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Cientistas observam padrões na atividade sísmica de Marte com dados da InSight

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Maio de 2021 às 17h20

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IPGP/Nicolas Sarter
IPGP/Nicolas Sarter
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Ao longo do último ano, cientistas coletaram uma série de dados das atividades sísmicas de Marte através da sonda InSight, que chegou ao planeta em novembro de 2018, mas que só no ano passado conseguiu enterrar seu o instrumento HP3. Durante a Reunião Anual da Sociedade Sismológica da América deste ano, pesquisadores apresentaram, pela primeira, vez informações sobre os "martemotos" que foram coletadas durante um ano completo.

A equipe responsável pelo equipamento Seismic Experiment for Interior Structure (SEIS), que é um sismógrafo de alta precisão responsável por detectar movimentos no interior de Marte, liderada por Savan Ceylan, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia (ETHZ), apresentou suas descobertas durante a reunião. Lá, eles revelaram o quão trabalhosa foi esta missão, pois o martemotos são muito mais fracos se comparados às atividades sísmicas aqui da Terra — a maior amplitude atingida no Planeta Vermelho é aproximadamente de 3,6, na escala Richter —, e isso dificulta o rastreamento dessas vibrações.

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Entre os abalos mais novos, os pesquisadores observaram alguns padrões. Ao que tudo indica, existem dois tipos: os de alta frequência, que viajam ao redor do planeta através da crosta e parecem durar por longos períodos de tempo; e os de baixa frequência, que se propagam pelo manto de Marte e duram por um período bem menor. Mas os cientistas também procuravam por um padrão chamado “chegadas da fase sísmica”, que ocorre quando diferentes tipos de ondas sísmicas de um mesmo evento chegam em diferentes ordens.

Acontece que as ordens com que estas ondas sísmicas chegam à sonda são responsáveis por fornecer o local de origem dos martemotos. Todas as atividades registradas neste padrão de chegadas de fase sísmica surgem de um mesmo lugar do planeta: Cerberus Fossae, a qual se encontra a aproximadamente 1.800 km de distância da localização da InSight. Tratam-se uma série de fissuras semi-paralelas relativamente jovens no planeta, formadas por falhas que dividiram a crosta na região de Cerberus. Através de ferramentas como o SEIS, cientistas procuram entender o que torna essa área geologicamente ativa.

Apesar de os ruídos sismológicos serem mais fáceis de lidar em Marte do que na Terra — por exemplo, por lá não existem as ondas do oceano acertando a crosta e a fina atmosfera marciana é relativamente calma durante a noite —, por menor que seja qualquer perturbação na atmosfera, ela ainda pode atrapalhar as leituras.

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Por isso, a equipe de Ceylan desenvolveu um método capaz de filtrar ruídos indesejáveis, capaz de interpretar martemotos muito pequenos detectados pela InSight. A partir deste filtro, os pesquisadores esperam que as análises dos dados obtidos pela sonda sejam aprimoradas nos próximos estudos da atividade sismológica do planeta.

Fonte: Universe Today