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Cientistas descobrem molécula orgânica no espaço

Por| 15 de Junho de 2016 às 15h35

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NASA/ESA
NASA/ESA

Pesquisadores dos Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (14) a descoberta de uma molécula orgânica no espaço interestelar. Até agora, este tipo de corpo só havia sido encontrado em meteoritos caídos na Terra e em cometas no sistema solar. Ela é a molécula mais complexa já encontrada fora da região ocupada pelo Sol e pelos planetas e corpos celestes que o orbitam.

Além da descoberta ser algo incrível por si só, ela pode ajudar a solucionar um mistério de longa data. Assim como os humanos, as moléculas podem ser destras (com inclinação para a direita) ou canhotas (com inclinação para a esquerda), uma preferência conhecida como quiralidade. A maioria das presentes em nosso planeta tendem à esquerda, mas os pesquisadores não fazem ideia do porquê. Assim, sendo esta a primeira molécula quiral encontrada no espaço interestelar, ela pode ajudar a dar uma resposta a esta dúvida.

É “um salto pioneira na nossa compreensão de como as moléculas prebióticas (que deram origem à vida) se formam no universo e os efeitos que elas podem ter sobre as origens da vida”, disse Brett McGuire, químico e coautor do estudo envolvendo a molécula recém-descoberta, à AFP.

A molécula é composta por óxido de propileno e foi encontrada “perto do centro da nossa galáxia, em uma enorme nuvem de poeira e gás, onde se formam as estrelas”, informou o National Radio Astronomy Observatory. “O óxido de propileno está entre as moléculas mais complexas e intrincadas estruturalmente detectadas até agora no espaço”, afirmou Brandon Carroll, estudante de química no Instituto de Tecnologia da Califórnia. “A detecção dessa molécula abre a porta para novos experimentos que vão determinar como e onde a preferência (pelo lado esquerdo ou direito) molecular emerge”, complementou.

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O desafio, agora, é estudar a molécula de óxido de propileno a fim de tentar descobrir o mistério envolvendo a origem da quiralidade nas moléculas. Este novo corpo foi descoberto por meio de radiotelescópio extremamente sensível, que foi capaz de detectar mais de 180 outras moléculas emitindo vibrações distintas. Enfim, tem muito estudo pela frente.

Fonte: Business Insider