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Governo dos EUA fecha banco de criptomoedas por suspeita de fraude

Por| 31 de Janeiro de 2018 às 11h40

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Governo dos EUA fecha banco de criptomoedas por suspeita de fraude
Governo dos EUA fecha banco de criptomoedas por suspeita de fraude

A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) do governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (31) o bloqueio da oferta inicial de moedas do AriseBank. Autointitulado como o “banco do povo”, a operação contava, inclusive, com o endosso do ex-boxeador Evander Holyfield e já teria levantado mais de US$ 600 milhões junto a investidores e entusiastas.

Entretanto, de acordo com a SEC, são vários os indícios de fraude nessa operação. O principal deles é o fato de que a empresa opera, oficialmente, uma carteira de títulos financeiros e, sendo assim, precisaria estar registrada junto às autoridades regulatórias. Esse é um requisito indispensável para o início da coleta de investimento e lançamento de valores mobiliários nos EUA, mesmo quando se fala em moedas virtuais, que não foi cumprido pelos responsáveis.

Além disso, a agência afirma que foram encontrados diversos indícios de fraudes na operação do AriseBank, bem como nas promessas feitas por seus controladores ao público durante a ICO. A principal delas consiste em parcerias com operadoras financeiras e de cartões de crédito para que os adeptos da criptomoeda pudessem usar suas carteiras virtuais para realizar pagamentos não apenas nos EUA, mas em diferentes países do mundo.

Um desses supostos parceiros seria a Marqeta, uma empresa de pagamentos que emitiria cartões de bandeira Visa capazes de usar as AriseCoins. Ao ficar sabendo disso, entretanto, a companhia se pronunciou oficialmente e afirmou que não tem nenhum tipo de relação com o AriseBank nem foi consultada pela instituição para negócios dessa categoria.

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Essa situação seria a mesma com outros supostos parceiros, que vão desde o setor financeiro até a tecnologia utilizada para a operação da própria oferta inicial de moedas. Para a comissão do governo americano, são claros os indícios de fraude, na medida em que os responsáveis por ela fazem o possível para que a ação não pareça como tal, o que inclui, também, a participação de grandes nomes como o de Holyfield.

Além disso, a oferta de produtos financeiros diferentes do que normalmente se vê em ofertas de criptomoedas teria a ver com a aquisição de um banco chamado KFMC Bank Holding Company pelo AriseBank. A empresa estaria registrada junto a órgãos governamentais como tal, outra mentira, de acordo com as autoridades, o que a impediria de prestar esse tipo de serviço.

Um dos criadores do AriseBank, Jared Rice Jr., já foi condenado na justiça americana por roubo e falsificação de documentos. Ele confessou sua culpa em um processo encerrado em 2015 e ainda está em liberdade condicional enquanto enfrenta outras investigações por fraude ao lado do cofundador da empreitada financeira Stanley Ford.

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Enquanto isso, a promessa da empresa é grandiosa, “a maior batalha da história”, segundo ela própria. A iniciativa promete constituir o primeiro banco “verdadeiramente do povo, unindo as melhores características do socialismo e capitalismo, mas sem seus defeitos”. São palavras hiperbólicas que podem até condizer com os US$ 600 milhões que teriam sido levantados – mas ainda não verificados, o que também está deixando muita gente com a pulga atrás da orelha.

O relatório da SEC é modesto em acusações, levantando mais dúvidas do que fazendo afirmações, mas também é taxativo. “O uso de blockchain não torna ninguém uma exceção às regras de títulos financeiros”, afirma a agência, justificando na falta de registro e análise o grande motivo por trás do bloqueio da oferta inicial de moedas do AriseBank.

Até o momento em que esta reportagem foi escrita, o AriseBank não havia se pronunciado sobre o bloqueio de sua ICO. Entretanto, na última semana, publicou correção pública sobre a compra do banco KFMC, afirmando que ele é, na verdade, o proprietário de uma instituição financeira sólida e com mais de 100 anos de atuação nos EUA, essa sim, plenamente registrada. Por outro lado, alega que, por não lidar diretamente com o dinheiro de seus clientes, nem mesmo precisaria de uma autorização desse tipo.

O ex-boxeador Evander Holyfield também não se pronunciou sobre o caso e o recente endosso à empreitada. Enquanto isso, o governo dos EUA anuncia a abertura de uma investigação mais profunda sobre o AriseBank, principalmente sobre as alegações de fraude e o aporte financeiro que teria sido recebido pela empresa.

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Fonte: Business Insider