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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (03/09 a 09/09/2022)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Setembro de 2022 às 11h00

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NASA,Caltech,Voyager/NASA,ESA,CSA,STScI,ERO/W. Letian,J. Ma
NASA,Caltech,Voyager/NASA,ESA,CSA,STScI,ERO/W. Letian,J. Ma
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A seleção de fotos mais recentes publicadas no site Astronomy Picture of the Day está bastante diversa. Nesta semana, as imagens destacadas reúnem registros fascinantes de nebulosas e até de um fenômeno óptico fascinante e raro, que ocorreu recentemente na China.

Outra imagem é um pôster comemorativo, que celebra a longa jornada das sondas gêmeas Voyager. E claro que as fotos capturadas pelo telescópio espacial James Webb não poderiam ficar de fora, também aparecendo por aqui.

Confira:

Sábado (03) — Trânsito da Estação Espacial Internacional

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A Estação Espacial Internacional (ISS) foi fotografada enquanto cruzava o disco da Lua no distrito de Shunyu, na China, em uma bela manhã do fim de agosto. Pouco tempo depois, no distrito de Fengtai, a cerca de 40 km de onde o trânsito (nome dado quando um objeto passa em frente ao outro) lunar foi observado, outro astrofotógrafo aproveitou para fotografar o laboratório orbital passando em frente ao Sol.

O trânsito solar ocorreu apenas 29 segundos após o lunar, e as fotos de ambos aparecem combinadas nestes painéis, formados por frames de vídeos capturados em ambas as localizações. As fotos foram feitas com equipamentos diferentes, mas foram ajustadas digitalmente para mostrar o Sol e a Lua em uma mesma escala, com a estação seguindo uma trajetória praticamente linear nas fotos.

Fotografar o laboratório orbital não é fácil, porque a ISS completa uma volta ao redor da Terra a cada 90 minutos, viajando a cerca de 28 mil km/h. É possível observá-la (inclusive a olho nu!) porque a estação reflete a luz solar, mas para que fique visível, ela precisa estar a 40º ou mais acima do horizonte.

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Domingo (04) — Via Láctea no litoral

Se você estivesse aproveitando um passeio noturno nesta praia, poderia conferir suas pegadas na areia brilhando com uma luz azulada. Este fenômeno é conhecido como "bioluminescência", e ocorre através de reações químicas capazes de produzir luz no interior do corpo de alguns organismos, como bactérias, algas, estrelas do mar e outros seres vivos.

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Já a estrutura rochosa no centro da foto é uma formação vulcânica, que aparece acompanhada de uma fina camada de neblina, dispersando a luz do horizonte. Os raios de luz no lado esquerdo vêm dos faróis de carros em uma estrada próxima, e a iluminação do lado direito vem de um barco de pesca.

Todos estes elementos são acompanhados pela faixa da Via Láctea, que quase parece nascer da estrutura rochosa. Se você tiver um telescópio em mãos e estiver em um lugar com baixa poluição luminosa, pode conseguir observar cerca de 6 mil estrelas da nossa galáxia no céu. Existem milhões de outras delas, sendo que muitas não podem ser vistas porque estão distantes demais, ou bloqueadas por poeira.

Segunda-feira (05) — Nebulosa Carina pelo James Webb

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Que tal explorar os Penhascos Cósmicos de NGC 3324, uma região de formação estelar na nebulosa Carina? Esta foto foi capturada na luz infravermelha pelo instrumento Near-Infrared Camera (NIRCam), do telescópio James Webb, e revela diferentes berçários estelares e até estrelas individuais, que não apareceriam se fossem observados na luz visível.

Esta região foi escavada do interior da nebulosa pela intensa radiação ultravioleta e ventos estelares, emitidos por extrelas extremamente massivas, jovens e quentes, presentes em uma área acima daquela que aparece na foto. O processo de "escultura cósmica" acontece pelo desgaste lento que ocorre nas paredes da nebulosa; contudo

As observações da NGC 3324 com o telescópio James Webb representam uma oportunidade importante para os astrônomos entenderem melhor os processos de formação estelar. Além disso, o novo observatório pode revelar também como a formação estelar afeta a evolução de grandes nuvens de gás e poeira.

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Terça-feira (06) — Nuvem iridescente

Já pensou em olhar para o céu e observar uma nuvem colorida acompanhada de outra escura? Pois é, esta combinação curiosa ocorreu em Pu'er, na China. A nuvem colorida é do tipo pileus, o que significa que ela é uma nuvem lenticular pequena e horizontal sobre uma nuvem do tipo cumulus. Geralmente elas não duram muito tempo, porque são absorvirdas pela nuvem principal, abaixo delas.

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O brilho colorido a torna uma nuvem iridescente, resultado de um fenômeno óptico relativamente raro: as pequenas gotas no interior dela dispersam a luz, causando o efeito colorido que você viu. Se as partículas da nuvem tiverem tamanho semelhante e estiverem dispersas em uma grande região, o efeito de iridescência pode ocorrer na forma de uma coroa brilhante, com um ou mais anéis.

Além da nuvem pileus, a foto mostra também uma nuvem do tipo cumulus, que indica que a nuvem inferior estava se expandindo. Por isso, seria importante que o fotógrafo tivesse um guarda-chuva por perto, já que esta nuvem poderia dar origem a uma tempestade.

Quarta-feira (07) — Nebulosa da Tarântula

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Aqui está a Nebulosa da Tarântula, a maior e mais brilhante região de formação estelar no Grupo Local, formado pelas galáxias mais próximas da Via Láctea. O apelido se refere à aparência da nebulosa, que lembra a toca de uma tarântula coberta por sua teia. Na foto, a nebulosa aparece observada pelo instrumento Near-Infrared Camera (NIRCam), do telescópio James Webb, que destaca algumas características incríveis dela.

Uma delas é a cavidade no centro da imagem, resultado da radiação de um aglomerado estelar massivo de estrelas jovens, que aparecem em azul. A luz emitida pelas estrelas ali desgasta a matéria da nebulosa, e somente as regiões mais densas dela resistem à ação dos fortes ventos estelares emitidos ali. Este processo forma pilares estelares que, em seu interior, contêm protoestrelas.

Esta "aranha cósmica" é de interesse para os astrônomos em função de sua composição química, parecida com a das grandes regiões formadoras de estrelas no início do universo, quando tinha alguns bilhões de anos e formava estrelas a todo vapor. Por isso, além de a Nebulosa da Tarântula ser um excelente exemplo do que acontecia no passado, ela pode revelar processos de formação estelar ainda desconhecidos.

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Quinta-feira (08) — Nebulosa da América do Norte e do Pelicano

As formas do lado esquerdo desta foto parecem familiares? Se sim, é porque elas pertencem à nebulosa NGC 7000, mais conhecida como “Nebulosa da América do Norte” em função de seu formato. Esta região é uma nebulosa de emissão repleta de hidrogênio gasoso brilhante, ionizado pela luz de estrelas quentes envolvidas na nebulosa. Como tem baixo brilho de superfície, é difícil observá-la a olho nu.

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No lado direito, está a nebulosa IC 5070. Assim como acontece com a NGC 7000, esta outra nebulosa de emissão é mais conhecida pelo apelido popular “Nebulosa do Pelicano”, também inspirado em seu formato. Ela fica próxima da estrela Deneb e é bastante estudada, por abrigar processos de formação estelar e nuvens de gás em evolução constante.

Ambas as nebulosas estão separadas por quase 1.500 anos-luz e fazem parte de uma única região de formação estelar. O brilho do hidrogênio atômico e oxigênio gasoso vindo delas foi destacado nesta imagem, que combinou uma série de fotos de banda curta. As duas podem ser observadas através de equipamentos ópticos simples, como binóculos.

Sexta-feira (09) — 45 anos das sondas Voyager

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Em 20 de agosto de 1977, a NASA lançou a sonda Voyager 2; já no dia 5 de setembro, foi a vez da Voyager 1 ir ao espaço. Desde então, as sondas gêmeas estão explorando regiões no espaço onde nenhum outro objeto de origem humana jamais foi: em agosto de 2012, a Voyager 1 fez sua entrada histórica no espaço interestelar, feito repetido pela Voyager 2 em 2018.

O pôster acima faz parte de uma série de imagens comemorativas, publicadas no aniversário de 40 anos do lançamento da missão. A homenagem é mais do que justa: afinal, mesmo com mais de quatro décadas de exploração do espaço, ambas continuam com alguns instrumentos científicos em operação e seguem enviando dados científicos de seus arredores através da rede Deep Space Network.

Entretanto, ambas são alimentadas por fontes de energia nuclear finitas, que já sinalizam níveis baixos, e falhas de software e hardware vêm ocorrendo. Estas anomalias já são esperadas pela equipe da missão, que conseguiu contornar algumas delas e desativou alguns dos subsistemas das naves, para que possam funcionar por mais tempo.

Fonte: APOD