Amostras da Lua são convertidas em recursos para produção de combustível
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 03 de Novembro de 2022 às 15h52
Uma equipe de pesquisadores da China declarou ter convertido amostras de solo lunar em uma fonte de recursos para a produção de combustíveis de foguete e oxigênio. Eles trabalharam com as amostras obtidas pela missão Chang’e 5, em 2020, e conseguiram resultados com potencial importante para futuros astronautas na Lua.
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A equipe destaca que, para que as futuras missões de exploração lunar tenham sucesso, o uso do solo lunar é essencial para a produção de combustível e oxigênio fora da Terra. “Considerando que há recursos humanos limitados em locais extraterrestres, propomos usar um sistema robótico para realizar todo o sistema de conversão de CO2”, disseram.
O novo estudo foi realizado com base em um publicado em maio, que sugeria que o solo lunar pode gerar oxigênio e combustível — e que este processo pode ser realizado mesmo sem a presença de astronautas. Assim, ao usar as amostras no experimento, eles descobriram que o solo lunar funcionou como um catalisador, que permitiu a conversão de dióxido de carbono e água (compostos presentes no corpo humano e no ambiente lunar) em metano e oxigênio.
Segundo os autores, não havia diferenças significativas observadas entre os sistemas tripulados e não-tripulados para o processo. “Isso sugere a alta possibilidade de imitar nosso sistema proposto em locais extraterrestres, e prova a viabilidade de otimizar receitas de catalisadores na Lua”, concluíram.
Entretanto, eles destacaram a complexidade da preparação do sistema. “A operação não-tripulada do sistema de conversão de CO2 é considerada um dos gargalos para a aplicação da tecnologia”, acrescentaram. Considerando as limitações das tripulações em ambientes fora da Terra para trabalharem nestas máquinas, eles acreditam que é importante que a conversão seja conduzida por um sistema robótico.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista National Science Review.
Fonte: National Science Review