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Chuva de meteoros Táuridas do Sul terá pico nesta quinta-feira (5)

Por| 05 de Novembro de 2020 às 17h30

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Jason Weingart/Getty Images
Jason Weingart/Getty Images

Embora não tenha uma grande taxa de “estrelas cadentes” por hora, a chuva de meteoros Táuridas é um dos sistemas mais interessantes do ano. É que, além de ser dividido em duas chuvas, com meteoros nas cores laranja, vermelho e amarelo, o sistema talvez tenha a maior duração de visibilidade geral — de 21 de outubro a 27 de novembro.

Contudo, a melhor parte do espetáculo será nesta semana, quando uma das duas chuvas Táuridas atinge seu pico. Estamos falando da Táuridas do Sul, que aparecerá no céu noturno com maior intensidade nesta quinta-feira (5), com radiante bem próximo à estrela Aldebaran. Essa estrela fica relativamente perto de Rigel, Betelgeuse e Sirius, que estão entre os objetos mais brilhantes do céu. Logo abaixo delas, estará a Lua.

A origem dessa chuva de meteoros é o cometa Encke, embora existam outras fontes de fragmentos também associadas a ela — talvez por um cometa muito maior que, ao se desintegrar, deixou Encke como “herança”, e muitos outros escombros em sua órbita. O Enke completa uma volta ao redor do Sol uma vez a cada 3,3 anos, deixando atrás de si um rastro de detritos liberados pelo objeto ao se aproximar da estrela.

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O sistema Táuridas tem grande importância científica, porque seus resíduos ajudam nas pesquisas envolvendo o cometa Enke, que pode ter tido um papel fundamental na história do nosso planeta. Alguns estudos sugerem que um pedaço deste cometa pode ter caído na Terra, causado o Impacto do Younger Dryas há cerca de treze mil anos. O resultado teria sido um resfriamento climático no hemisfério norte da Terra durante 1.300 anos e a extinção de uma megafauna e da cultura Clovis, composta pelos primeiros habitantes do continente americano.

Este cometa é parte de um grupo conhecido como cometas da família de Júpiter, que representam certo risco para a Terra. Mas não há risco para nós, por enquanto. Em nenhuma simulação das órbitas atuais desses objetos há uma chance real de colisão nos próximos tempos. Mas se for verdade que um pedaço do Enke já causou estragos por aqui, é sempre bom ficar atento para prever futuras colisões.

Como observar

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Apesar do nome, a Táuridas do Sul poderá ser vista em qualquer lugar. Basta esperar a Lua aparecer no horizonte e procurar pelas estrelas Betelgeuse e Rigel, que estarão brilhantes no céu. Elas ajudarão a localizar a Aldebarã, que estará bem próxima à radial da chuva de meteoros. Não será necessário fixar o olhar nesta estrela, mas observe o céu ao redor desta direção. Os meteoros podem surgir de diferentes pontos, mas sempre vão parecer ter saído dali.

Infelizmente, a Lua estará brilhante, bem perto do radial, e isso pode atrapalhar a visualização dos meteoros. Isso não significa que impedirá por completo, mas com uma taxa de apenas sete “estrelas cadentes” por hora, pode ser que vejamos apenas alguns deles por causa da luminosidade lunar. Outro fator importante é a poluição luminosa local: se você estiver em um centro urbano muito iluminado, poderá perder parte do espetáculo, já que o radial da Táuridas estará perto do horizonte.

A boa notícia é que você poderá tentar ver alguns meteoros um pouco mais cedo que de costume. A partir das 22h, o radiante já estará um pouco acima da linha do horizonte, sem a presença da Lua para atrapalhar. Nosso satélite natural nascerá por volta das 23h (tendo São Paulo como referência), mas ainda assim vale a pena tentar observar por algum tempo.

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Essa chuva é dividida em do Táurida do Norte e Táurida do Sul, mas esses nomes não têm muito a ver com os locais onde eles podem ser vistos. É que o radial da chuva do norte fica um pouco mais ao lado, em direção ao norte. O pico da Táuridas do Norte acontecerá mais tarde neste mês, mas ela já está acontecendo, então pode ser que você veja alguns meteoros vindo dali também.

Fonte: Space.com