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Explosão de nave espacial da Virgin Galactic deixa um morto em voo de teste

Por| 03 de Novembro de 2014 às 11h42

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Explosão de nave espacial da Virgin Galactic deixa um morto em voo de teste
Explosão de nave espacial da Virgin Galactic deixa um morto em voo de teste

Uma nave espacial de passageiros que estava sendo desenvolvida pela Virgin Galactic, companhia do magnata Richard Branson, caiu durante um voo de teste realizado na última sexta-feira (31) no Deserto de Mojave. De acordo com as autoridades citadas pela agência Reuters, o copiloto morreu e o piloto está com ferimentos graves, ainda que tenha conseguido abandonar o veículo antes que ele caísse.

O acidente aconteceu dias após a Orbital Sciences Corp perder um foguete em uma explosão após a sua decolagem, na Virgínia. Ambos os acidentes, em especial o acontecido com a Virgin Galactic, tornaram-se um grande golpe na indústria de comércio de viagens espaciais, que prometia acontecer em um futuro próximo. No entanto, agora as empresas terão que readquirir a confiança dos que antes se mostravam interessados em fazer turismo espacial.

Sobre a explosão, uma testemunha contou que viu a SpaceShipTwo explodir no ar e, em seguida, cair no deserto. Um profissional da aviação norte-americana afirmou que o contato com a nave foi perdido logo após ela se soltar da nave mãe, a White Knight Two, que a ajudou a decolar.

Imagens de televisão mostraram destroços da nave espacial espalhados por mais de um quilômetro no deserto. A Virgin Galactic também afirmou que a sonda foi completamente destruída.

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"A SpaceShipTwo sofreu uma anomalia em voo. Um comunicado e informações adicionais serão divulgados em breve", afirmou a empresa num comunicado sobre o acidente.

O corpo do copiloto morto foi encontrado em meio aos destroços, enquanto que seu companheiro, que havia conseguido se ejetar e cair de paraquedas no chão, foi encontrado quase dois quilômetros de distância dos destroços da fuselagem. Ambos os membros eram pilotos de teste da Scaled Composites, subsidiária da Northrop Gruman Corp, responsável por projetar e construir a nave espacial da Virgin.

O presidente da Scaled Composites, Kevin Mickey, declarou em entrevista coletiva que o foguete estava utilizando uma nova fórmula de combustível, mas que já havia sido "provada e testada" antes do lançamento de teste na sexta-feira.

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George Whitesides, diretor executivo da Virgin Galactic, também comentou sobre o acidente. "O espaço é difícil e hoje foi um dia difícil. Vamos apoiar a investigação para que descubramos o que aconteceu hoje e nós iremos passar por isso", declarou. "Nós acreditamos que devemos isso às pessoas que estavam voando nestes veículos, bem como as pessoas que têm trabalhado tão duro com eles para entender isso e seguir em frente".

Segundo Christopher Hart, presidente da NTSB, a cauda rotativa de expansão da SpaceShipTwo foi acionada antes da hora. Este mecanismo funciona como um recurso de segurança para a reentrada na atmosfera. Hart declarou, no entanto, que ainda é muito cedo para saber se essa medida foi a real causa do acidente. "Não estou declarando que essa é a causa do acidente. Temos meses e meses de investigação para determinar qual foi a causa".

No entanto, ainda que tenha sido um acidente, Carolynne Campbell, especialista da Associação Internacional para o Avanço da Segurança no Espaço (IAASS, na sigla em inglês) declarou que havia alertado por diversas vezes a Virgin sobre os problemas de segurança antes do acidente. "Eu avisei que o motor da nave era potencialmente perigoso", afirmou.

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A Virgin Galactic tem planos de levar turistas ao espaço com suas naves. Mesmo que os projetos que prometem tornar o espaço uma indústria rentável economicamente ainda estejam em testes, a companhia já vende reservas de bilhetes para voos sub-orbitais com alguns minutos de duração. Mais de 800 pessoas pagaram ou fizeram depósitos para poderem entrar a bordo da nave espacial, que voará a uma altura de cerca de 100 km acima da Terra, fornecendo uma visão completa do planeta e da escuridão do espaço aos passageiros.

Em seu site, a Virgin oferece a viagem por US$ 250 mil para que qualquer interessado possa fazer parte de "uma comunidade de mais de 600 futuros astronautas". Além do próprio Branson, outras celebridades, como o astro de Hollywood Leonardo DiCaprio, já reservaram um bilhete.

Outras empresas já desenvolveram naves espaciais sub-orbitais para passageiros, como a XCOR Aerospace, que está construindo uma nave espacial chamada Lynx com espaço para duas pessoas. A Blue Origin, uma startup de propriedade da Amazon, também trabalha neste segmento.