Publicidade

Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (04/07 a 10/07/2020)

Por| 11 de Julho de 2020 às 11h00

Link copiado!

Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (04/07 a 10/07/2020)
Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (04/07 a 10/07/2020)
Tudo sobre NASA

Todos os dias, a NASA publica no site “Astronomy Picture of the Day” uma imagem astronômica, ou de algum grande evento natural do planeta Terra. As imagens são selecionadas do próprio acervo da NASA, ou de astrofotógrafos ao redor do mundo. Normalmente, as nebulosas são as principais atrações do APOD, mas dessa vez um visitante roubou a cena: o cometa NEOWISE, que se aproxima da Terra e se tornou visível a olho nu.

Então, nada mais justo do que destacar não apenas uma, nem duas, mas sim três imagens do espetáculo que a passagem do cometa proporcionou aos observadores no hemisfério norte (sim, infelizmente o NEOWISE está visível apenas por lá). Mas os amantes das nebulosas não ficarão tristes, pois há também um destaque para a famosíssima Nebulosa de Órion, uma das mais - senão a mais - observadas na astronomia.

Por fim, também há destaques para alguns planetas do Sistema Solar, como o misterioso hexágono de Saturno e a curiosa cauda de Mercúrio.

Sábado (04/07) - Fogos de artifício naturais

Continua após a publicidade

Parecem fogos de artifício, mas trata-se de algo conhecido como “sprites vermelhos”. Esta imagem registra o fenômeno com uma câmera no cume das montanhas Vosges, na França, no dia 26 de junho. Os flashes ocorreram a cerca de 260 quilômetros de distância do fotógrafo Stephane Vetter.

Os sprites ocorrem durante tempestades e são produzidos por campos elétricos quase-eletrostáticos, gerados por relâmpagos que vão da nuvem para o solo. Para serem fotografados, é preciso uma câmera CCD (charge-coupled device) de alta sensibilidade. Os sprites se forma acima das nuvens, e costumam se estender a partir de 45 km de altitude, podendo chegar a 100 km - o que significa que acontecem na mesosfera, a camada mais fria da atmosfera do nosso planeta.

A duração do fenômeno é de aproximadamente 17 ms e eles aparecem alguns ms após a queda do relâmpago gerador. O brilho abaixo das nuvens é de uma iluminação mais familiar. À direita, também acima das nuvens, na mesosfera, estão algumas nuvens polares mesosféricas. Também conhecidas como nuvens que brilham à noite, elas consistem de cristais de gelo que aparecem em forma de nuvem na alta atmosfera da Terra, visíveis apenas durante o crepúsculo astronômico - ou seja, quando o centro geométrico do disco do Sol fica entre 12 e 18 graus abaixo do horizonte.

Continua após a publicidade

Domingo (05/07) - Hexágono de Saturno

O famoso hexágono formado nas nuvens sobre o polo norte de Saturno foi visto pela primeira vez durante os sobrevoos da Voyager, quando ela passou pelo planeta na década de 1980, e até hoje sua natureza é um mistério para os cientistas.

Continua após a publicidade

Este fenômeno estranho nunca foi visto em nenhum outro lugar do Sistema Solar, o que torna Saturno um planeta ainda mais peculiar. A imagem acima foi registrada pela Cassini no final de 2012, usando dados do infravermelho próximo obtidos pelos instrumentos sensíveis da sonda. A partir daí, uma composição criou cores “falsas”, resultando em tons de vermelho para nuvens baixas e verde nas nuvens altas.

Outro detalhe curioso é que o hexágono também parece mudar de cor. Entre 2012 e 2016, ele mudou de uma coloração predominantemente azul para um tom dourado. Uma teoria sobre isso é que a luz do Sol cria neblina conforme o polo norte é exposto devido à mudança de estação. A Cassini também gravou vídeos que mostram a estrutura das nuvens mantendo o formato hexagonal durante a rotação. O planeta é tão gigante que quatro Terras poderiam caber dentro do hexágono.

Segunda-feira (06/07) - Nebulosa de Órion

Continua após a publicidade

A Nebulosa de Orion é a mais famosa de todas as nebulosas no mundo da astronomia, pois é uma das mais brilhantes no céu e pode ser vista a olho nu. Ela se encontra entre 1500 e 1800 anos-luz do Sistema Solar, e está situada a sul do Cinto de Órion (também conhecido no Brasil como As Três Marias). Possui 25 anos-luz de diâmetro e, ali, estrelas estão nascendo e começando a brilhar constantemente. Provavelmente existe água se formando pela junção de hidrogênio e oxigênio.

Na imagem, a parte central da nebulosa é exibida pelo olhar do Telescópio Espacial Hubble. Também chamada de M42 ou NGC 1976, de acordo com a nomenclatura astronômica, a nebulosa de Órion é um dos objetos astronômicos mais fotografados, examinados, e investigados, e foi graças a ela que os astrônomos descobriram coisas importantes sobre a formação de estrelas e planetas a partir de nuvens de poeira e gás em colisão.

Continua após a publicidade

Terça-feira (07/07) - Cometa NEOWISE no Líbano

O cometa NEOWISE, fotografado por astronautas no espaço, se tornou visível a olho nu para os que estão no hemisfério norte do planeta. Astrônomos, astrofotógrafos e entusiastas da astronomia finalmente tiveram a oportunidade de observar o espetáculo raro de um cometa dar o ar da graça no céu noturno.

Descoberto no final de março, o NEOWISE se iluminou tanto quanto as estrelas mais brilhantes do céu ao atingir sua aproximação máxima do Sol. Agora, ele está se aproximando da Terra ao iniciar sua longa jornada de volta ao Sistema Solar externo.

Continua após a publicidade

Muitos já fotografaram o cometa, em diversos locais afastados e em cidades famosas ao redor do mundo. A NASA deve ter tido muito trabalho para escolher uma única fotografia para o APOD, pois há diversas imagens impressionantes registradas por fotógrafos profissionais. A escolha da NASA foi por este cenário no Líbano, que mostra o céu pouco antes do nascer do Sol. O cometa parece estar caindo sobre a cidade, mas ele está muito longe do nosso planeta.

Quarta-feira (08/07) - Cauda de Mercúrio

Continua após a publicidade

Parece mais uma foto de cometa, mas este ponto luminoso é Mercúrio. Então, o que seria a faixa difusa, que parece uma cauda de cometa? É o rastro de pequenas quantidades de sódio presentes na atmosfera do planeta mais interno do nosso Sistema Solar.

Essas partículas de sódio brilham quando expostas à luz do Sol. Além disso, a luz solar também libera essas moléculas da superfície de Mercúrio e as afasta. Com isso, o planeta tem, sim, uma espécie de cauda, que pode ser vista nessa imagem graças à longa exposição da câmera.

Nesta foto, Mercúrio e sua cauda de sódio foram registrados no final de maio, na Itália, através de um filtro que captura principalmente a luz amarela emitida pelo sódio. A cauda de Mercúrio foi descoberta em 2001, embora os astrônomos já suspeitavam que ela existia desde a década de 1980.

Continua após a publicidade

Quinta-feira (09/07) - NEOWISE sobre os Alpes franceses

Agora sim, mais uma vez o cometa NEOWISE volta a brilhar no APOD, junto de outro fenômeno interessante: as nuvens mesosféricas, que são essas ondas acima das árvores. A paisagem é do leste dos Alpes franceses, onde o cometa esteve bem visível durante a semana. Nessa época do ano, as nuvens noctilucente são relativamente comuns nessas latitudes do hemisfério norte.

O NEOWISE aqui está emergindo durante o amanhecer, torando-se visível a olho nu logo acima do horizonte nordeste.

Continua após a publicidade

Sexta-feira (10/07) - NEOWISE e a ISS

E a compilação desta semana se encerra com ele, o astro que roubou todos os holofotes nos últimos dias, o cometa NEOWISE. Dessa vez, ele foi fotografado pelos astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional.

Continua após a publicidade

No momento, o cometa está iniciando sua rota de volta ao Sistema Solar externo. Mas isso não significa que desaparecerá do céu noturno tão cedo - ao contrário, enquanto se afasta do Sol, o NEOWISE se aproxima da Terra e se tornará ainda mais visível para o hemisfério norte. Quando ele completar essa manobra espacial, passará a aparecer após o pôr-do-Sol, e não antes do amanhecer, como tem feito até então.

Fonte: APOD