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Análise: Dell Chromebox, um mini PC criado para a nuvem

Por| 11 de Setembro de 2015 às 10h04

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BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
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Computadores com o Chrome OS ainda são pouco comuns no Brasil, com alguns poucos modelos disponíveis por aqui até o momento. Com exceção do Chromebook da Samsung, que já possui até uma segunda versão, somente a Dell trouxe um produto com esse sistema. Não se trata de um netbook/notebook, mas sim de um “desktop” conhecido como Chromebox, que é basicamente o Chrome OS em um computador muito, mas muito pequeno.

Quem considera o Mac Mini como um “mini PC” vai ficar assustado com o Chromebox da Dell. Ele é quadrado, com 12,4 cm de lado, 4,2 cm de altura e apenas 530 gramas - praticamente metade do peso de um Ultrabook -, sendo um discreto companheiro do seu monitor. Graças a essas características ele pode ser colocado na parte de trás de monitores que trazem suporte VESA, já trazendo, inclusive, um encaixe na embalagem.

Na parte de cima há apenas o botão Power, com duas portas USB 3.0 na parte da frente, leitor de cartões SD e trava Kesington do lado esquerdo. Na parte de trás, encontramos outras duas portas USB 3.0, uma saída HDMI e outra DisplayPort para vídeo, conector para fones de ouvido, porta RJ-45 para internet cabeada e entrada de energia, utilizando um adaptador de 65 watts semelhante ao que empresa usa nos seus notebooks.

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Ainda há uma pequena saída de ar na parte traseira, sendo o único indicativo de que há um cooler para o processador, já que ele praticamente não produz ruído. Isso é algo mais ou menos esperado, já que o processador do modelo que recebemos, assim como o da maioria dos Chromebooks em geral, é um core i3-4010U, modelo de baixíssima voltagem utilizado em notebooks, junto com 4 GB de memória RAM DDR3L de 1600 MHz (dual-channel).

Pode parecer pouco, tendo o Windows como sistema operacional. Para o Chrome OS, porém, é potência de sobra, já que é um sistema baseado em Linux criado especificamente para rodar o Google Chrome. Utilizamos o Chromebox com um máximo de 15 abas abertas, escutando música via streaming pelo Play Music e algum vídeo ocasional no YouTube sem qualquer tipo de travamento ou superaquecimento.

Uma das grandes vantagens do Chrome OS é a sua alta imunidade contra vírus, tanto por utilizar o Linux como base quanto pela baixa penetração de mercado desse sistema, fazendo dele um alvo em potencial pouco atraente para hackers. As atualizações de sistema são frequentes e invisíveis para o usuário, não atrapalhando o uso nem incomodando enquanto acontecem. Isso faz dele um sistema especialmente interessante para quem não quer se preocupar com manutenção. Nada de CCleaners, desfragmentação ou otimizar a inicialização, que acontece em poucos segundos (usar um SSD ajuda, claro).

Como é um produto criado para ficar 100% do tempo online, ainda mais rodando um sistema do Google, as ferramentas embarcadas somente têm utilidade com uma conexão. É uma dependência que não chega a ser um problema, afinal, atualmente qualquer computador, por mais potente e sofisticado que seja, depende bastante da internet. As exceções incluem profissionais e gamers, que conseguem usar o PC sem precisar tanto da internet, conectando apenas ocasionalmente.

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Ou seja, embora a falta de internet pareça uma limitação, o Chromebox, mesmo não trazendo a portabilidade de um notebook, só representa a forma como utilizamos o computador atualmente. As “limitações” do Chrome OS aparecem somente em algumas raras vezes e é difícil não encontrar um app na Chrome Web Store que não resolva algum problema, já que até gerenciadores de torrent são oferecidos por lá.

Há uma versão do Chromebox da Dell com processador Intel Celeron que traz somente 2 GB de memória RAM. Não podemos afirmar nada categoricamente, mas, considerando a experiência que tivemos com o modelo com Core i3, acreditamos que seja uma configuração também compatível com a proposta do Chrome OS, onde a limitação fica mais por conta da quantidade de memória RAM do que propriamente do processador.

A escolha entre uma configuração e outra é, para nós, mais uma questão da resolução do monitor que você irá usar do que propriamente do desempenho. O modelo com processador Intel Celeron suporta resolução máxima de 2K (2560 x 1440 pixels), mais do que suficiente para a grande maioria dos monitores do mercado, enquanto a versão com Core i3 suporta 4K nativamente (3860 x 2160 pixels), ainda raro e praticamente restrito a modelos profissionais.

Ambos os modelos trazem Wi-Fi no padrão AC (Intel 7260AC) compatível com os roteadores mais recentes, que conseguiu “alcançar” o roteador que usamos mesmo com 3 paredes no meio sem perda significativa de sinal. A memória interna dos dois modelos é idêntica: 16 GB de SSD, sendo mais do que o suficiente para um sistema projetado para rodar na nuvem (aliás, o Google oferece 1 TB de armazenamento no Google Drive para usuários do Chrome OS por dois anos). Quem gosta de arquivos armazenado localmente deve correr atrás de um disco rígido externo.

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Passamos algumas semanas com o Chromebox, tentando utilizá-lo como máquina primária, ponto onde ele chegou a oferecer, digamos, 97% da experiência que estávamos acostumados em um PC com Windows. Do que sentimos falta? Primeiro, de jogos, mesmo sabendo que esse não é o foco dele. Segundo, de programas específicos, como o Illustrator e InDesign, já que o Photoshop até “roda” remotamente (com algumas limitações, mas roda).

Ainda assim, escrever textos (Google Docs), editar imagens (a loja de apps conta com programas excelentes, como o Pixlr) e assistir vídeos, filmes e etc (Youtube, Vimeo e outros) são exemplos de tarefas que são perfeitamente atendidas com o Chromebox. De qualquer forma, não é um sistema que concorre (nem pretende concorrer) com o Windows, Linux e OS X em possibilidades, sofisticação e quantidade de programas - e é aí que reside o problema.

A versão que testamos, com Core i3 e 4 GB de memória RAM, sai por nada menos do que R$ 1.787 na loja da Dell, valor suficiente para se comprar um notebook com configurações (e sistema operacional) bem mais avançados. Já a versão com Celeron dual-core e 2 GB de memória RAM sai por R$ 1.145, valor bem mais acessível, mas ainda assim alto. Enquanto nos Estados Unidos os produtos com Chrome OS são alternativas baratas ao Windows, no Brasil eles são oferecidos (e aqui incluímos o Chromebook da Samsung) com preço ainda maior, infelizmente, o que dificultará a sua popularização.

Vantagens

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  • Pequeno, prático e com baixo consumo de energia;
  • Não trava e atende boa parte das necessidades do usuário;
  • Já vem com suporte VESA;
  • Silencioso;

Desvantagens

  • Caro