à inclinação favorável da Grande Nuvem de Magalhães, esta nebulosa é como um laboratório para os astrônomos que estudam os processos de formação das estrelas. Em seu interior, há milhares de estrelas massivas e jovens que emitem forte radiação e ventos estelares, capazes de desgastar a nebulosa.

Ao redor dela, estão outras regiões de formação estelar, marcadas por jovens aglomerados estelares,, filamentos e até nuvens gasosas de formatos curiosos. Na foto, a "aranha cósmica" aparece acompanhada de SN 1987A, a a nebulosa mais próxima que ocorreu na era moderna. Ela aparece no canto inferior direito da imagem.

Fonte: APOD