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O mais jovem dos exoplanetas descobertos pode ensinar algo sobre o Universo

Por| 20 de Junho de 2016 às 19h24

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NASA
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A NASA descobriu recentemente o mais jovem dos exoplanetas já detectados. Com apenas algo entre 5 e 10 milhões de anos – idade tenra, se comparada com os 14 bilhões de anos estimados para o Universo –, o K2-33b foi detectado pela sonda Kepler, e traz consigo um mistério. Talvez também uma bela lição cosmológica.

Particularmente, uma lição relacionada à formação planetária. Isso porque a órbita relativamente próxima mantida pelo K2-33b em relação à sua estrela – juntamente com as proporções consideráveis do exoplanetas – tem desconcertado os cientistas.

“Após as primeiras descobertas de planetas alienígenas excepcionalmente grandes em órbitas reduzidas há cerca de 20 anos, foi imediatamente sugerido que eles absolutamente não poderiam ter sido formados ali”, disse Trevor David, um dos autores de um artigo recentemente publicado na revista Nature, em nota oficial. Isso por da alta temperatura em posições mais próximas do astro, o que impediria que planetas colossais mantivessem suas formas durante a formação do sistema.

Quase dez vezes mais próximo do que Mercúrio

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O K2-33b foi detectado pela sonda Kepler por meio do chamado “método de trânsito” (o qual poderia também ajudar a ocultar um corpo). Trata-se de buscar alterações sutis de luminescência dos astros, o que pode indicar a passagem de um planeta em órbita – já que, ao cruzar a frente de uma estrela, qualquer objeto de grandes proporções é capaz de fazer diminuir sensivelmente a luz que é emitida em determinada direção.

Essas diminuições no brilho emitido podem ser analisadas para descobrir o quão grande é o corpo em órbita e também o tempo necessário para que o objeto conclua seu percurso ao redor da estrela. Segundo os dados obtidos pela Kepler – e as observações feitas pelo W. M. Keck, em Mauna Kea, Hawaii –, o K2-33b é pouca coisa maior que Netuno, com órbita de apenas cinco dias terrestres. Ademais, o exoplaneta está aproximadamente 10 vezes mais próximo da sua estrela do que Mercúrio está do nosso Sol.

Duas hipóteses

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A fim de encontrar uma explicação para o fenômeno, os cientistas aventaram duas possibilidades. Uma delas considera que estrelas em situação semelhante à do K2-33b possam se ter formado em órbitas mais distante e, posteriormente, ter se deslocado até suas órbitas atuais. Não obstante, sempre se acreditou que tal processo tomaria um período da ordem das centenas de milhões de anos – algo que, naturalmente, não se aplicaria ao jovem exoplaneta em questão.

A segunda, bastante natural, considera que, de alguma forma, o K2-33b se tenha formado mesmo em sua órbita atual, o que abriria novas possibilidades relacionadas à forma como se originariam os planetas de grandes proporções. “O que nós temos questionado é: Esses planetas levaram um bom tempo para chegar àquelas órbitas mais quentes, ou eles talvez tenham estado ali desde o início?”, escreveu David no referido comunicado.

Ele continua: “Estamos propondo que, pelo menos neste caso, seja possível que essa posição tenha sido ocupada logo nos primeiros estágios [de desenvolvimento]”.

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Fonte: NASA