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Netflix está prestes a ultrapassar TV a cabo nos Estados Unidos

Por| 27 de Julho de 2020 às 12h29

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O movimento de troca das assinaturas de TV a cabo pelos serviços de streaming, nos EUA, já parece irreversível. E não deve demorar muito para que os números da Netflix, sozinha, ultrapassem a soma das operadoras deste serviço no país. De acordo com dados publicados pelo site americano Variety, hoje a plataforma digital possui 69,97 milhões de usuários pagantes, enquanto as prestadoras sofrem declínio vertiginoso desde 2016 e, hoje, contam com 77,5 milhões de clientes.

Como os números de assinantes se misturam, na soma dos principais serviços de streaming disponíveis aos americanos, a ideia é que a liderança ainda não tenha se invertido, mas é uma questão de tempo. E segundo Chris Long, produtor de cinema e ex-diretor de programação da DirecTV, estamos há menos de 10 anos de uma consolidação do streaming como o principal fornecedor de entretenimento para os americanos. Uma tendência que deve se refletir no restante do mundo e que, segundo ele, também tem a ver com a dificuldade em manter as audiências tradicionais conectadas.

Pacotes com centenas de canais e uma pluralidade de conteúdo passando o tempo todo foram incapazes de manter o foco da audiência mais jovem, que deu preferência ao conteúdo sob demanda. E isso também é provado pelas quedas vertiginosas nas audiências dos canais de televisão mais assistidos dos EUA: segundo levantamento da Variety, os espectadores do Nickelodeon caíram 24%, a AMC teve queda de 22%, a FX, 21% e o USA, 19%. Aqui estamos falando apenas das redes mais assistidas do país.

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Enquanto isso, a Netflix via seus números apenas aumentarem e, em 2019, lançou mais conteúdos originais do que todos os principais canais de televisão à cabo na última década. O investimento, ao lado de parcerias com distribuidoras para disponibilização de conteúdo da TV no formato de streaming, mesmo com preferência de exibição no cabo tradicional, levou ainda mais clientes ao mundo sob demanda, mesmo que eles tenham que esperar um pouco para terem acesso a seus shows preferidos. A praticidade de consumir o material quando quiserem compensa.

É justamente por isso que, nos últimos anos, muitos dos canais investiram em serviços de streaming próprios, muitas vezes, com conteúdo que nem mesmo chega a passar no canal tradicional, ou demora alguns bons meses para chegar. Um bom exemplo disso, inclusive, acontece aqui mesmo no Brasil, com a Globo estreando séries originais com um bom tempo de antecedência no Globoplay, seu serviço de streaming, e as divulgando na televisão, onde só serão exibidas meses depois.

A similaridade, claro, não paga por aí, já que o que se vê nos Estados Unidos, em breve, também deve se refletir por aqui. De acordo com dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), são 15,3 milhões de assinantes da TV por assinatura no Brasil, um número em queda de 25% desde 2014 e que apresentou grande baixa durante a pandemia, já que a interrupção do futebol e a crise econômica levaram muita gente ao corte do cabo. Enquanto isso, a Netflix é tímida em divulgar seus números exatos por aqui, mas eles estariam acima dos 10 milhões de clientes.

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Esse movimento levou as empresas de telecomunicação dos Estados Unidos a aproveitarem sua posição de grandes conglomerados de mídia para começarem a falar nos canais a cabo como “mais uma perna” de sua estratégia de distribuição de conteúdo. E na medida em que mais e mais serviços de streaming aparecem, a ideia é de um mercado igualmente pluralizado, com usuários espalhados entre diferentes plataformas e assistindo conteúdos variados.

Entra, porém, o que a Variety cita como um reflexo direto da experiência com a televisão a cabo: o licenciamento de conteúdo. Fora das produções originais, que são motivadores de assinatura de uma marca em si, o restante das produções, e principalmente os filmes de cinema, podem ser adquiridos por várias plataformas, representando mais uma fonte de renda e garantindo a fidelidade de usuários às marcas — outro conceito que, de acordo com os movimentos atuais do mercado americano, também está chegando ao fim. As pessoas querem conteúdo, independentemente do canal. Para as empresas, é hora de correr atrás.

Fonte: Variety, UOL