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Venezuela deve abrir negociação internacional do Petro em outubro

Por| 21 de Setembro de 2018 às 19h08

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Venezuela deve abrir negociação internacional do Petro em outubro
Venezuela deve abrir negociação internacional do Petro em outubro

O presidente venezuelano Nicolás Maduro marcou para o dia 1º de outubro o início das negociações internacionais do Petro, a criptomoeda oficial do país. De acordo com ele, em pronunciamento, a unidade poderá ser utilizada para conversão de valores, compra de produtos e também no mercado de commodities.

A entrada no mercado internacional acontece pouco menos de dois meses depois da instituição do Petro como a moeda oficial da Venezuela, ao lado do Bolívar Soberano. As medidas foram implementadas no dia 20 de agosto como uma forma, principalmente, de conter a inflação galopante do país e a intensa crise econômica pela qual a nação sul-americana vem passando, com altos índices de desemprego, desvalorização do câmbio e desabastecimento.

Os detalhes sobre a utilização real do Petro no mercado internacional, entretanto, ainda são escassos. Na época do lançamento da moeda, Maduro afirmou que a moeda virtual passaria a ser uma unidade contábil obrigatória para empresas estatais, principalmente a PDVSA (Petróleos da Venezuela). Seu valor é ancorado nos preços de barris do recurso e, por sua vez, determina também a valoração do bolívar soberano. Bancos públicos e privados também foram obrigados a adotar o criptodinheiro.

A iniciativa, entretanto, esbarra principalmente na falta de regulamentação das moedas virtuais no mercado internacional. Países da Ásia, por exemplo, possuem fortes restrições quanto às transações dessa categoria, enquanto o setor, como um todo, passa por forte escrutínio na Europa e Américas, por mais que nomes como Bitcoins e Ether já estejam relativamente consolidados.

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Quando se trata do Petro, entretanto, a história é totalmente diferente. Não apenas estamos falando de uma criptomoeda de um país em crise, mas também de uma falta de aderência na própria Venezuela. Uma reportagem da agência Reuters, publicada no final de agosto, afirma que pouquíssimas lojas do país aceitam a modalidade como pagamento, enquanto as principais corretoras online do setor não trabalham com ela.

Enquanto isso, Maduro sustenta sua afirmação de que mais de US$ 3,3 bilhões já foram levantados com as vendas iniciais do Petro. Ele também culpa a imprensa internacional e as sanções impostas à Venezuela pelo governo dos Estados Unidos como responsáveis por essa ideia de que a criptomoeda não vingou. Para ele, forças ocultas atuam sobre a nação, com o objetivo de desestabilizar seu governo.

Com um volume baixíssimo de transações e quase nenhuma movimentação registrada, analistas econômicos acham difícil validar o Petro ou calcular seu valor de mercado. O governo da Venezuela, por outro lado, fixou a unidade da moeda em US$ 60, ou 3.600 bolívares, também como uma forma de atrelar as notas físicas utilizadas no país ao dinheiro virtual que, agora, entra no mercado internacional.

O Petro está à venda desde março, período no qual vieram os valores citados por Maduro em seus discursos. A ideia é buscar, também apoio internacional para auxiliar a população do país, assolada pela fome e a miséria, enquanto, afirma o presidente, a comunidade internacional virou suas costas para a Venezuela. É nessa tentativa que a nação se tornou a primeira a lançar uma criptomoeda oficial, apoiada por barris de petróleo. O mundo, porém, não parece muito confiante de que essa será a salvação para a penúria da população local.

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Fonte: Sputnik, Reuters