Veja 5 erros comuns que as empresas cometem ao contratar
Por Márcio Padrão | Editado por Claudio Yuge | 04 de Maio de 2022 às 22h30
Contratar um bom profissional nem sempre é fácil: mesmo com rigorosas seleções de emprego, sempre é possível que o(a) escolhido(a) não cumpra as expectativas, tanto da empresa quanto dele(a) mesmo(a). Ter uma gestão de recursos humanos alinhada aos valores da companhia e uma boa área de compliance são fatores que reduzem as chances do erro acontecer.
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Até o final de 2020 havia 3.604.710 processos trabalhistas a executar no Brasil, de acordo com dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Após a reforma trabalhista de 2017, muitos empreendedores e comerciantes ficaram em dúvida na hora de contratar, tanto por causa do potencial do funcionário para aquele cargo quanto pelo regime de contratação.
De acordo com a advogada trabalhista Flavia Eadi de Castro, as companhias mais prejudicadas por esse problema são as de pequeno e médio porte. “Isso acontece por conta da alta rotatividade de funcionários, por falta de preparo no ato da contratação, por não possuírem um RH efetivo e não realizarem um processo seletivo de qualidade", diz.
"Tudo isso impacta na rotina financeira da empresa, que geralmente não possui fluxo de caixa para suportar demissões em curto prazo. Certamente não conseguirá pagar as verbas rescisórias, ocasionando processos trabalhistas e muitas vezes a quebra da empresa”, complementa Castro, que também elencou os principais erros ocorridos em uma contratação.
O próprio dono da empresa escolhe o funcionário
Para a advogada, a empresa deve contar com uma gestão de RH eficiente. “Quando a contratação fica por conta do próprio proprietário, as chances de que o processo deixe a desejar são ainda maiores, porque, normalmente, essa pessoa não consegue avaliar o candidato da forma correta. O ideal é procurar empresas terceirizadas em gestão de RH, já que elas contam com toda a expertise para esse processo”, alerta Castro.
Escolher um profissional não alinhado com a cultura da empresa
Ao incluir mais um membro à equipe, é necessário definir um perfil ideal de funcionário, com base nos valores, visão e missão da empresa, além de traçar as competências e habilidades exigidas para o cargo. "Tendo isso em mãos, a empresa está apta a divulgar a vaga”, aconselha.
Definir bem as etapas da seleção
Hoje em dia não basta apenas uma conversa ou a leitura do currículo. O recrutador deve pensar em um processo seletivo com diversas fases, como entrevista pessoal, dinâmica em grupo, provas de capacitação e avaliação psicológica.
Não saber escolher o tipo de contratação
Existem diversas formas de contratação, mas todo funcionário deve ser registrado na Carteira de Trabalho imediatamente ao ser efetivado, mesmo no período de experiência ou por prazo determinado de até 90 dias de acordo com a lei. Esse é um dos maiores equívocos cometidos especialmente por microempreendedores e, ao final, sai mais caro por conta de multas e processos trabalhistas.
Além do CLT, pode-se oferecer contratos de prestador de serviços autônomo, de Pessoa Jurídica (PJ) e até terceirizado. Nessas três últimas modalidades, é também preciso fazer contratos por escrito que passaram pelo aval do departamento jurídico, para um maior resguardo da empresa.
Não possuir um sistema de compliance na empresa
A implementação de um programa de compliance trabalhista auxilia a diminuir riscos de sofrer processos. Para isso, serviços de consultoria vêm ganhando força nas empresas. “É preciso estar mais consciente de que um trabalho de prevenção. Não é um 'custo extra' para as empresas, mas sim uma economia a médio e longo prazo”, revela Castro.