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Clássicos do cinema: 10 dos melhores filmes dos anos 1960

Por  • Editado por Jones Oliveira |  • 

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Como sabemos da diversidade do nosso público, pensamos nesse resgate de clássicos do cinema. Muitos deles, claro, não precisam ser exatamente resgatados — afinal, permanecem presentes no imaginário de quem os assistiu ou, ainda, fazendo parte de nossas formações. Acontece que, nos streamingsmais populares, proporcionalmente, pouco há do catálogo de antes da década de 1990.

Então, vamos aos anos 1960, década de grandes musicais, como Amor, Sublime Amor (de Jerome Robbins e Robert Wise, 1961) e A Noviça Rebelde (de Robert Wise, 1965) e da derrocada da inocência do american way of life, quebrada em A Primeira Noite de um Homem (de Mike Nichols, 1967) com Dustin Hoffman e Anne Bancroft. Também é a década do monumental A Aventura (de Michelangelo Antonioni, 1960) e de alguns dos maiores trabalhos de Federico Fellini, além do começo das engranagens para o nascimento, em 1970, da Nova Hollywood.

É verdade, porém, que a nossa lista poderia ser bem maior, pois sabemos que deixamos de fora alguns filmes muito queridos (como os citados acima) e gigantescos para o cinema. De todo modo, toda indicação será bem-vinda!

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Vamos, então, à mais uma lista do Canaltech de clássicos do cinema, com 10 dos melhores filmes dos anos 1960:

10. A Grande Testemunha

A Grande Testemunha é um estudo sobre santidade dirigido com toda a formalidade de Robert Bresson. O protagonista do filme é de um burrinho, que segue seu rumo sendo maltratado e, em seu caminho, acaba promovendo interações quase que hipnotizantes.

Os coadjuvantes, humanos no caso, talvez se revelem como menos empáticos do que o quadrúpede e a direção de Bresson é tão direta sobre tudo que acaba sendo impossível deixar detalhes passarem despercebidos. Uma obra-prima do minimalismo no cinema.

9. Deus e o Diabo na Terra do Sol

Considerado um marco do cinema novo, o filme de Glauber Rocha, gravado em Monte Santo (na Bahia), está em praticamente todas as listas de melhores filmes brasileiros da história. Indicado à Palma de Ouro do Festival de Cannes, o filme conta de maneira corajosa a saga de um homem que se torna uma espécie de fora-da-lei após matar seu empregador quando este tenta enganá-lo.

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A partir de então, começa a seguir um autoproclamado santo. Deus e o Diabo na Terra do Sol é, sobretudo, sobre revolução, sobre resistência e sobre o desmoronar a opressão... e filmado com extrema competência.

8. Acossado

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O primeiro filme de Jean-Luc Godard é um clássico do cinema e um trabalho que parece confrontar a linguagem firmada de sua arte. Godard, que é, em essência, um transgressor, usa toda sua habilidade para contar uma história aparentemente comum: a de um pequeno ladrão que rouba um carro e assassina impulsivamente um policial.

Mas tudo é inesperado, sem definição, sem planejamento aparente, fazendo com que Acossado seja quase o reflexo de uma vida. O tal ladrão, procurado pelas autoridades, reúne-se com uma estudante americana de jornalismo e tenta persuadi-la a fugir com ele para a Itália. O desenvolvimento disso está na história: do filme e do cinema.

A saber: para Acossado, Godard escrevia as cenas pela manhã e filmava logo. Algumas falas só eram entregues aos atores à medida em que as cenas eram realizadas, resultando em uma forma que parece acompanhar a história nervosa de fuga do protagonista. À Bout de Souffle (o título original) é uma expressão da língua francesa que significa, na língua portuguesa (em tradução livre), sem fôlego.

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7. O Leopardo

Luchino Visconti é, sem dúvida, um dos cineastas mais elegantes nesse mais de um século do cinema. Seus filmes exalam nobreza e beleza. Acontece que ele nunca está interessado no vazio da classe retratada, mas em revelar a podridão por trás de toda aparente glória.

Em O Leopardo, um nobre aristocrata de integridade impecável tenta preservar sua família e sua classe em meio às tumultuosas convulsões sociais da Sicília de 1860. É um filme que vai além dos estereótipos. Muito além.

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6. Cléo das 5 às 7

A cantora hipocondríaca Cléo fica cada vez mais preocupada com a possibilidade de ter câncer enquanto aguarda os resultados dos exames de seu médico. A partir dessa situação, a roteirista e diretora Agnès Varda constrói um filme de sensibilidade gigante e, talvez, o mais humano e empático de toda a nossa lista.

Falecida em 2019 aos 90 anos de idade, Varda deixou um legado imenso que dialogava entre a ficção e o documentário. Sua linguagem é única, o que a solidifica, junto ao seu enorme coração, entre os gigantes do cinema.

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5. Psicose

Mesmo que se conheça os acontecimentos de Psicose — por mais que se saiba do seu final inclusive —, o trabalho perfeccionista da direção de Alfred Hitchcock aqui é, da idealização à finalização, das maiores maravilhas já realizadas pelo cinema. Nem tudo, afinal, é conhecido por aquilo que os olhos nos mostram ou as lentes revelam. Isso pode ter um paralelo com a vida.

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O inimigo, como um tipo de vampiro, pode nem aparecer nos mesmos espelhos que aparecemos — desvinculando caráteres e egos —; pode ser simpático e ter um sorriso arrogante (ou não); e o que chega aos nossos olhos pode ser apenas a ponta de um iceberg. Mas é uma ponta dolorosa que é o resultado de todo um mundo complexo construído durante anos e escondido em uma mente adoecida. Um clássico irretocável do suspense.

4. 8 ½

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Passando pela crise de criatividade de um cineasta entrecortada por um tom autobiográfico de Federico Fellini, 8 ½ utiliza a metalinguagem para contar sua história — a linguagem do cinema recriando um filme realizado pelos próprios personagens.

O filme conta com influências da psicanálise, especialmente da jungiana. Os sonhos do protagonista são exemplos diretos de pensamentos de Jung, além da utilização do conceito de sombra, que é reforçado pela opção pelo preto e branco.

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3. Quando Duas Mulheres Pecam

A sinopse mais simples e imprudente diria que o filme trata de uma enfermeira encarregada de cuidar de uma atriz muda e, aos poucos, descobre que suas personalidades estão se fundindo. A verdade é que é quase impossível criar um resumo desse que é considerado por muitos o melhor filme do gênio sueco Ingmar Bermann.

O título original (Persona) é, inclusive, muito mais apropriado do que a versão brasileira, que, se não é um spoiler enorme, acaba por ser uma tentativa (totalmente infeliz) de explicar o trabalho realizado por Bergman nessa obra-prima.

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2. 2001: Uma Odisseia no Espaço

Selecionar este que talvez seja uma das maiores obras do cinema é mais fácil do que escrever sobre ele. É um filme sobre a vida; sobre o quanto somos destrutivos; sobre o quanto nossa evolução é embaraçosa...

A sinopse oficial simples (bem simplificada mesmo) diz: "Depois de descobrir um artefato misterioso enterrado sob a superfície lunar, a humanidade parte em uma busca de suas origens com a ajuda do supercomputador HAL". Mas existe tanto nas entrelinhas e tanto a ser apreciado e, melhor, experenciado que uma vida pode ser pouco.

1. Era uma Vez no Oeste

A maior de todas as obras-primas do faroeste, o filme de Sergio Leone, que é acompanhado por uma das trilhas sonoras mais marcantes de Ennio Morricone, traz a história de um estranho misterioso que, com sua gaita, une forças com um bandido notório para proteger uma viúva de um assassino implacável. O trabalho de Leone é gigante e tem uma das resoluções de conflito final mais emblemáticas entre todos os westerns.