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Amazon é criticada por vender livros e séries apologéticas ao nazismo

Por| 26 de Fevereiro de 2020 às 16h35

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Novamente, a Amazon se vê às avessas com críticas de apologia ao nazismo: segundo o Business Insider, o grande grupo liderado por Jeff Bezos vem sendo atacado por entidades de repúdio ao Terceiro Reich de Adolf Hitler, implementado na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, devido à oferta de livros autorados por oficiais do antigo regime nazista, além de uma nova série veiculada no Amazon Prime, que faz “caricatura” de situações de violação aos direitos humanos.

O site cita a conta do “Auschwitz Memorial Museum” no Twitter, uma entidade levantada em homenagem às pessoas que morreram encarceradas no maior campo de concentração nazista que se tem conhecimento. Em um tuíte publicado pela organização, a Amazon é criticada por disponibilizar, em preços de liquidação, diversos livros de conteúdo antissemita, incluindo dois escritos por Julius Streicher, ex-membro do Partido Nazista e ex-colunista do jornal neonazista Der Strummer.

Um dos livros, intitulado “Julius Streicher's Political Testament: My Affirmation” (sem tradução no Brasil), estava à venda tanto na página americana como na página alemã da Amazon. Outro — “Der Giftpilz” (também sem versão brasileira, mas o título se traduz para “O Cogumelo Envenenado”, em referência às nuvens formadas após explosões atômicas ou queimadas de corpos em campos de concentração) — contava com a sua versão em espanhol sendo anunciada na plataforma. Todas as referências foram removidas do site após a veiculação da matéria pelo Business Insider.

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Nem o Prime escapa…

Em um segundo tuíte, o memorial também atacou a série Hunters, protagonizada por Al Pacino (O Poderoso Chefão; Advogado do Diabo) e dirigida por Jordan Peele (Corra!; Nós), que estreou no serviço de streaming Amazon Prime em 21 de fevereiro. A série é ambientada em uma Nova York da década de 1970, e segue os movimentos de um grupo de caçadores de nazistas na cidade que descobre que políticos e oficiais norte-americanos estão, secretamente, tentando criar um “Quarto Reich” na cidade.

Chamando-a de “idiotice perigosa e caricata”, o Memorial refere-se especificamente a uma cena onde presos de Auschwitz são mostrados jogando xadrez, com a diferença de que eles são as “peças” e morrem ao fazerem uma jogada errada, forçados a assassinarem uns aos outros. O post completo diz: "Auschwitz era cheio de dor e sofrimento horríveis, documentados nos testemunhos de seus sobreviventes. Inventar um jogo falso de xadrez humano para [a série] Hunters não é só uma idiotice perigosa e caricata. Isso também dá vazão a futuros negacionistas. Nós honramos as vítimas ao preservar a precisão factual”.

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Respondendo ao Business Insider por meio de um comunicado, o criador e produtor executivo de Hunters, David Weil, disse que a cena em questão era "um evento ficcional para contra-atacar de forma poderosa a narrativa revisionista que ‘passa pano’ para a perpetuação nazista”. O produtor seguiu justificando a sua posição: “Por que eu senti a necessidade de criar um evento fictício quando tantos outros horrores reais existiram? Afinal de contas, é fato que os nazistas cometeram mundialmente reconhecidos atos de sadismo e tortura – e até mesmo incidentes de ‘jogos’ cruéis – contra suas vítimas. Eu simplesmente não quis reproduzir esses atos especificamente traumáticos”.

"Se a grande questão filosófica for ‘Podemos contar histórias sobre o Holocausto que não são documentárias’, eu acredito que devemos fazê-lo. ‘Hunters’, como uma miríade de aclamados filmes sobre o assunto, nem sempre se adere à verdade literal em sua perseguição por capturar a verdade representativa do Holocausto”, seguiu Weil. “Eu serei para sempre grato ao Memorial por todo o seu importante e vital trabalho, mantendo vivas as memórias de vítimas e sobreviventes como a minha avó, Sara Weil. Eu acredito que nós estamos do mesmo lado e trabalhando para os mesmos objetivos”, ele finalizou.

A Amazon, por meio de um porta-voz, também se manifestou: "Como uma livraria, nós acreditamos que oferecer o acesso à palavra escrita é importante, nisso incluindo livros que alguns considerem questionáveis. Nós levamos a sério essas preocupações e estamos atentos ao feedback. A Amazon tem políticas de governança para quais livros podem ser colocados à venda; nós investimos um tempo significativo e muitos recursos para assegurar que nossas políticas de conduta sejam seguidas, e removemos produtos que não se atenham a elas”.

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Fonte: Business Insider