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Broto de algodão que a China cultivou na Lua já morreu

Por| 16 de Janeiro de 2019 às 11h30

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NASA/ESA
NASA/ESA

Na terça-feira (15), a China fez mais história ao anunciar que as sementes de algodão, colza e batata que a sonda Chang'e 4 levou para plantar no lado afastado da Lua germinaram, com o algodão chegando a brotar com sucesso. Esta foi a primeira vez em que aconteceu o cultivo de material biológico na Lua. Contudo, a agência chinesa de notícias Xinhua revelou que o projeto que levou nove dias para cultivar o broto de algodão foi encerrado — o que significa que a planta morreu.

Aqui na Terra, uma equipe da Universidade de Chongqing, na China, desenvolveu um habitat selado da bioesfera repleto de sementes e aditivos na esperança de criar um mini-ecossistema similar ao que foi enviado à Lua, com a semente de algodão sendo a única a brotar — tal qual aconteceu em nosso satélite natural. E a Xinhua chegou a publicar um vídeo mostrando o teste simulado feito na Terra, o que levantou algumas perguntas por aí quanto à veracidade da imagem divulgada ontem pela agência espacial chinesa, que supostamente seria do experimento feito na Lua, e não do teste terrestre. Então, a CNSA (agência espacial da China) ainda precisa esclarecer se o que foi divulgado na terça-feira como um marco na exploração espacial de fato aconteceu, e se as imagens atreladas ao feito eram as do broto nascendo na Lua mesmo, ou se eram fotos e vídeos dos testes feitos em Terra.

De qualquer maneira, considerando que o experimento foi mesmo um sucesso lá na Lua, de acordo com Xie Gengxin, designer-chefe do experimento, a vida dentro da "lata" não sobreviveria à primeira noite lunar da Chang'e 4, que começou no domingo, sendo que o período noturno da Lua dura cerca de duas semanas terrestres. Nesse período, a temperatura cai muito e pode chegar a -150 graus Celsius e, por isso, a Chang'e 4 foi colocada em modo de espera até que a noite lunar se encerre.

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A capacidade de cultivar vegetais na Lua é algo importante ao considerar um provável futuro em que a humanidade construa uma base fixa lunar, com tripulações constantes ou até mesmo permanentes, não somente pensando em alimentos, como também na capacidade de confeccionar roupas e fabricar combustível.

Próximas empreitadas chinesas no espaço

A próxima missão chinesa na Lua, a Chang'e 5, está projetada para coletar amostras lunares e trazê-las de volta à Terra, com previsão de lançamento para 2019 mesmo. Esta será a primeira vez em que a humanidade traz amostras da Lua desde a década de 1970, com o encerramento do programa Apollo, da NASA, em 1972 e, depois, em 1976 com a missão Luna 24, da União Soviética. E uma outra missão chinesa, dessa vez rumo a Marte, deve acontecer em 2020.

Nada bobo, o país asiático quer aproveitar para se dar bem em um momento em que os Estados Unidos sofrem com uma significativa redução no orçamento destinado à NASA, com as empreitadas comerciais no espaço (por meio de empresas privadas) conseguindo cada vez mais penetração nesta indústria. E o presidente chinês, Xi Jinping, vem dizendo em repetidas ocasiões que tem "ambições grandiosas" para transformar o país em uma potência espacial.

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Já para o ano de 2022, está prevista a finalização da construção da estação espacial chinesa, chamada Tiangong. Contudo, a CNSA ainda está decidindo se enviará astronautas para lá tão logo a estação entre em órbita, de acordo com informações reveladas por Wu Yanhua, vice-diretor da agência espacial chinesa.

Fonte: CNet, Washington Post