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Watch Dogs 2 evolui sua jogabilidade para mostrar que aprendeu com seus erros

Por| 16 de Junho de 2016 às 08h48

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Watch Dogs 2 evolui sua jogabilidade para mostrar que aprendeu com seus erros
Watch Dogs 2 evolui sua jogabilidade para mostrar que aprendeu com seus erros

Por mais que a Ubisoft realmente colecione alguns tropeços em seu currículo, não há como negar que a empresa não vê problema em se arriscar. Basta ver o quanto ela insiste em franquias inéditas e novas ideias quando outros estúdios seguem apostando em sequências e projetos mais certeiros. Mais do que isso, ela usa as críticas a seus fracassos para melhorar e não como desculpa.

E Watch Dogs 2 é a maior prova disso. O primeiro jogo chegou repleto de expectativa, mas foi massacrado pela crítica por conta de suas limitações e pela falta de criatividade. O estúdio francês diz estar ciente de tudo isso e disposto a fazer diferente. Tanto que a demonstração disponível nesta E3 já mostra um clima bem diferente daquele que nos foi apresentado anteriormente.

A começar pelo próprio personagem. Totalmente personalizável, o herói Marcus Holloway tem muito mais personalidade que seu antecessor, assim como uma motivação bem mais interessante. Sua luta contra o sistema da ctOS está baseada em uma falha no algoritmo que faz com que ele seja acusado de um crime que não cometeu e, para evitar ser preso, precisa lutar contra o próprio Estado. E é aqui que as coisas começam a ficar interessantes.

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Segue que sigo de volta

Watch Dogs 2 traz um curioso sistema baseado em seguidores. À medida que o jogador realiza algumas missões, o grupo de ciberativistas DedSec ganha novos followers. Só que esse número não corresponde apenas ao número de pessoas que estão curtindo suas postagens, mas também garante ao protagonista algumas novas habilidades. O game conta com um novo sistema que funciona como uma espécie de medidor de hack que permite que você realize um determinado número de ações em um curto espaço de tempo. Cada ação consome um pouco dessa barra, o que faz com que o jogador busque sempre ter mais seguidores para aumentar esse limite.

Pode parecer algo estranho, mas é algo que faz todo o sentido quando se percebe como o hack evoluiu neste segundo jogo. Enquanto o primeiro jogo trazia um único botão e uma ação simples e pré-programada de interação, Watch Dogs 2 não só permite que você invada qualquer coisa como ainda traz várias opções do que pode ser feito.

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No caso dos carros que tanto apareceram nos trailers, Marcus pode tanto fazê-lo acelerar, dar ré ou virar para a esquerda ou direita. Tudo depende daquilo que o jogador prefere fazer, o que dá muito mais liberdade de interação. Você pode usar essas novas possibilidades para criar uma distração ou mesmo eliminar um alvo sem precisar, de fato, entrar em confronto com seu alvo, por exemplo.

E essa nova mecânica envolve até mesmo os acessórios que o herói utiliza. Tanto o drone quanto o carro de controle remoto oferecem novas possibilidades de interação, o que cria diversas possibilidades de abordagem. Durante determinado momento de nossa demo, é preciso controlar o pequeno veículo aéreo para sabotar um circuito elétrico e transformá-lo em uma espécie de mina de proximidade para, em seguida, atrair o guarda mais próximo. E tudo isso é feito a partir de um hack remoto e de uma maneira que era impossível de imaginar no primeiro Watch Dogs.

Para quem se habituou ao velho sistema, a mudança é realmente um pouco complicada, já que os comandos se tornaram um pouco mais burocráticos e confusos em um primeiro momento, mas nada de outro mundo. Na verdade, lembra muito aquilo que já vimos em Assassin’s Creed, em que os botões superiores fazem com que novas opções de interação sejam ativadas.

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Outra semelhança com a saga dos assassinos é o próprio Parkour. O novo personagem se movimenta por San Francisco com muito mais liberdade e desenvoltura, pulando muros e escalando prédios. E os controles para isso seguem a mesma lógica da popular franquia.

E tudo isso está ali para fazer com que Watch Dogs 2 corrija o maior problema de seu antecessor: a repetição. Com todas essas ferramentas a seu dispor, é muito mais fácil seguir cada missão de um jeito diferente e realizar diferentes tipos de abordagem, fazendo com o game fique realmente mais diversificado. Na verdade, só depende de você. Uma mesma missão pode ser concluída apenas no stealth ou naquele modo Rambo em que o personagem sai atirando feito um louco — ou mesmo uma combinação de ambos. Tudo depende do que você quer fazer.

Bem-vindo a San Francisco

A ida da série para San Francisco é outro ponto que contribui para a evolução do game. Ao contrário de Chicago, a cidade da Costa Oeste norte-americana é bem mais viva e colorida, lembrando muito aquilo que a Rockstar já nos apresentou no passado com Grand Theft Auto. E essa comparação está longe de ser um problema, já que Watch Dogs 2 chega querendo impor sua marca do jeito certo e mostrar que não há problema em se inspirar em algo que vem dando certo.

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A começar pelas próprias dimensões do mapa. De acordo com a Ubisoft, San Francisco e as áreas adjacentes são, combinadas, duas vezes maior do que o mapa do primeiro game. E são áreas bem variadas, incluindo a área central da cidade, o Vale do Silício e Oakland.

Para explorar tudo isso, Watch Dogs 2 ganhou uma reformulação no sistema de direção que torna a pilotagem muito mais simples, sem aquela sensação de estar dirigindo uma banheira. Ficou muito mais fácil pegar um carro e ir para qualquer lugar, principalmente quando você começa a perceber que cada veículo possui seu próprio estilo de pilotagem, do mais rápido àquele mais devagar e comum.

Já para quem gosta de ficar apenas enchendo o saco do motorista, há uma forma de combinar todas essas novidades em um só lugar. Como Watch Dogs 2 possui um modo multiplayer integrado à campanha, encontrar outros jogadores ficou bem mais fácil, uma vez que ele já estava lá o tempo todo. E ele pode simplesmente entrar em seu carro e ficar hackeando tudo o que ver pela frente em seu banco de carona ou atrapalhando quem quer persegui-lo. Por mais que falando assim não pareça tão interessante, é uma integração direta e que funciona muito bem na prática.

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Diante disso tudo, fica claro que Watch Dogs 2 não quer ser uma revolução dentro dos games. Na verdade, parece que a Ubisoft aprendeu a lição e, desta vez, segue muito mais contida e preocupada em mostrar como eles aprenderam com seus erros do que encantar o jogador com promessas. E essa é uma estratégia que costuma funcionar para ela, como essa E3 deixou bem claro.

Como muita gente especulou que pudesse ser, o novo Watch Dogs pode ser o Assassin’s Creed 2 que a série precisava: a continuação de um game mediano que realmente estabelece padrões e deixa todo mundo de queixo caído. Ainda é cedo dizer que esse é o caso, mas o título parece estar seguindo pelo caminho certo.