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Usuários da Netflix terão mais controle sobre o uso de seu plano de dados móveis

Por| 28 de Março de 2016 às 14h40

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Usuários da Netflix terão mais controle sobre o uso de seu plano de dados móveis
Usuários da Netflix terão mais controle sobre o uso de seu plano de dados móveis
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Na semana passada, as operadoras Verizon e AT&T entraram em modo defensivo depois que o chefe da T-Mobile, John Legere, afirmou em um vídeo que a sua rede móvel serve uma qualidade de streaming de vídeo melhor que as concorrentes. O executivo estava correto, mas os culpados por esse problema com a ineficiência de dados não são as operadoras concorrentes.

A plataforma Netflix, pela primeira vez, publicou detalhes de como diminui globalmente seus parâmetros para streaming móvel para proteger os consumidores do seu serviço, já que as operadoras podem cobrar tarifas altíssimas quando o usuário ultrapassa o plano de dados contratado, e um único filme em HD pode consumir mais de 6 gigabytes de uma vez. A empresa explicou a questão em um post no seu blog oficial:

"Nós acreditamos que a restrição de dados é ruim para os consumidores e internet em geral, criando um dilema para aqueles que cada vez mais utilizam seus dispositivos móveis para entretenimento, trabalho e outros. Então, em um esforço para proteger nossos membros de tarifas alarmantes quando eles excedem o plano de dados contratado, nosso bitrate padrão para visualização em redes móveis é diminuído para 600 kilobits por segundo. É algo para equilibrar a balança, garantindo uma boa experiência de streaming enquanto o usuário foge de uma tarifa não planejada dos servidores móveis."

O que a Netflix não explica aqui é que as operadoras americanas T-Mobile e Sprint são isentas dessa diminuição de velocidade porque "historicamente essas duas companhias sempre tiveram políticas mais amigáveis ao consumidor", de acordo com um artigo do The Wall Street Journal. Em outras palavras, a Netflix diz que não diminui todos os parâmetros de streaming porque empresas como T-Mobile e Sprint são menos agressivas ao precificar o uso extra de dados quando o consumidor ultrapassa seu plano.

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Esse cenário levanta uma série de questões, particularmente em relação a neutralidade de redes. Certamente, as regras de neutralidade geralmente impedem que provedores de banda larga e internet móvel ofereçam diferentes níveis de acesso para diferentes serviços. Mas, como a Netflix é um provedor de conteúdo, essas regras não se aplicam, dando para a companhia carta branca para tomar essas decisões. Uma vez que a Netflix foi uma voz tão ativa no debate de igualdade de internet no passado, essa posição atual pode ser entendida como uma questão de dois pesos e duas medidas adotada pela empresa.

Enquanto a decisão da companhia parece segura na superfície, é impressionante que ela só tenha se tornado pública agora, e parece que as empresas de telecomunicação não estavam sabendo que isso ocorria. "Nós estamos ultrajados em saber que a Netflix está aparentemente sufocando a qualidade de vídeo para os clientes da AT&T sem seu consentimento ou ciência", disse Jim Cicconi, vice presidente executivo sênior da AT&T para assuntos externos e legislativos.

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A Netflix tem se recusado a considerar a ideia de oferecer downloads para seus usuários. A empresa alega que isso traria uma complexidade desnecessária para seus negócios, e que a solução real é melhorar a infraestrutura de banda larga e acessibilidade. É parcialmente esta a razão pela qual a empresa está fazendo parcerias com companhias aéreas para garantir que seus consumidores não tenham que pagar por Wi-Fi em voos.

A companhia pode ter um ponto válido, mas se for para ele ser levado a sério, a empresa não pode brincar de Deus com a qualidade do streaming das pessoas. As decisões podem ter sido feitas de boa fé, mas a próxima vez que um cliente da Verizon ou AT&T encarar a questão de acesso offline (ou qualquer outro consumidor de outra operadora que não seja a Sprint ou T-Mobile), ele pode querer desafiar a empresa por sua política de diminuir a qualidade do vídeo. Entretanto, isso não seria um problema se os usuários pudessem baixar os vídeos para seu dispositivo eletrônico.

Para tentar remediar a situação, a Netflix anunciou planos de lançar um recurso para controlar o uso de dados, dando aos inscritos no serviço "mais controles sobre o seu uso de dados quando estiverem fazendo streaming de vídeo em seus aparelhos móveis".

"Nossa pesquisa e testes indicam que muitos membros se preocupam sobre exceder seu limite de uso de dados, e que não precisam da mesma resolução que têm em telas maiores nos seus celulares. Entretanto, reconhecemos que alguns membros podem ser menos sensíveis sobre o limite de dados ou possuem planos de dados que não cobram a excedência. Ao desenvolver novas tecnologias, nós queremos dar a nossos membros a chance de ajustar seu uso de dados baseados nas suas preferências de vídeo e sensitividade a taxas de excedência de dados" Em resumo, o Netflix deixará os usuários reduzir a qualidade de vídeo para que eles possam fazer streaming de mais conteúdo, ou, se eles estiverem utilizando um plano ilimitado ou mais alto de dados, poderão fazer uso de uma experiência melhor. Isto pode não silenciar os debates sobre o acesso offline, mas deixar os consumidores decidirem a qualidade do streaming por si próprios pode acalmar o público.
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Fonte: Venture Beat