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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (01/08 a 07/08/2020)

Por| 08 de Agosto de 2020 às 11h00

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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (01/08 a 07/08/2020)
Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (01/08 a 07/08/2020)
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Após algumas semanas dedicadas quase que exclusivamente ao cometa C/2020 F3 (NEOWISE) e aos últimos lançamentos a Marte, as imagens do APOD (Astronomy Picture of the Day) voltaram à sua diversidade costumeira. Dessa vez, a NASA voltou a destacar algumas nebulosas tão misteriosas quanto deslumbrantes. Também há um vídeo sobre as adagas solares, uma espécie de relógio solar utilizados pelos povos nativos da América do Norte para as épocas do ano.

Mas o NEOWISE ainda aparece aqui, com uma imagem tão espetacular que não poderia ficar de fora dos destaques da NASA. Marte também aparece, dessa vez com uma imagem capturada lá mesmo, por uma das sondas robóticas da agência espacial, para nos mostrar como é o pôr-do-sol marciano.

Sábado (01/08) - Nebulosa Tromba do Elefante

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A Nebulosa Tromba do Elefante é uma concentração de gás e poeira interestelar no aglomerado de estrelas IC 1396, na distante constelação de Cepheus, a 2.400 anos-luz de distância. Também conhecida como vdB 142, a Tromba do Elefante tem mais de 20 anos-luz. Embora seja um objeto fraco para que possamos ver, a nebulosa cobre uma região do céu que corresponde a aproximadamente o tamanho de 2 luas cheias.

Essa imagem foi registrada através de filtros que capturam a luz dos átomos de hidrogênio e oxigênio ionizados na região. O resultado é o vislumbre de bolsões frios de poeira e gás interestelar, que contêm a matéria-prima para a formação de estrelas. As protoestrelas - objetos que se tornarão estrelas caso sua massa seja grande o suficiente - se escondem ali.

Domingo (02/08) - O Sol em dois mundos

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O mesmo Sol que ilumina a Terra, também nasce e se põe em Marte. Mas há diferenças significativas na aparência da estrela para os observadores em ambos os planetas. As imagens foram dimensionadas para ter a mesma largura angular e mostra que o Sol parece um pouco menor no Planeta Vermelho.

A principal razão para isso é o fato de que Marte está 50% mais distante do Sol do que a Terra. Mas há outra diferença, dessa vez mais misteriosa: o céu durante o pôr do sol marciano é visivelmente mais azul. Ainda não se sabe exatamente o motivo, mas acredita-se estar relacionado às propriedades de dispersão da poeira marciana. Assim como ocorre no famoso experimento do prisma na famosa experiência de Isaac Newton, a luz é separada em suas diferentes cores quando refratada através de algum meio. As partículas da poeira marciana pode causar o mesmo efeito.

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Segunda-feira (03/08) - O cometa e o desfiladeiro

O cometa C/2020 F3 (NEOWISE) já está seguindo sua longa viagem de volta ao Sistema Solar externo, mas ainda há muitas imagens incríveis dele para apreciarmos. Essa, por exemplo, foi registrada no norte da Grécia. Acima do cometa tem várias estrelas, como algumas das mais brilhantes na constelação Ursa Maior.

Em primeiro plano, está o desfiladeiro de Vikos, o mais profundo da Terra, em relação à sua largura. Ele se formou lentamente pela erosão do rio Voidomatis nos últimos milhões de anos. Fotografar essa imagem exigiu muito planejamento, espera e sorte, além de coragem para encarar ventos fortes e a possibilidade de se deparar com lobos. Mas o resultado valeu muito a pena, né?

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Terça-feira (04/08) - O gancho e o Peixe Voador

A galáxia de formato um tanto curioso é a NGC 2442. Trata-se de uma espiral barrada, localizada a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância, na constelação Peixe Voador. Seus dois braços espirais se estendem a partir de uma barra central que, em outras imagens de campo aberto, assume a aparência de um gancho.

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Mas nesta imagem aproximada composta por dados do Hubble e do Observatório Europeu do Sul, podemos observar a estrutura da galáxia em detalhes mais ricos. As partes mais escuras é poeira que obstrui a luz da galáxia; as regiões azuis são povoadas por aglomerados de estrelas jovens; as regiões avermelhadas são os “berçários” de estrelas; e, por fim, o núcleo de luz amarelada é a moradia da população mais antiga de estrelas.

Podemos observar ainda outras galáxias mais distantes ao fundo. Uma delas está logo abaixo do braço espiral superior da NGC 2442. A galáxia ao fundo está tão longe que mal podemos discerni-la. A imagem abrange cerca de 75.000 anos-luz, que é o tamanho estimado da NGC 2442.

Quarta-feira (05/08) - Adaga solar

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Você já ouviu falar de adaga solar? Não é nada que possa machucar alguém, mas pode funcionar muito bem como calendário anual. Tão bem, que era exatamente isso o que nativos do sudoeste americano usavam há mais de mil anos para saber a época do ano e, assim, se preparar devidamente para cada período, como inverno e verão.

A adaga é nada mais do que uma figura formada pela sombra e iluminação do Sol em uma rocha. À medida que o Sol percorre o céu em seu movimento aparente (aparente, pois é a Terra que está se movendo), a luz atravessa uma fenda e projeta a figura em forma de uma espécie de lâmina.

Nas rochas onde a figura se forma, os nativos esculpiram gravuras rupestres em espiral. Assim, bastava olhar para o ponto da espiral que a adaga apontava para saber a época do ano. Por exemplo, no solstício de verão, uma única adaga “corta” a espiral até chegar perto do topo. No solstício de inverno, dois punhais de luz poderiam aparecer, uma de cada lado da espiral. Muitas espirais como esta são encontradas em diversos locais.

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Pesquisadores cogitam que os punhais solares tenham sido usados pelos sacerdotes do Sol durante vigílias solitárias com orações e ofertas. O vídeo mostra uma adaga solar perto de Tucson, Arizona, EUA, provavelmente criada por um sacerdote do Sol dos Hohokam por volta de 1000 dC.

Quinta-feira - Messier 20 e 21

Aqui, a Nebulosa Trífida, catalogada como Messier 20, divide espaço com a sua vizinha, a Messier 21 (à direita). Embora façam parte dessa mesma paisagem cósmica, os dois objetos não têm nenhuma relação entre si. Na verdade, as estrelas da segunda nebulosa são muito mais antigas, com cerca de 8 milhões de anos.

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Já a Trífida, fácil de se encontrar na constelação de Sagitário com um telescópio simples, é uma região composta de gás estelar e poeira onde novas estrelas começaram a se formar mais recentemente. Ela fica a cerca de 5.000 anos-luz de distância e é cortada faixas de poeira - seu nome significa "dividido em três lóbulos". Ela tem cerca de 40 anos-luz de diâmetro e apenas 300.000 anos de idade.

Isso significa que a Trífida é uma das regiões de formação estelar mais jovens no céu observável. Por ser possível vê-la por um telescópio pequeno, a nebulosa brilhante e colorida se tornou uma das “queridinhas” dos astrônomos amadores, sendo possível observá-la até mesmo a olho nu se o céu estiver em boas condições.

Sexta-feira (07/08) - Nebulosa do Cachimbo

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A Nebulosa do Cachimbo, localizada a leste de Antares, é uma nebulosa escura - ou seja, uma grande nuvem molecular, com regiões pobres em estrelas onde a poeira parece estar concentrada. Essas manchas de escuridão se espalham por campos recheados de estrelas em direção ao centro de nossa Galáxia da Via Láctea.

Antigamente, os astrônomos pensavam que esse tipo de nebulosa eram áreas do céu onde não existiam estrelas. Só mais tarde descobriu-se que são na verdade nuvens de poeira tão espessas que bloqueiam a radiação que vem das estrelas que se encontram por trás, bloqueado totalmente a visão.

As nuvens de poeira interestelar da Nebulosa do Cachimbo foram catalogadas como B59, B72, B77 e B78, e só é possível vê-las porque estão obscurecendo uma região de grande população estrelar, formando as manchas. A visão da imagem cobre um campo abrangente de 10 graus - o que é bastante coisa - na constelação Serpentário. Por isso, a Nebulosa do Cachimbo faz parte do complexo de nuvens escuras de Serpentário (ou Ophiuchus), localizada a uma distância de cerca de 450 anos-luz.

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Fonte: APOD