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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (09/07 a 15/07/2022)

Por| Editado por Rafael Rigues | 16 de Julho de 2022 às 11h00

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Vários / Reprodução
Vários / Reprodução

Esta foi uma semana bastante aguardada para os entusiastas das ciências espaciais: foi nesta segunda-feira (11) que Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, apresentou a primeira foto colorida feita pelo telescópio espacial James Webb. Já na terça (12), a NASA divulgou as demais imagens do observatório, o maior e mais poderoso já lançado ao espaço. As imagens são incríveis, e você encontra algumas delas no compilado de fotos astronômicas da semana.

Entre outros registros destacados, está uma bela foto de Andrômeda brilhando no céu do Deserto do Saara. Já outra imagem nos traz um pouco do brilho da superlua que surgiu no céu nesta quarta-feira (13) — quem conseguiu acompanhar o evento observou nosso satélite natural a "apenas" 357 mil quilômetros da Terra!

Veja abaixo:

Sábado (09) — Saturno e Estação Espacial Internacional

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Quem levantou bem cedo durante o mês de junho conseguiu observar um "desfile planetário" brilhando no céu durante o início das manhãs. Entre os planetas visíveis a olho nu estava Saturno, que aparece nesta foto feita durante uma breve passagem da Estação Espacial Internacional registrada no dia 24 de junho no céu da Califórnia, nos Estados Unidos.

O complexo orbita nosso planeta a aproximadamente 400 km de altitude, e viaja a uma velocidade de cerca de 28.800 km/h; na prática, isso significa que apenas 92 minutos são necessários para a ISS completar uma volta ao redor do nosso planeta. Por isso, os astronautas a bordo da estação acompanham o Sol nascendo e se pondo 16 vezes por dia!

No momento da foto, a estação estava a cerca de 602 km de distância do fotógrafo, enquanto Saturno estava a mais de 1,3 bilhão de quilômetros. Por isso, conseguir o registro não foi uma tarefa fácil: além da distância e posição dos objetos, a ISS precisou realizar recentemnete uma manobra de desvio de lixo espacial, que acabou deixando-a instável na foto. Ainda bem que deu tudo certo para a foto!

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Domingo (10) — Nebulosa Olho do Gato

Esta é a nebulosa planetária “Olho do Gato”, uma das mais complexas que conhecemos. Apesar do que o nome parece indicar, estes objetos são formados pelo gás ejetado por estrelas de massa parecida com aquela do Sol chegando ao fim de suas vidas: nesta etapa, elas se expandem até se tornarem gigantes vermelhas, com cerca de 100 vezes o diâmetro que tinham originalmente. Depois, elas liberam suas camadas externas para o espaço, expondo um núcleo bastante aquecido.

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A radiação ultravioleta vinda do núcleo flui para o gás ejetado anteriormente, fazendo com que brilhe; eis que surge uma nebulosa planetária! Ao longo do tempo, a camada gasosa liberada acaba sendo dispersa pelo espaço e o que restou daquilo que foi a estrela vai dar origem a uma anã branca, um objeto de alta densidade. Este é o destino que aguarda o Sol em aproximadamente 5 bilhões de anos.

Catalogada como "NGC 6543", a nebulosa Olho do Gato se estende por cerca de meio ano-luz e tem estrutura formada por nós, jatos, bolhas e arcos complexos, iluminados pelo núcleo aquecido dela. A estrela ao centro parece ter ejetado sua massa em uma sequência de pulsos emitidos em intervalos de 1.500 anos; estas emissões criaram envelopes de poeira, cada um com massa semelhante àquela de todos os planetas do Sistema Solar combinados.

Segunda-feira (11) — Andrômeda no deserto

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Se você estivesse aproveitando esta noite no Deserto do Saara, o maior deserto quente do mundo, poderia muito bem observar a galáxia Andrômeda, a 2,5 milhões de anos-luz de nós. Vê-la no céu é como dar uma espiadinha no passado, já que a luz emitida por ela viajou por 2,5 milhões de anos até nos alcançar. Este é o objeto mais distante que conseguimos observar a olho nu.

Também conhecida como M31, Andrômeda é a maior galáxia do chamado Grupo Local, formado pela Via Láctea e mais de 30 outras galáxias menores. Ela tem um passado marcado por colisões e acreções de outras galáxias — M32, por exemplo, é uma galáxia peculiar próxima de Andrômeda com estrutura que indica que era mais massiva no passado, e acabou perdendo parte de seus aglomerados em encontros com Andrômeda.

Andrômeda aparece na foto acompanhada por estrelas, aglomerados e nebulosas — mas, se você observar a parte superior esquerda em direção ao núcleo da M31, encontrará M110, uma galáxia satélite de Andrômeda. Este registro é uma foto composta, feita com três exposições de fundo e uma do primeiro plano, capturadas com a mesma câmera e no mesmo lugar.

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Terça-feira (12) — Nuvens noctilucentes

As faixas esbranquiçadas brilhando no céu desta foto em Paris, na França, são nuvens noctilucentes. O nome vem de "nocti" e "lucent", termos em latim que significam "noite" e "brilhante", respectivamente. Elas são formadas a cerca de 80 km de altitude quando a temperatura e pressão na atmosfera superior terrestre chegam às condições adequadas no verão e não são visíveis o tempo inteiro; normalmente, elas ocorrem em “temporadas” entre o fim de maio e o início de agosto.

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Como ficam bem altas na atmosfera, as nuvens noctilucentes continuam iluminadas pelo Sol bem depois da nossa estrela se pôr, chegando ao nível do solo. Por isso, elas aparecem como faixas no céu brilhando em tons de azul e branco, sendo torcidas em formas curvas ou alongadas — e o melhor de tudo é que elas podem ser vistas a olho nu, sem a necessidade de câmeras ou binóculos.

As nuvens noctilucentes são de grande interesse para estudiosos do clima, porque servem como indicadores altamente sensíveis dos processos ocorrendo a grande altitude na atmosfera. É que, ali, as temperaturas extremamente frias e a baixa densidade do ar criam um ambiente em que pequenas mudanças atmosféricas causam efeitos consideráveis nessas nuvens. Assim, observá-las é uma forma de conhecer mais a atmosfera do nosso planeta.

Quarta-feira (13) — A primeira foto do telescópio espacial James Webb

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Foi nesta segunda-feira (11) que o mundo conheceu a primeira foto colorida já feita pelo James Webb, o maior observatório já construído. Esta é a foto mais profunda e nítida já feita do universo distante na luz infravermelha até agora, e mostra a região do aglomerado de galáxias SMACS 0723, marcado por milhares delas — tanto que os objetos mais fracos da imagem foram observados pela primeira vez na luz infravermelha!

Aqui, nós vimos como o aglomerado era há 4,6 bilhões de anos, com várias galáxias à frente e atrás dele. Ele é tão massivo que atua como uma grande lente gravitacional, ampliando a luz das galáxias e outros objetos atrás e mais distantes, sendo que alguns deles aparecem como eram quando o universo tinha menos de um bilhão de anos (para fins de comparação, considere que os astrônomos estimam hoje que o universo tem cerca de 13,8 bilhões de anos!)

Para deixar a foto ainda mais incrível, saiba que ela nos mostra apenas uma pequena fatia do universo, com tamanho parecido com o de um grão de areia na ponta do dedo de uma pessoa com braço esticado. E esta foto é só o começo: em breve, os pesquisadores vão começar a estudar mais sobre a massa, idade e composição das galáxias ali, enquanto o telescópio James Webb procura as mais jovens delas no universo.

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Quinta-feira (14) — A Nebulosa do Anel Sul

O "último suspiro" de uma estrela com massa parecida com o Sol, morrendo a cerca de 2.500 anos-luz de nós, deu origem a esta incrível nebulosa planetária conhecida como “Nebulosa do Anel Sul”. Catalogada como NGC 3132, ela aparece aqui fotografada pelo telescópio James Webb, que a observou na luz quase infravermelha. Ela é responsável por esculpir a estrutura da nebulosa e está acompanhada por outra estrela, envolvida por um envelope de poeira.

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A mais brilhante do par afeta a aparência da nebulosa, e conforme uma orbita a outra, elas causam turbulências que resultam nos padrões assimétricos da foto. Como as nebulosas planetárias podem existir por dezenas de milhares de anos, observar este objeto (e outros do tipo) é como assistir um filme com velocidade bem lenta, e cada camada expelida pela estrela ajuda os pesquisadores a coletar medidas do gás e poeira ali.

Um espetáculo à parte na foto está no fundo dela repleto de galáxias distantes espalhadas pelo universo, que podem ser observadas nas áreas mais transparentes da nebulosa planetária. As mais distantes delas são as menores, e aparecem em tons avermelhados. Já a linha diagonal brilhante no canto superior esquerdo da nebulosa não vem de uma estrela, mas sim de uma galáxia observada na lateral.

Sexta-feira (15) — O brilho da superlua

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O astrofotógrafo que fez esta foto decidiu que iria observar a "Superlua do Cervo" nascendo sobre o Castelo de Lubovna, um dos patrimônios da UNESCO. Para encontrar o melhor lugar para isso, ele precisou viajar uma longa distância até chegar ao leste da Eslováquia. A foto mostra que o passeio valeu a pena: além da beleza da Lua acompanhada pelo castelo, a refração da atmosfera causou um pequeno brilho esverdeado na parte superior dela.

Ele conseguiu fotogravar nosso satélite natural a cerca de 357 mil quilômetros do nosso planeta, sendo que a distância média entre a Terra e a Lua é, normalmente, de 384 mil quilômetros. Essa variação ocorre porque a Lua viaja ao redor do nosso planeta seguindo uma órbita elíptica; assim, quando ela chega ao ponto mais próximo de nós (o perigeu) na fase cheia, ocorre uma superlua.

Quando comparadas com a Lua cheia durante o apogeu, ou seja, quando está mais distante de nós, podemos dizer que as superluas aparentam ser maiores e mais brilhantes; mas, se você quiser observar nosso satélite natural parecendo "grande", o ideal é procurá-la no céu quando está nascendo ou se pondo. Como ela fica próxima do horizonte nestes momentos, nosso cérebro compara o tamanho da Lua com aquele de objetos em solo, como prédios e árvores, causando a ilusão de que o disco lunar está maior do que realmente é.

Fonte: APOD