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Procon notifica LinkedIn após exclusão de vaga para negros e indígenas

Por| Editado por Claudio Yuge | 24 de Março de 2022 às 13h20

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Souvik Banerjee/Unsplash
Souvik Banerjee/Unsplash
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O Procon-SP notificou na quarta-feira (23) a rede social corporativa LinkedIn, de propriedade da Microsoft. O motivo foi a cobrança de explicações sobre a plataforma ter barrado um anúncio com preferência a candidatos negros e indígenas.

A empresa tem até esta quinta-feira (24) para responder aos questionamentos do Procon-SP. O pedido ocorre após reportagem da Folha de S. Paulo relatar a exclusão de uma postagem de uma seleção de emprego do Laut (Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo) que priorizava pessoas negras e indígenas. O cargo era na coordenação do setor administrativo e financeiro da instituição.

Dias depois de publicado, o anúncio foi retirado do ar porque foi considerado discriminatório de acordo com o suporte do LinkedIn. Procurado pela Folha, o LinkedIn afirmou que as políticas de publicação não permitem vagas que excluam ou demonstrem preferência por profissionais por quaisquer tipos de características, sejam elas idade, gênero, raça, etnia, religião ou orientação sexual.

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A empresa também disse ao jornal que suas políticas são detalhadas, transparentes e aplicadas a todo o público da plataforma em todo o mundo, e entendia que pessoas com os mesmos talentos devem ter acesso às mesmas oportunidades. O Canaltech procurou o LinkedIn para se manifestar sobre a notificação do Procon e aguarda o posicionamento da empresa.

Natura se posiciona

Segundo o Estadão, a rede de cosméticos Natura assinou na quarta-feira (23) um manifesto de repúdio à decisão do LinkedIn de retirar do ar a vaga de emprego do Laut. O documento pede que o LinkedIn altere de maneira pública e urgente a sua política para garantir que as empresas que realizam ações afirmativas em suas seleções de emprego possam fazê-las pela plataforma.

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Ao jornal, a Natura não reconheceu ter redigido o manifesto, mas confirmou ser uma de suas signatárias. Segundo apurou a reportagem, o texto circula entre outras empresas para obter mais apoio.

O que pergunta o Procon-SP ao LinkedIn

A empresa deverá apresentar as seguintes informações:

  • Como se dá a publicação de vagas na plataforma; se há aplicação de políticas específicas que norteiam as publicações e como os anunciantes são informados das mesmas;
  • Se qualquer tipo de vaga e publicação pode ser anunciada e, em caso negativo, quais critérios são necessários para seu aceite;
  • Como a informação é passada ao anunciante no caso de recusa da publicação;
  • Em que condições e situações ocorre eventual exclusão de anúncio já publicado e, em caso positivo, como o anunciante é informado;
  • Se nos casos de exclusão da publicação existe algum aviso àqueles que efetuam acesso posterior;
  • Se os anunciantes recebem algum suporte para elaboração das publicações.
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Fonte: Folha de S. Paulo, Procon-SP, Estadão (via Terra)