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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (04/12 a 10/12/2021)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 11 de Dezembro de 2021 às 11h00

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A. Dimai/T. Boris, C. Lockwood, D. Zimmermann/A. McCarthy
A. Dimai/T. Boris, C. Lockwood, D. Zimmermann/A. McCarthy

No compilado de imagens astronômicas da NASA desta semana, você confere várias fotos incríveis do eclipse solar total ocorrido no último sábado (4). Uma delas foi feita acima das nuvens, por um fotógrafo que estava a bordo de um avião comercial. Outra mostra uma sequência de registros do Sol feitos na Antártida e incluiu também o momento do eclipse solar total.

Claro que esta seleção não se restringiu somente ao eclipse, e incluiu também registros de outros objetos — por exemplo, um deles mostra o cometa Hale-Bopp brilhando nos céus da Itália, e outra inclui a silhueta da Estação Espacial Internacional em contraste com o brilho da Lua, ao fundo.

Confira:

Sábado (04) — Lua cheia e brilho iridescente

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Esta foto foi feita na noite de 18 de novembro, quando a Lua estava na fase cheia, a mais brilhante de seu ciclo. Durante a madrugada do dia seguinte, nosso satélite natural ficou temporariamente sob a sombra projetada pela Terra durante um eclipse lunar parcial — mas, nesta imagem, o fenômeno que observamos é diferente.

Perceba que, embora as nuvens estejam escondendo o disco lunar, elas mostram um brilho iridescente e colorido. Estas cores são o resultado da difração da luz refletida pela Lua cheia em gotas d'água pequenas e de tamanho semelhante, próximas dos limites das nuvens, mas também podem aparecer partes aleatórias.

Aliás, a iridescência mostra cores parecidas com as da coroa lunar. Trata-se de um fenômeno óptico, também causado por pequenas gotas ou cristais de gelo que formam anéis coloridos ao redor da Lua. Quando esta foto foi feita, nosso satélite natural estava perto das Plêiades, um dos aglomerados estelares mais próximos da Terra que pode ser visto a olho nu; para encontrá-lo, observe o canto inferior esquerdo da imagem.

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Domingo (05) — Eclipse solar total

No último sábado (4), ocorreu o único eclipse solar total do ano. Infelizmente, o fenômeno não pôde ser visto no Brasil porque ocorreu quando era noite por aqui, ou seja, quando o Sol não estava visível no céu. Por outro lado, o eclipse pôde ser observado na Antártida — a foto acima, por exemplo, foi feita por um fotógrafo a bordo de um avião voando pelo Oceano Antártico.

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Os eclipses solares ocorrem quando a Lua fica entre o Sol e a Terra, projetando sua sombra em nosso planeta. No caso do registro acima, o fotógrafo conseguiu capturar a coroa externa do Sol, uma camada fina da nossa estrela que pode ser melhor observada durante eclipses solares totais. Já o pontinho escuro à frente do Sol é a Lua.

Outro aspecto interessante desta foto é a região escura do céu ao redor do eclipse. Trata-se do cone de sombra — ou “umbra” —, onde a luz solar fica totalmente bloqueada. Ao redor deste cone, fica a penumbra, uma sombra em forma de funil em que a luz solar fica parcialmente escurecida. O que vemos na foto é, portanto, um longo corredor de ar na sombra da Lua, acompanhado por Mercúrio pertinho da Lua, no lado direito.

Segunda-feira (06) — Estação Espacial Internacional e a Lua

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Tá vendo aquela Lua que brilha lá no céu? Aqui, ela aparece acompanhada pela silhueta da Estação Espacial Internacional nesta imagem composta, feita na cidade de Payson, nos Estados Unidos. Se você ampliar a foto, conseguirá observar alguns detalhes do laboratório orbital, como os painéis solares que alimentam os sistemas da estação, entre outras estruturas.

Além disso, aproveite também para conferir algumas formações do nosso satélite natural. Por exemplo, a cratera Tycho aparece no canto superior esquerdo da foto. Esta é uma cratera de impacto no lado da Lua voltado para nós, que leva o nome do astrônomo dinamarquês Tycho Brahe; a cratera tem diâmetro de 85 km e é considerada uma das mais brilhantes.

Análises de amostras coletadas pelos astronautas da missão Apollo 17 mostraram que esta cratera tem aproximadamente 108 milhões de anos. Ainda nesta região, há alguns planaltos de cor mais clara acompanhados por planícies escuras, formadas por antigas erupções vulcânicas.

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Terça-feira (07) — Sequência de ondas gravitacionais

Os astrônomos conseguem “ouvir” colisões entre buracos negros massivos através das ondas gravitacionais, ondulações invisíveis e incrivelmente rápidas. Conforme viajam pelo espaço, elas esticam e encolhem tudo que encontram pela frente — e, felizmente, podem ser detectadas. Faz apenas sete anos que dispomos da tecnologia necessária para isso, mas nas últimas três sequências de observações, 90 delas foram detectadas.

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Acima, estão os espectrogramas (representações das frequências de ondas gravitacionais em relação ao tempo) delas, registradas pelos detectores Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (LIGO), pelo interferômetro VIRGO e observatório KAGRA, nos Estados Unidos, Europa e Japão, respectivamente. Quanto mais energia chega aqui após a colisão, mais brilhantes os gráficos acima ficam.

Estas detecções vêm proporcionando aos cientistas um inventário sem precedentes de buracos negros e estrelas de nêutrons, auxiliando também na definição da taxa de expansão do universo. Uma nova sequência de observações das ondas gravitacionais deverá ser feita por este trio de observatórios em dezembro de 2022.

Quarta-feira (08) — Cometa Hale-Bopp

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Este é o cometa Hale-Bopp brilhando, acompanhado pelas montanhas Dolomita ao redor de Cortina d’Ampezzo, na Itália. Perceba que ele mostra duas caudas. A de cima, mais azulada, é formada por íons do núcleo do cometa sendo empurrados pelo fluxo de partículas carregadas do vento solar. Já a cauda inferior, esbranquiçada, vem de partículas de poeira maiores do núcleo do cometa, também sob influência da pressão da luz solar.

O Hale-Bopp é considerado um dos cometas mais observados durante o século 20, sendo também um dos mais brilhantes já vistos em muitas décadas: quando ele passou pelo periélio (o ponto orbital mais próximo do Sol) no dia 1º de abril de 1997, tinha magnitude de -1,8; ele ficou visível a olho nu durante 18 meses e acabou conhecido como "O Grande Cometa de 1997".

A má notícia é que ele deverá fazer outra visita aos nossos céus somente por volta do ano 4385. Felizmente, você não precisa esperar alguns milênios para ver um belo objeto desses no céu no céu. Embora o cometa Leonard não esteja tão brilhante quanto esperado pelos astrônomos, vale esperar para observá-lo no fim da manhã até o dia 12 de dezembro; já no dia 17, ele deverá começar a aparecer no céu noturno.

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Quinta-feira (09) — Silhueta do disco lunar

Em uma foto anterior deste compilado, você conferiu o eclipse solar acima das nuvens, fotografado de dentro de um avião. Agora, que tal ver o fenômeno da perspectiva de quem estava na Antártida, o único lugar do planeta que permitiu observar o eclipse solar total? É o que aparece na foto acima, feita um pouco antes da etapa total do fenômeno.

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A imagem foi feita por um telescópio em solo, posicionado na umbra da Lua. Quem estava por lá viu o disco solar sendo gradualmente coberto por nosso satélite natural, até ficar apenas com uma pequena faixa crescente brilhante. Quando o fenômeno chega à fase total, é possível observar brevemente a atmosfera externa do Sol chamada “coroa solar”. Nesta foto, vemos um pouco de luz do Sol na parte superior, com tons rosados.

Hoje, podemos ver eclipses graças à combinação da mecânica celestial com o tempo. É que a Lua se formou há aproximadamente 4,5 bilhões de anos e está se afastando da Terra, mas está na distância perfeita para aparecer no céu com tamanho aparente idêntico ao do Sol, que permite bloqueá-lo durante eclipses solares.

Sexta-feira (10) — Eclipse solar em um dia polar

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Este registro do eclipse solar total foi feito na Antártida, às 5h da madrugada no horário local. O fenômeno já é impressionante por si só e fica ainda mais curioso nesta região gelada: é que, durante o verão nas regiões polares do nosso planeta, o Sol fica acima do horizonte durante 24 horas ou mais, formando o chamado "Sol da Meia Noite".

Isso acontece porque, quanto mais próximo um lugar estiver dos polos da Terra, mais longos são os dias e as noites. Essas durações diferentes das quais estamos acostumadas são chamadas “dias e noites polares” e, no caso da imagem, o fotógrafo capturou um dia polar durante o eclipse solar total.

A imagem composta mostra uma sequência, em que o Sol completa um círculo no céu em Union Glacier, na Antártida. Durante o eclipse, o céu ficou escuro durante alguns momentos, mesmo estando acima do horizonte. Na parte inferior da imagem, você encontra o Sol totalmente eclipsado pela Lua.

Fonte: APOD